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Estado de Minas ESTAÇÃO DE ÔNIBUS

BH ganha primeiro 'Túnel de Desinfecção' contra o coronavírus; veja como funciona

Equipamento de higienização instalado na Estação BHBus Pampulha reduz possível transmissão para outras superfícies através da emissão de uma névoa de água ozonizada


04/08/2020 10:18 - atualizado 04/08/2020 13:05

Túnel instalado na Estação Pampulha(foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
Túnel instalado na Estação Pampulha (foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press)
A tecnologia e a ciência têm se mostrado grandes aliadas no combate ao novo coronavírus. Novas estratégias e ferramentas têm sido adotadas em todo o país no intuito de evitar a propagação da doença. Em Belo Horizonte, um “Túnel de Desinfecção” foi instalado na manhã desta terça-feira (4), na Estação BHBus Pampulha. O equipamento utiliza uma névoa ozonizada e promete desinfetar roupas, acessórios e até mesmo a pele de quem passa pela cabine sem provocar danos à saúde.

A iniciativa é do Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus do Município de Belo Horizonte (Transfácil), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), BHtrans e Prefeitura de Belo Horizonte, que pretendem ampliar a ideia para todas as Estações de Integração. 

“Atualmente estamos enfrentando a COVID-19 em um cenário complexo com índices que apontam mais de 2 milhões de casos de pessoas infectadas e mais de 90 mil óbitos até o momento. Infelizmente essa curva está crescendo de forma acelerada e a iniciativa de oferecer mais uma alternativa de higienização vai contribuir para reduzir essa curva de contágio”, explica o presidente do Transfácil, Ralison Guimarães. 

Segundo nota técnica do Senai, o túnel de desinfecção instalado na Estação Pampulha não utiliza produtos químicos e reduz a possível transmissão para outras superfícies do ambiente através da emissão de uma névoa de água ozonizada. 

Desta forma, para não prejudicar as pessoas ao respirar o ozônio no formato de gás, o equipamento processa a solução do gás na água em um percentual muito abaixo do que poderia ser prejudicial ao ser humano e que é utilizado até mesmo para desinfecção de água, tornando-a potável. 

Apesar de parecer uma estratégia promissora, a própria Anvisa já afirmou que ainda não foram encontradas evidências científicas de que o uso dessas estruturas para desinfecção sejam eficazes no combate ao SARS-CoV-2 (COVID).

Como a transmissão do novo coronavírus pode se dar de pessoa a pessoa por gotículas respiratórias — as chamadas partículas aerossóis — produzidas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra e por contato com superfícies contaminadas, é importante que os belo-horizontinos não baixem a guarda e continuem atentos aos protocolosos como o uso de máscara,  evitar sair de casa, lavar as mãos e usar álcool 70%. Esses efetivos cuidados são a principal estratégia para a diminuição da circulação do vírus.

Opinião da especialista

Luana Araújo, infectologista e especialista em saúde pública pela Universidade Johns Hopkins, explica que esses túneis de desinfecção são usados normalmente em materiais inorgânicos, principalmente na indústria de alimentos, em açougues e frigoríficos onde as pessoas tem roupas próprias para trabalho e passam por esses túneis de desinfecção nos quais essa roupa é higienizada. “De forma geral, os túneis que foram feitos até agora envolvem substâncias que jamais poderiam ser transformadas em névoa porque são altamente irritantes para o ser humano, para a pele, para mucosas e trato respiratório e podem causar sintomas e lesões graves”.

A especialista destaca que a forma de transmissão do vírus impede que a desinfecção seja confiável, já que as pessoas carregam a carga viral dentro de seus organismos. “Ainda que seja água ozonizada esses túneis servem para desinfecção de superfícies e não para desinfecção humana. Ainda que a gente chegasse a uma substância que fosse inócua para o ser humano e bastante agressiva para o vírus é importante lembrar que a transmissão é feita através das partículas virais que estão dentro da pessoa. Não tem razão para se preconizar um túnel de desinfecção quando essa partícula viral não está presente na roupa e na pele como uma via importante de disseminação. A via importante de disseminação é através das gotículas de saliva”, alerta.


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