Acusado de matar caixa de padaria que o mandou vestir camisa é julgado em BH
Crime ocorreu em 2016 e foi flagrado por câmeras de segurança do estabelecimento. Jovem de 18 anos foi morto com quatro tiros. Acusado foi detido em Esmeraldas
O julgamento começa por volta das 12h45 no 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, no Barro Preto. A sessão será presidida pela juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto. A acusação fica por conta do promotor Valter Shigueo Moriyama e o advogado Wagner Dias Ferreira defende Rafael Justino.
Segundo as investigações, na noite de 22 de outubro de 2016, um sábado, Rafael entrou na padaria e deu quatro tiros em Daniel. As câmeras de segurança do estabelecimfento flagraram o assassinato do rapaz, na noite de sábado. A padaria fica na Avenida Érico Veríssimo, no Bairro Rio Branco.
Eram quase 21h de sábado quando Rafael, sem camisa, entrou no local. Daniel orientou o suspeito a vestir a roupa, já que, pelas normas do estabelecimento, é proibido entrar sem blusa. De acordo com testemunhas, o homem ficou bastante irritado e ameaçou o rapaz dizendo que retornaria mais tarde.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM), duas horas depois, o suspeito voltou, trajando camisa azul e com um revólver na cintura. Ele abordou a vítima logo que entrou na padaria dizendo que Daniel o havia xingado anteriormente, fato que foi desmentido pelos colegas de trabalho.
Rafael foi preso em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na época, a delegada Ingrid Estevam, que coordenou as buscas, contou que ele disse ter ido à padaria com um primo. Ao entrar, foi abordado por Daniel, que pediu que ele vestisse uma camisa. Os dois discutiram e, segundo o suspeito, o caixa teria ofendido sua mãe.
Revoltado, Rafael voltou para casa, buscou um revólver e voltou à padaria para se vingar. Ainda segundo a delegada, o primo dele tentou fazê-lo mudar de ideia, mas não conseguiu. O parente de Rafael ainda pediu que outro primo avisasse a Daniel sobre o perigo, mas era tarde demais.
Daniel era de Manhuaçu, na Zona da Mata. Segundo amigos, ele veio trabalhar na capital para sustentar a mãe (foto: TV Alterosa/Reprodução)
De acordo com as investigações, Rafael chegou à padaria atirando contra a vítima. Ele disse à polícia que os dois primeiros disparos falharam, mas logo em seguida Daniel foi atingido por quatro tiros, dois no pescoço e dois na cabeça. O jovem chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu.
Daniel era de Manhuaçu, na Zona da Mata. Amigos disseram que o jovem veio trabalhar em Belo Horizonte para sustentar a mãe no interior.