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Estado de Minas

Moradores se movimentam contra novos voos na Pampulha

Segundo Associação dos Moradores do Bairro Jaraguá, o barulho ensurdecedor de aviões e helicópteros continua, além do cheiro de querosene queimado


postado em 12/12/2016 19:40 / atualizado em 12/12/2016 22:00

Moradores do entorno do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, mais conhecido como Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, prometem unir forças contra a possibilidade de retomada de voos de grandes jatos para o terminal.

Em 2005, os voos começaram a ser transferidos para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e bastou o aceno da Infraero de que está quase tudo pronto para retomada de aeronaves de grande porte para a Pampulha para reacender uma polêmica antiga.

O barulho ensurdecedor de aviões e helicópteros continua, além do bafo de querosene queimado, e ainda querem trazer mais jatos?”, questionou o representante da Associação dos Moradores do Bairro Jaraguá, Rogério Carneiro de Miranda, que participou de audiência pública nesta segunda-feira na Assembleia Legislativa de Minas. Atualmente, cerca de 160 mil pessoas vivem no entorno do aeroporto.

Para Rogério, se o aeroporto está deficitário atualmente, ficará ainda mais se os direitos dos moradores forem respeitados, como ocorre ao redor de outros aeroportos urbanos do mundo afora. “Na lista de critérios técnicos para retomar voos na Pampulha, nenhum deles levou em consideração a população. O prejuízo do passivo ambiental é ainda mais alto”, criticou Rogério, que defende a criação de um fundo de compensação ambiental a ser cobrado nas passagens de quem embarcar na Pampulha.

O superintendente de Meio Ambiente da Infraero, Fued Abrão Júnior, participou da audiência e disse que podem ser implementadas ações para mitigar os transtornos tomando como base a experiência de Congonhas e Santos Dumont.

“Concordo que o Brasil ainda precisa avançar em compensações ambientais mais efetivas. Mas é preciso entender que o aeroporto é um equipamento urbano e serve ao município e à sociedade. Se está disponível, tem que ter um melhor uso”, ponderou.

A questão financeira também opõe Pampulha a Confins. É o que avalia o diretor-presidente do BH Airport, empresa que administra o aeroporto internacional, Paulo César Rangel.

Segundo ele, apesar de ser simpático à questão, estudos internacionais comprovam que o fluxo de passageiros em Minas não garante sustentabilidade a dois aeroportos. “Um deles vai ser canibalizado. O desenvolvimento de Minas passa pelo fortalecimento do aeroporto internacional”, diz.

A audiência foi promovida pela Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para tratar justamente do gradativo abandono do aeroporto, situado bem ao lado de um dos cartões-postais de Belo Horizonte e que já foi um dos mais movimentados do país. “Hoje só há dois voos comerciais regulares”, lamentou o deputado Agostinho Patrus Filho (PV), autor do requerimento.

Ele se diz preocupado que o Aeroporto da Pampulha, que está perdendo para Confins até mesmo os voos regionais. Segundo ele, contraditoriamente, o governo federal tem investido em melhorias na infraestrutura do local, que opera de forma deficitária.

Ainda de acordo com o parlamentar, o primeiro passo para reverter a situação já foi dado com a Portaria 908, editada em 2016 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que reautoriza a retomada das operações de grandes jatos na Pampulha.

POLÊMICA

Além dos moradores da Pampulha, que apontam problemas como poluição sonora e os riscos inerentes à atividade, gestores de Confins temem perder faturamento com a concorrência. Mas, para o deputado Agostinho Patrus, “é uma tendência mundial que cidades com aeroportos mais distantes tenham outra opção para quem vai de centro a centro. Muito se fala do risco de um aeroporto urbano. Curiosamente, a pista da Pampulha tem um terço a mais de extensão que a de Congonhas e o dobro do Santos Dumont”, disse o deputado, comparando o terminal da Pampulha com os aeroportos de Congonhas, na região central de São Paulo, e Santos Dumont, no Centro do Rio.

O desembargador Doorgal Gustavo Borges de Andrada, neto de um dos fundadores do Aeroporto da Pampulha, foi enfático: afirmou que o aeroporto foi construído na década de 1930 e que quem foi morar lá sabia o que estava fazendo. “É como mudar para uma região hospitalar e reclamar do barulho das ambulâncias”, ironizou. (Com informações da Assembleia Legislativa de Minas)

 

 

RB


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