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Estado de Minas

Chefe do tráfico responsável por 12 homicídios em Betim é preso

Dona de bar que não aceitava tráfico no estabelecimento foi uma das vítimas


03/10/2019 17:30 - atualizado 03/10/2019 18:57

Delegado Otávio Luiz de Carvalho deu detalhes sobre a prisão(foto: Polícia Civil/Divulgação)
Delegado Otávio Luiz de Carvalho deu detalhes sobre a prisão (foto: Polícia Civil/Divulgação)

Indiciado por dois homicídios e investigado por, pelo menos, outros seis, Beltessazar Soares Estevam, conhecido como "Belt", foi preso na última terça-feira e apresentado pela Polícia Civil nesta quinta-feira. Além das mortes, o suspeito é apontado como chefe de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

As investigações começaram em 2017, quando a polícia registrou o aumento no índice de homicídios na região dos bairros Vila Bemge e Jardim Teresópolis. A Polícia Civil, então, intensificou as apurações dos crimes e descobriu que havia uma guerra de tráfico entre duas facções na região.

A polícia acredita que ele tenha sido responsável pela morte de 12 vítimas, inclusive inocentes, que estariam próximas aos traficantes alvos dos assassinatos. “Ele é um elemento de extrema periculosidade. Em uma das ocasiões, foi morta uma pessoa inocente que estava com um dos alvos. Em outra, um motorista de aplicativo que transportava um traficante também foi vítima. A dona de um bar que estava grávida morreu por não aceitar o tráfico de drogas no seu estabelecimento”, contou o delegado Otávio Luiz de Carvalho.

Beltessazar foi preso e encaminhado ao Presídio de Ribeirão das Neves após seis meses foragido. “Buscamos elementos, conversas com familiares por telefone e verificamos que ele estava em Felixlândia, na Região Central do estado. Fizemos uma operação e o prendemos”, disse o delegado.

Armamento pesado

Além dos assassinatos, as facções tinham armamento pesado. “Notamos que a partir de 2017 o número de apreensões de armas de fogo cresceu muito. Inclusive de grosso calibre e armas com 'kit rajada'. Uma vítima foi morta com mais de 50 disparos. Ele chegou até a trocar o carregador”, contou Otávio Luiz.

Segundo a polícia, o homem andava armado pelas ruas, amedrontando os moradores. Testemunhas contaram que a facção dava tiros para o alto e até expulsavam pessoas de suas casas para guardar armas.

O traficante

A polícia traçou o perfil do suspeito de cometer os crimes como “extremamente cínico”. “Ele não fala nada, nega tudo, mas as provas são muito contundentes contra ele”, disse o delegado.

As investigações apontam que Beltessazar começou a traficar aos 13 anos de idade. “Era ‘aviãozinho’, depois virou gerente. Como ele tinha muita disposição para matar, conseguiu tomar o controle da quadrilha”, afirma o delegado.

Segundo a Polícia Civil, Belt tinha uma ficha extensa de crimes cometidos. Ele já havia sido preso por tráfico de drogas, roubo, dois homicídios e porte ilegal de arma de fogo.

A polícia ainda apura a participação de outros criminosos nos crimes. “A gente espera que com essa prisão outros familiares sejam encorajados a denunciar. Que ele responda pelos crimes e fique atrás das grades”, disse o delegado.
 
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 


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