Médicos e servidores da saúde dos Hospitais João XXIII e Infantil João Paulo II estão paralisados nesta terça-feira para cobrar o fim dos atrasos salariais, o pagamento integral do décimo terceiro até o dia 20 de dezembro, reajustes salariais e melhorias estruturais nos hospitais.
O ato foi convocado pelo Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (SindMed/MG) e da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg).
Os trabalhadores afixaram faixas e cartazes com dizeres contra o governador do estado, Fernando Pimentel (PT), na fachada do João XXIII e se concentraram no local nesta manhã.
Carlos Augusto, diretor da Asthemg, relatou que a categoria não tem condições estruturais de trabalho. "Não temos banheiros para serem utilizados, porque todos os banheiros dos setores da urgência estao estragados. A gente tem que conviver com vaso derramando, torneiras quebradas, e isso ja tem 3 anos que temos reclamado. Temos tido problemas no CTI, na farmácia, que são setores com materias sensíveis e, no caso do CTI, temos pacientes graves e estamos convivendo sem ar condicionado. São ambientes fechados e, nesse período de calor, os pacientes ficam expostos a temperaturas inadequadas. Temos quatro elevadores, mas só um funciona para transportar alimentos e pacientes," contou.
Ainda conforme Carlos Augusto, os profissionais estão com sobrecarga de trabalho e o Hospital João XXIII opera com 30% a menos do quadro de funcionários necessário para suprir o atendimento. "A consequência da sobrecarga é um atendimento mais precário ao paciente., Por se tratar de pronto socorro a gente não restringe o atendimento. Mas se a demanda é a mesma e o numero (de funcionários) é menor, consequentemente isso reflete na forma que estamos dando assistência. Então além de prejudicar o servidor, também prejudica o paciente," concluiu.
A diretora de mobilização do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Ariete Araújo, denunciou que o Governo de Minas Gerais não tem data para pagamento do décimo terceiro e que os salários, escalonados, são pagos com atrasos. A sindicalista também cita,, no protesto, a condição precária da estrutura dos hospitais.
"Os hospitais são de estrutura muito antiga (João XXIII, João Paulo II) e não aguentam amis nenhuma reforma. Então eles estão praticamente abandonados. A gente ja denunciou ao Ministério Público e já também fizemos com o Governo, ams não temos resposta. Ele sempre falam que não tem dinheiro e a situação só vai piorando," destacou.
Os servidores prometem, caso não recebam o décimo terceiro até o dia 21 de dezembro, entrar em greve, segundo informado pelo Sindmed.
O em.com.br entrou em contato com a Fhemig, que informou que a paralisação impactou no atendimento do Hospital João XXIII, mas que não houve problemas no Hospital Infantil João Paulo II. Ainda conforme a fundação, a Secretaria de Estado e Saúde não tem medido esforços para manter os repasses de verbas em dias. Confira a nota na íntegra.
"A atual situação das unidades assistenciais da Rede Fhemig está sendo analisada e todas as ações necessárias à garantia da assistência estão sendo adotadas. Existe um cronograma de investimentos para aquisição de equipamentos e conclusão de obras, entre outras demandas específicas. Tanto no João XXIII como no Hospital Infantil João Paulo II, têm sido feitos investimentos nas melhorias das instalações e na aquisição de equipamentos hospitalares. Com relação ao quadro de pessoal, já foi autorizada pela SEPLAG a abertura de concurso público para a Rede FHEMIG, o que irá promover a estabilização do quadro de pessoal, tendo em vista o provimento das vagas através de servidor concursado, afastando, assim, a precariedade dos contratos administrativos de pessoal. A Secretaria de Estado de Saúde entende a importância de se regularizar os repasses e está trabalhando incessantemente junto à Secretaria da Fazenda para que a situação seja regularizada o mais breve possível."
*Sob supervisão do editor Benny Cohen