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Estado de Minas

Em Minas, 433 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2017

O crime de feminicídio é o homicídio contra a mulher motivado por menosprezo ou discriminação, ou por razões de violência doméstica. Ontem, advogada foi morta a facadas pelo ex-companheiro no Bairro Betânia, mesmo com medida protetiva


postado em 25/07/2018 06:00 / atualizado em 25/07/2018 08:11

Advogada Monalisa Camila da Silva, de 36 anos, foi morta pelo ex-companheiro ontem(foto: Reprodução da internet/TV Alterosa)
Advogada Monalisa Camila da Silva, de 36 anos, foi morta pelo ex-companheiro ontem (foto: Reprodução da internet/TV Alterosa)

A medida protetiva contra o ex-companheiro não foi o suficiente para evitar mais uma tragédia. Uma mulher de 36 anos foi assassinada a facadas na manhã de ontem, no bairro Betânia, Região Oeste de Belo Horizonte. A vítima foi morta pelo ex-companheiro, de 37, dentro do escritório de advocacia onde trabalhava. Segundo consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar, o homem alegou ciúmes por ela ter ido a uma festa dias atrás. Os dois tiveram um relacionamento de aproximadamente 15 anos e estavam separados havia cerca de um mês. De acordo com a Polícia Civil, ela já tinha uma medida protetiva contra ele, devido a ameaças.

O crime ocorreu em um imóvel localizado na Rua Dona Bela. Segundo a PM, o próprio autor do crime, Flávio Santos da Silva, foi quem ligou para pedir ajuda. Na ligação, ele informou que matou a esposa e que tentou tirar a própria vida. Viaturas foram ao local, e os militares encontraram o homem sentado em uma escada com uma faca em mãos e ferimentos no tórax. Ele foi socorrido e encaminhado para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Oeste, com ferimentos superficiais.

Em conversa com os militares, ele informou que tinha combinado um encontro com a vítima, a advogada Monalisa Camila da Silva, que o ajudaria a se matricular em um curso. Segundo o boletim de ocorrência da PM, ele alegou que durante o encontro, que ocorreu no escritório onde a mulher trabalhava, em uma anexo da casa dela, houve uma discussão entre os dois. Flávio disse que questionou a ex-companheira sobre uma festa a que ela teria ido dias antes. Ela teria lhe respondido que não era da conta dele, e, por isso, segundo relato do autor, ele desferiu vários socos no rosto de Monalisa, que caiu desacordada. Flávio contou ainda que nesse momento foi até a casa, pegou uma faca, voltou ao escritório e desferiu dois golpes na mulher, no pescoço e no peito.

Quando os policiais chegaram ao local, socorreram o homem para a UPA Oeste e começaram a fazer buscas na casa. Durante a ação, o filho da vítima informou que havia uma sala anexa à residência, onde a mãe trabalhava. Os policiais tiveram que arrombar duas portas para entrar no local, pois ambas estavam trancadas.

A mulher foi encontrada caída no chão atrás de uma mesa do escritório com o rosto coberto com uma blusa. Ela estava com um corte profundo no pescoço e apresentava sinais vitais. Monalisa foi levada para a UPA Oeste, mas não resistiu aos ferimentos. Na casa, foram encontrados dois bilhetes escritos pelo ex-companheiro da vítima. O material foi apreendido e encaminhado para a delegacia. Duas facas usadas no crime foram apreendidas. Flávio deve ser autuado em flagrante por feminicídio.

O crime de feminicídio é o homicídio contra a mulher motivado por menosprezo ou discriminação, ou por razões de violência doméstica. A lei foi sancionada em 2015 e transformou esse tipo de assassinato em crime hediondo. Mas diagnóstico de violência doméstica e familiar contra a mulher em Minas Gerais, produzido pela Sesp, revela que o endurecimento da lei e da punição aos criminosos não representou redução dos casos. No ano em que esse tipo de assassinato passou a ser punido com mais rigor foram registrados 335 casos em Minas. Já em 2016, o total subiu para 397, acréscimo de 18,5%. No ano passado, a quantidade de mulheres executadas por maridos, namorados ou companheiros ou por questões de gênero chegou a 433 ocorrências, 9% a mais no período de 12 meses.

 

 

Briga e tiro


O ex-companheiro de uma sargento da Polícia Militar foi baleado na tarde de ontem, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, durante um atrito entre os dois. De acordo com informações da PM, o homem tomou a arma da policial, que estava de folga e à paisana, e quando ela tentava recuperá-la ocorreu um disparo acidental. A sargento providenciou socorro para seu ex.  O homem, de 41 anos, que seria segurança privado, foi atingido no abdome, levado ao Hospital Regional de Betim e não corre risco de morrer. A sargento também foi atendida, com escoriações, na mesma unidade, já que entrou em luta corporal com o ex-companheiro, que a teria agredido. Ela foi presa em flagrante. A sargento já havia registrado boletim de ocorrência por agressão contra o ex.

 


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