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Estado de Minas

Polícia descobre esquema de venda de celulares roubados pela internet

Rastreamento da polícia indica que smartphones roubados de lojas na Grande BH estão sendo vendidos via internet como se fossem legais. Compradores podem responder por receptação


postado em 06/11/2018 06:00 / atualizado em 06/11/2018 07:57

Pontos de comércio tradicional em shoppings e galerias estão entre as vítimas de quadrilhas (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Pontos de comércio tradicional em shoppings e galerias estão entre as vítimas de quadrilhas (foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)

Apuração do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), da Polícia Civil em Belo Horizonte, liga o alerta para compra e venda de telefones celulares roubados feitas em sites de comércio eletrônico.

Policiais da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos do Depatri estão no encalço de uma quadrilha que pode estar ligada a pelo menos quatro ataques desde o ano passado na Grande BH, somando mais de 200 aparelhos roubados de lojas em shoppings ou galerias comerciais da região metropolitana.

Em um dos casos, dos 49 smartphones roubados de uma autorizada que funciona em um centro de compras do Bairro Santa Efigênia, Leste da capital, em abril deste ano, 12 já estão com os investigadores, todos comercializados pelos ladrões pelo site OLX.

Um dos trunfos para refazer o caminho dos aparelhos e identificar os integrantes da quadrilha é a tecnologia, por meio do monitoramento dos celulares e localização de quem os comprou. A investigação aponta que, no caso dos aparelhos já rastreados, a maioria das pessoas foi realmente enganada, mas o inquérito ainda vai definir as responsabilidades de cada uma.

Segundo o delegado Gustavo Barletta, que comanda o trabalho no Depatri para identificar e prender a quadrilha, a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de que um grupo com pelo menos seis pessoas atua no roubo e venda de celulares, sendo que dois criminosos, que já foram identificados, atuam mais na linha de frente. Um deles é investigado por envolvimento direto nos roubos, responsável por abordar funcionários de lojas de telefone de maneira violenta. O segundo atua no entorno das cenas de crime e também na articulação do comércio eletrônico.

As apurações ainda estão em andamento, mas investigadores desconfiam que o mesmo grupo tenha ligação com diferentes assaltos, que não necessariamente estão sendo apurados pela mesma delegacia: quatro roubos a duas lojas de eletrônicos de uma mesma rede em shoppings da Região de Venda Nova, na capital, e de Contagem, na Grande BH, um roubo a um estabelecimento de uma galeria comercial na mesma cidade, que gerou um prejuízo de R$ 35 mil com 20 aparelhos que foram levados, e o caso do shopping da Região Leste de BH.

O delegado explicou que nesse caso três pessoas entraram na loja autorizada de uma grande marca, em 25 de abril deste ano, em plena luz do dia. Por volta das 11h, renderam funcionários mediante ameaças, os colocaram em uma sala e levaram 49 telefones, com preços entre R$ 3,5 mil e R$ 4,5 mil, além de tablets e outros dispositivos eletrônicos. A investigação levou até várias pessoas que ativaram parte desses telefones, todas intimadas a depor na delegacia, com as quais foram recuperados 12 aparelhos.

Delegado Gustavo Barletta alerta que consumidores devem se precaver para evitar responder por crime(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Delegado Gustavo Barletta alerta que consumidores devem se precaver para evitar responder por crime (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

O perfil dessas pessoas, segundo o delegado, indica inicialmente que elas teriam sido enganadas, todas adquirindo os celulares pelo site de comércio eletrônico como se fossem mercadoria legalizada.

Um dos compradores conversou com a equipe do Estado de Minas sob a condição de se manter em anonimato. Ele explicou que depois de muita pesquisa em lojas, resolveu optar pela compra de um aparelho usado via internet, já que adquirir um novo não caberia em seu orçamento. “Procurava por um Samsung Galaxy S8 e um novo na loja custava cerca de R$ 2,4 mil. O anúncio na OLX oferecia um em perfeito estado por R$ 1,9 mil. Entrei em contato com o vendedor pelo WhatsApp, pelo número fornecido no site, e combinamos de nos encontrar em um shopping de Contagem”, relatou.

Os investigadores explicam que essa é uma das estratégias dos bandidos, justamente para não facilitar a identificação pessoal em lugares grandes, com grande movimentação de pessoas.

O comprador diz ainda que foi ao local acompanhado do irmão e o vendedor ficou de encaminhar a nota fiscal por e-mail. O número de série do aparelho (IMEI) ainda foi checado em uma lista de bloqueio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, como não se verificou nenhum problema, o negócio foi concretizado. “Usei o celular normalmente por cinco meses, até ser chamado pela Polícia Civil para prestar depoimento e descobrir que tinha sido vítima de um golpe e que o celular era roubado”, completa.

Segundo o delegado Gustavo Barletta, um trabalho específico para coibir esse tipo de roubo está em andamento. “Temos certeza de que essas pessoas já identificadas e algumas outras se especializaram em cometer esse delito, porque celular é uma coisa que se vende rápido. Mas, como eles não têm conhecimento técnico total, acreditam que na internet conseguem impedir nossa perseguição. Só que muitas vezes eles precisam entregar pessoalmente o telefone e aí fazemos a ligação de tudo que temos à disposição da investigação”, explicou.

O policial explica que os trabalhos de campo dão subsídios materiais à investigação, principalmente no que se refere à movimentação dos criminosos. De outro lado, a tecnologia faz o rastreamento dos aparelhos e apoia os investigadores para se aproximarem ainda mais de ladrões e vendedores. “A investigação é um conjunto de fatos que aponta para determinada direção, mas a possibilidade de usar a tecnologia para chegar até os aparelhos está sendo muito importante para recuperar os celulares”, acrescenta o delegado.
(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Comprador pode virar receptador


A Polícia Civil espera em pouco tempo prender os integrantes da quadrilha e diminuir esse tipo de roubo na Grande BH.

A corporação também dá dicas para se minimizarem riscos de um negócio pela internet. As investigações ainda em andamento vão detalhar a responsabilidade de quem comprou os celulares. Os levantamentos iniciais apontam que essas pessoas realmente foram enganadas, por não haver grandes discrepâncias de valores nas compras, mas o delegado recomenda cuidado aos que têm costume de fazer compras pela internet, pois receptação é crime passível de punição, de acordo com o Código Penal. “Esse tipo de compra por um valor muito abaixo do mercado é o chamado negócio da China. É um negócio ilícito, mesmo que não tenha o conhecimento do comprador. Eu não posso alegar ignorância para me isentar de ser responsabilizado”, completa o delegado.

Em nota, a OLX informou que diariamente são inseridos 500 mil anúncios novos na plataforma, e que toda negociação é feita fora do ambiente do site, sem que a empresa faça intermediação ou participe de qualquer forma das transações, feitas diretamente entre usuários. “Infelizmente, algumas vezes as ferramentas disponíveis no mercado são utilizadas por terceiros de má índole. A empresa repudia esse tipo de atitude, que vai contra as regras da OLX”, informou. A OLX disponibiliza dicas neste link para evitar negócios duvidosos.

 

 

Cerco em boxes do Centro de BH


A Polícia Militar fez ontem uma operação de combate à receptação de celulares no Centro de Belo Horizonte. Segundo o Comando de Policiamento da Capital, foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão em boxes do Shopping Xavantes.

Como resultado, foram apreendidos milhares de aparelhos sem comprovação de procedência, 31 celulares furtados ou roubados, um veículo roubado e 144 invólucros carregados de produtos em desacordo com a legislação fazendária.

Dezesseis pessoas foram presas por receptação e uma por ter mandado de prisão em aberto. Em nota, o shopping informou que a fiscalização dos produtos só pode ser feita pela polícia e que a administração colabora com as operações.

 


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