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Estado de Minas POLÊMICA

Nutribom rebate acusação de secretário Otto Levy na retomada do Expominas

Empresa alega que não buscou lucros ao tentar negociar com o Estado na concessão do espaço de eventos no Gameleira


10/07/2020 21:16 - atualizado 10/07/2020 21:42

Expominas teve presença de policiais em sua porta nesta quinta-feira(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Expominas teve presença de policiais em sua porta nesta quinta-feira (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A retomada da posse do Expominas, na Gameleira, pelo governo do estado continua gerando polêmica com a Nutribom, concessionária que administrava o espaço. Depois que o estado usou aparato policial nesta quinta-feira (8) para manter a operação do hospital de campanha instalado no local de eventos, a empresa rebateu as acusações do secretário de Planejamento e Gestão, Otto Levy, de que “certos empresários gostam de ganhar dinheiro, apesar de tudo, às custas de oportunidades”.

 

 

Ao Estado de Minas, a diretora de marketing e negócios da Nutribom, Márcia Ribeiro, disse que sua empresa nunca teve a intenção de lucrar durante a pandemia: “Nossa atividade foi suspensa por decreto. Estamos impedidos de exercer a atividade pela pandemia. Não tivemos a oportunidade de fazer nada daquilo que o governo criou, para que empresas pudessem fazer para conseguir gerir seus custos durante a vigência do decreto. Negociamos com o governo o ressarcimento de custos. Ganhar dinheiro pode, sim, ficar para depois, mas isso não pode ser usado para nos colocar como oportunistas, pois nunca agimos desta forma em momento algum, desde que assumimos o Expominas”.

 

Na quarta-feira, Otto Levy falou com exclusividade ao Estado de Minas, justificando os motivos para a retomada do Expominas pelo estado. O espaço pertence à Codemge, órgão da administração indireta do estado, e foi cedido à empresa vencedora de licitação em 2018. O governo pretende inaugurar o hospital de campanha na próxima semana, quando está previsto o pico do coronavírus em Minas. O local, pronto desde abril, foi projetado com 768 leitos, quase todos de baixa complexidade.

 

Com relação à presença de viaturas na porta do centro de eventos, Mária disse que poderia haver um diálogo pacífico sem a necessidade de usar a força: “O normal teria termos sidos avisados, agendados. Aliás, como sempre se deu o nosso relacionamento com a Codemge e com o estado. A PM está no Expominas todos os dias desde que se iniciou a montagem do hospital. Ontem foi bem diferente, não precisava de nenhuma demonstração de força, mas sigamos em frente”.

 

Ela pondera também que a situação pode ser resolvida da melhor forma possível, sem a necessidade de ir à Justiça: “Nos posicionamos sempre pelo diálogo e fizemos questão de ser um facilitador em todas as etapas da montagem. A prova disso é que aceitamos todas as propostas que o governo nos apresentou. Veja bem, nunca houve discordância de nada de nossa parte. Aceitamos todas as propostas colocadas. O único ponto de discordância foi o instrumento jurídico que nos foi colocado e que não estava condizente com a proposta fechada. Mas, entendendo que o melhor caminho sempre é o do diálogo, reafirmamos que estamos no mesmo entendimento que o Secretário e abertos ao consenso, para que Minas seja o estado com a melhor gestão da crise de saúde. Os empresários, Brasil afora, tem dado sua contribuição e nós não queremos ser diferente”.

 

O governo prometeu discutir o ressarcimento dos custos que a concessionária terá durante a pandemia do coronavírus. A Nutribom tinha concessão do Expominas até 2038.

Cinco perguntas para Otto Levy, secretário de Planejamento e Gestão do Governo de Minas 

  

Como foi a negociação para a retomada do Expominas?

 

A constituição diz que, quando houver interesse público, o Estado pode tomar medidas para que esse interesse público prevaleça. No final, quando o hospital for desmontado, o espaço será retornado à Codemge e ela pode discutir o ressarcimento dos custos que a concessionária tenha tido durante esse período. Não estamos despropriando ninguém. Como não chegou a acordo até esse momento e que as vidas valem mais que o interesse peculiar da concessionária, o Estado resolveu tomar atitude para preservar interesse dos mineiros

 

Por que foi necessária a presença de muitos policiais no local hoje?

 

É uma operação normal da PM. Acho que tem a ver que está chegando o momento de fazer com o hospital de campanha seja operado. A Polícia Militar colocou as pessoas lá para tomar conta do espaço com a quantidade necessária".

 

Como será solucionado o caso?

 

Essa discussão vai continuar, seja de maneira concessual, ou como se resolve na democracia, ou seja na Justiça. 

 

Foi estratégia deixar a concessionária até o último instante?

 

Não foi estratégia. Ficou um processo negocial. Como não se chegou a acordo, estamos tratando do interesse público. Temos um prazo para concluir essa negociação, pois precisamos colocar o hospital de campanha para funcionar. Certos empresários gostam de ganhar dinheiro, apesar de tudo, às custas de oportunidades. Neste momento, o interesse público deve prevalecer. Para ganhar dinheiro, podem aguardar um pouco mais.

 

Como foi a negociação com os prestadores de serviços no hospital de campanha?

 

Estamos mantendo com os prestadores de serviços as mesmas condições contratuais com que eles têm com a Nutribom. Não há nenhum custo a mais. Essa era a base que a Codemge gostaria de negociar. A concessionária gostaria de ganhar em cima disso. A gente queria manter os termos com os prestadores de serviços, mas eles queriam manter um preço mais alto.

 

*Otto Levy atendeu com exclusividade à reportagem do Estado de Minas na quarta-feira à noite  

 

 


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