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Estado de Minas RACISMO ESTRUTURAL

Risco de morte por COVID-19 é 119% maior entre jovens pretos em Minas

Levantamento é da Secretaria de Estado de Saúde. Situação se repete em nível nacional e internacional


10/07/2020 20:14 - atualizado 10/07/2020 21:44


Imagem ilustrativa(foto: Freepik)
Imagem ilustrativa (foto: Freepik)

O racismo, que retira oportunidades e direitos da população negra em todo o Brasil, pode ser comprovado, também, por meio dos números da pandemia de COVID-19 em Minas Gerais.

Segundo levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Saúde e pelo Coronavirus-MG.com.br, a letalidade do coronavírus é 119% maior entre as pessoas com menos de 60 anos declaradas pretas em relação às brancas na mesma faixa etária no estado.

Comparando pessoas pretas e brancas de todas as idades, o risco de morte para os pretos é de 46% maior do que para os brancos. 
Letalidade do coronavírus é 46% maior entre pretos em Minas Gerais(foto: SES-MG/Coronavirus-MG.com.br)
Letalidade do coronavírus é 46% maior entre pretos em Minas Gerais (foto: SES-MG/Coronavirus-MG.com.br)

Em nível nacional, a desigualdade se repete. Dos 8.963 pacientes negros (soma de pretos e pardos) internados com COVID-19 no Brasil, 54,8% morreram em hospitais.

Entre os 9.988 brancos internados pela doença, a taxa de letalidade foi de 37,9%. O estudo foi realizado por pesquisadores do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde (NOIS) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que analisaram 29.933 ‘casos encerrados’ de COVID-19.

Considera-se caso encerrado o de pessoa que se recuperou ou que faleceu.

A situação se repete também fora do Brasil. Um estudo da University of Chicago, nos Estados Unidos, demonstrou que negros têm maior risco de contrair a COVID-19 e também a versão mais grave da doença. 

Isso porque a maioria dos negros americanos trabalha em situações de maior exposição ao coronavírus, como seguranças, zeladores e entregadores e em atividades essenciais (que não pararam durante a quarentena), como motoristas de ônibus e funcionários públicos de saneamento básico, entre outros.

‘Preto’ ou ‘negro’?

Recentemente, a discussão sobre a forma de se referir à população preta foi objeto de várias publicações em redes sociais.

Tecnicamente, segundo critérios do IBGE, as palavras ‘preto’ e ‘negro’ não são sinônimas. De acordo com o órgão, a população negra é composta pela soma dos pretos e pardos.

Os dois últimos censos realizados pelo IBGE (2000 e 2010) trouxeram quatro classificações étnicas, nesta ordem: branca, preta, amarela, parda e indígena.

O método principal para identificação étnica das pessoas é a autodeclaração, em que a própria pessoa escolhe o grupo do qual se considera membro. 

O Censo 2010 apontou que o total da população brasileira é de 190.755.799. Desse total, 91.051.646 se autodeclararam brancos (47,73%), 82.277.333 como pardos (43,13%), 14.517.961 como
pretos (7,61%), 2.084.288 como amarelos (1,09%) e 817.963 (0,42%) como indígenas, enquanto 6.608 (0,003%) não declararam cor ou raça.



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