(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas EM CHAMAS

Incêndio na Serra do Cipó: brigadistas e moradores atuam juntos para combater o fogo

Especialistas e comunidade traçam estratégias para combate ao maior incêndio que já houve na Serra do Cipó


30/09/2020 11:22 - atualizado 30/09/2020 14:10

Incêndio precisou ser combatido madrugada adentro(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Incêndio precisou ser combatido madrugada adentro (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Enquanto equipes treinadas estão empenhadas no combate ao fogo, num dos maiores incêndios da história no Parque Nacional da Serra do Cipó e nas áreas limítrofes, moradores da região, localizada na Região Central do estado, tentam se organizar para, mesmo sem treinamento, ajudarem a defender suas casa e as de parentes, em meio aos caos instalado por conta dos inúmeros focos de incêndio registrados em vários distritos dos municípios de Lagoa Santa, Jaboticatubas, Santana do Riacho e imediações. Na manhã desta quarta-feira (30), o ICM Bios comunicou o fechamento do Parque "até que o incêndio seja debelado".
 
Na Lapinha João do Congo, a situação ainda é considerada gravíssima. A reportagem esteve no nesta terça-feira (29) e acompanhou uma equipe do Corpo de Bombeiros tentando defender a nascente que abastece o lugarejo. Porém, no cair da madrugada, o fogo avaçou e bombeiros e moradores não tiveram sucesso na tentativa de evitar que a linha de fogo chegasse à nascente daquele pedaço de área rural, localizado no distrito de São José de Almeida. 

Segundo a moradora Ana Paula Pereira, que mesmo com problemas de saúde lutou a noite toda para apagar o fogo perto da casa de seu avô e de sua irmã, apesar da boa vontade e ajuda comunitária solidária, a tristeza tomou conta de todos. "A coisa lá está feia,vamos lembrar que 520 pessoas dependem da água da nascente para sobreviver. Hoje os meninos que estão combatendo fogo desde domingo tiveram que ser hospitalizados. Minhas lágrimas descem. Agora que vim uma pouco na minha casa, porque  saímos 3h30. Para se ter idéia da tragédia, tínhamos água em abundância até o domingo (27) e hoje andamos 5 quilômetros para pegar", lamenta.
 
Para boa parte da comunidade, será impossível apagar o fogo na intensidade que está, "no alto das serras, por exemplo", como ressaltou um dos quatro bombeiros destacados para aquela região, o que causa revolta na população que se vê "à mercê do vento e das chuvas", como relatou o morador Onofre que, apesar de ter dito nunca ter visto um fogo daqueles na região, não acreditava que a nascente seria atingida. "Uma situação pra lá de triste", atualizou.


Cronograma da tragédia

Em nota, a assessoria do ICMBio Cipó-Pedreira, em parceria com o Corpo de Bombeiros e Voluntários,  divulgou que desde o dia 27 eles atuam incessantemente no combate às chamas, quando estas tiveram início. Segundo apuração preliminar oficial, de acordo com os dados do satélite, o incêndio começou por volta das 18h30 de domingo (27), em uma  área externa do parque. 

 
Na madrugada do dia 28 foi feito o primeiro ataque ao fogo em um ponto localizado a 500 metros do limite do Parque Nacional da Serra do Cipó. Na mesma manhã, brigadistas se dirigiram para as áreas da Lagoa Dourada,  Várzea do Garrote e Capão dos Palmitos.

Na mesma noite, Brigadistas do Esquadrão Altamira começam o deslocamento para conter a linha de fogo que segue para os Confins e, em seguida, seguiram para a comunidade de Altamira, ao sul do abrigo do Garça, onde combateram o fogo a noite inteira. Da manhã até o final da tarde de segunda,  iniciaram as operações de combate feitas  da base na portaria Areais pelo Esquadrão Serra do Cipó, sendo 11 Brigadistas, quatro Voluntários e 12 Bombeiros, entre eles a tripulação do Helicóptero Arcanjo.

Todos os dias o combate se estende até às 17h. Nesta terça-feira (29) o trabalho de combate recebeu o reforço de dois caminhões pipas fornecidos pela prefeitura de Santana do Riacho.

 
Nesta quarta-feira (30), de acordo com o ICMBio, o combate ao fogo prosseguia em ao menos cinco pontos distintos:
 
  • Capão dos Palmitos: 22 brigadistas, sendo 10 do Esquadrão Cipó, seis da Brigada ICMBio da Reserva Biológica da Mata Escura e cinco do Parque Nacional do Caparaó e um voluntário.

  • Confins: 10 brigadistas, sendo seis da Brigada ICMBio da Reserva Biológica da Mata Escura e quatro bombeiros

  • Altamira: seis brigadistas ICMBio Parque Nacional da Serra do Cipó – esquadrão Altamira

  • Nova frente de incêndio, na face leste próximo ao Rio do Peixe: deslocamento para avaliar o fogo no momento.

  • 7h30 até o presente – Apoio da Base Avançada do Rio de Janeiro – GR4/ICMBio na articulação de de Brigadistas ICMBio


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)