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Estado de Minas

Belo Horizonte tem nova promessa de investimento, mas obras não deslancham

Ministro das Cidades visita a capital e diz que vai "estudar investimentos" em projetos de R$ 1 bilhão em habitação, saneamento e mobilidade urbana, alguns parados ou fora do prazo


postado em 16/01/2018 06:00 / atualizado em 16/01/2018 08:36

Inicialmente previsto para 2016, o término das obras da Via 710 deverá ocorrer somente no fim do ano(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Inicialmente previsto para 2016, o término das obras da Via 710 deverá ocorrer somente no fim do ano (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Promessa de “estudar investimentos” que somam R$ 1 bilhão em saneamento básico, mobilidade urbana e habitação. Foi o que anunciou ontem o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, depois de reunião com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), na manhã de ontem. Porém, as autoridades não detalharam prazo para liberação de recursos nem definiram obras prioritárias. O ministro se limitou a afirmar que “investimentos grandiosos” serão feitos no Córrego da Cachoeirinha, uma obra ainda não licitada, e a visitar duas outras, em andamento e atrasadas na capital: o Viaduto Leste e a Via 710.

Quando questionado sobre os repasses, Baldy disse que devem ocorrer até abril – prazo limite para que ocupantes de cargos executivos se afastem do governo caso desejem se candidatar no segundo semestre. Hoje, o secretário de Obras do município, Josué Valadão e representante da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) vão a Brasília, no Distrito Federal, para uma reunião com o Ministério das Cidades para debater as prioridades de Belo Horizonte

“Projetos que me foram apresentados pela equipe, pelo prefeito, a princípio somam algo em torno de R$ 1 bilhão, seja em habitação, seja em saneamento ou mobilidade urbana. O prefeito e sua equipe mostraram projetos de intervenção na área de saneamento básico – que são importantíssimos para a melhoria da saúde, da qualidade de vida e da segurança por prevenção a enchentes e calamidades – para que, assim, façamos investimentos e que a população não seja colocada novamente em risco”, disse o ministro durante a coletiva de imprensa. Segundo ele, o intuito da visita foi “observar o desafio” e estudar os investimentos. Os recursos devem vir do programa federal Agora é Avançar, lançado em novembro. A promessa do ministro é de que o Complexo da Cachoeirinha, na Região Nordeste, receba “investimentos grandiosos”: “O complexo Cachoeirinha é possivelmente o maior desafio que nós desejamos apoiar e realizar com a Prefeitura de Belo Horizonte.” 


RISCO HISTÓRICO
O local é historicamente conhecido por problemas em decorrência da chuva. A obra prometida contempla a implantação de um canal paralelo em trecho do córrego que começa próximo ao Minas Shopping até o seu lançamento no Ribeirão do Onça, com manutenção da galeria existente, com extensão aproximada de 1 mil metros, melhorando as condições de escoamento desse curso d’ água. A obra chegou a ser orçada em R$ 120 milhões e ainda não há dotação financeira para ela. Segundo a PBH, o projeto ainda está em processo de licitação.


CONCLUSÃO Sem esclarecer se também esses projetos entrariam na rota dos investimentos, o prefeito e o ministro visitaram as obras da Via 710 e do Viaduto Leste – que já receberam repasses federais, mas não foram concluídas no prazo. A visita foi rápida, sem comentários. Em relação à Via 710, que promete o acesso entre as regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte – mais precisamente entre as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado –, as obras estavam previstas para serem terminadas em dezembro. Porém, um novo prazo já foi estabelecido pela PBH. A conclusão agora está prevista para o final de 2018. Entretanto, segundo a própria prefeitura, o prazo está sujeito ao andamento dos processos judiciais de desapropriação, que podem provocar reprogramações no cronograma planejado. A Via 710 contará com uma nova pista de cinco quilômetros de extensão, que deve promover o acesso entre as regiões Leste e Nordeste, ligando as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado, na altura do Minas Shopping. Trata-se de um projeto complexo, envolvendo diversos fatores, como a desapropriação de imóveis.

Também atrasado, o Viaduto Leste deve ficar pronto em março (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Também atrasado, o Viaduto Leste deve ficar pronto em março (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


REPROGRAMAÇÃO Os trabalhos começaram em setembro de 2014, com estimativa inicial de conclusão para o fim de 2016. De acordo com a autarquia, o cronograma foi reprogramado em função do andamento dos processos judiciais de desapropriação e remoções, além de adequações de projetos e implantação de sinalização. A Via 710 promete o acesso entre as regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte – mais precisamente entre as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado. A nova via deve contemplar a melhoria da mobilidade urbana e do planejamento de sistema de transportes da capital, atendendo às necessidades de deslocamento de moradores que utilizam o transporte coletivo por ônibus. O sistema deve interligar bairros como São Geraldo, Boa Vista, Sagrada Família, Fernão Dias, Santa Inês, Cidade Nova, Palmares, Dom Joaquim, São Marcos, São Paulo e União, interligando as avenidas dos Andradas e Cristiano Machado. De acordo com a Sudecap, o projeto contou com investimento de R$ 71 milhões.


Em relação ao novo Viaduto Leste, a Sudecap chegou a anunciar a sua conclusão para este mês, já com um ano de atraso, o que não ocorreu. A obra custou R$ 61 milhões aos cofres públicos. O objetivo é aumentar uma faixa do elevado para veículos no sentido Centro/bairro. O novo viaduto começa com quatro faixas de circulação ao lado do Viaduto Leste, estrutura que hoje serve tanto aos ônibus quanto aos carros que saem do túnel da Cristiano Machado em direção ao Centro de BH, passando ao lado do Shopping Oiapoque e chegando à Praça da Estação. Quando a estrutura chega exatamente acima da Avenida do Contorno e da linha férrea, ela se divide, direcionando os diferentes fluxos para as vias do Hipercentro. Duas faixas continuam paralelas ao Viaduto Leste e se encaixam no meio da Contorno. As outras duas fazem uma curva à direita e fazem o encaixe com a Contorno em seu canto direito, na esquina com a Rua São Paulo, em frente ao Shopping Oiapoque. Os trabalhos se iniciaram em fevereiro de 2015 e a previsão de conclusão, agora, é para março.

 

 

Da prancheta ao canteiro


 

Confira a situação de algumas das obras  prometidas para a capital

»  Córrego Cachoeirinha

Implantação de um canal paralelo em trecho iniciado próximo ao Minas Shopping até o seu lançamento no Ribeirão do Onça, com manutenção da galeria existente, com extensão aproximada de 1 mil metros, melhorando as condições de escoamento desse curso d’ água.
Valor da obra: A obra está
estimada em R$ 112 milhões.
Início: Em processo de licitação
Previsão de término: Sem previsão

»  Viaduto Leste


Este conjunto de obras inclui a construção do Viaduto Leste ligar o corredor de ônibus da Avenida Cristiano Machado com o Hipercentro e alargamento do elevado já existente no local para no sentido Complexo da Lagoinha ao Centro. Os trabalhos estão sendo executados pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
Valor da obra: R$ 61 milhões
Início: Fevereiro de 2015
Previsão de término: Março de 2018.

»  Via 710

A Via 710, com aproximadamente 5 quilômetros de extensão, vai promover o acesso entre as regiões Leste e Nordeste de Belo Horizonte, mais precisamente entre as avenidas dos
Andradas e Cristiano Machado.
Valor da obra: R$ 71 milhões, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
Início: Setembro de 2014
Previsão de término: Final de 2018


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