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Estado de Minas

Represas na Grande BH vão liberar água para aumentar vazão do Rio das Velhas

Manancial que abastece a Região Metropolitana enfrenta situação crítica devido à estiagem prolongada. Reforço deve ocorrer dentro de 20 dias


postado em 19/08/2016 15:01 / atualizado em 19/08/2016 15:37

Rio das Velhas com nível baixo em Honório Bicalho (Nova Lima)(foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Rio das Velhas com nível baixo em Honório Bicalho (Nova Lima) (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Dentro dos próximos 15 dias, um grupo técnico formado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas) e empresas detentoras de barragens na região de Itabirito e Nova Lima, na Grande BH, devem colocar em prática um plano para aumentar a vazão do Velhas. O trabalho tem o objetivo de fazer a gestão hídrica do manancial por meio da liberação de parte da água de represas na região das duas cidades, operadas pela Cemig e por mineradoras, que fazem parte do Ribeirão do Peixe. Outra alternativa, caso o rio que atualmente sofre com a estiagem prolongada alcance níveis ainda mais críticos, é que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) reduza a captação de água no Velhas para atender à Grande BH, privilegiando as captações do Sistema Paraopeba.

Dados dos últimos três dias disponibilizados pela empresa atestam que entre 16 e 18 de agosto, o Rio das Velhas alcançou vazão de 10,6; 11,1 e 11,6 metros cúbicos por segundo (m³/s). Mas, no início da semana, no dia 15, o rio chegou a sua marca mais baixa de vazão nos últimos 30 dias (9,3m³/s). Este índice, se repetido por sete dias seguidos, é suficiente para colocar o manancial em estado de alerta e já configura a situação de escassez de água.

De acordo com o presidente do CBH-Velhas, Marcus Vinícius Polignano, as medidas foram acertadas durante reunião na manhã de hoje entre os representantes do comitê, da Copasa, Cemig e da mineradora Anglo Gold, estas últimas detentoras de barragens na região próxima à captação para abastecimento da Grande BH. “Foi uma reunião para discutir a operação técnica, que deve começar dentro de 15 a 20 dias, no máximo. Já houve acordo entre todos os envolvidos, o que precisa agora é definir quando, e em qual quantidade, as empresas vão liberar água de suas barragens para aumentar a vazão dágua no Velhas”, explicou Polignano.

Segundo ele, a medida é de extrema necessidade para que o velhas possa vencer o período crítico de estiagem que ainda deve se estender até outubro, quando começam as primeiras chuvas. “Ainda estamos no mês de agosto e não temos previsão de chuvas de intensidade maior nessa região”, lembra.

Polignano explicou ainda que a Copasa retira em torno de 6,5 metros cúbicos do Rio das Velhas para atender a Grande BH e que, com marcas na casa dos 10m³/s, sobrariam então apenas 3,5 metros cúbicos para o rio continuar a correr à jusante. O ambientalista destaca que não é possível utilizar todo o rio para abastecer BH, o que poderia inviabilizá-lo do ponto de vista ecológico. “Mas a Copasa já acertou que se esse nível voltar a ser alcançado, a empresa irá reduzir a captação para 5,5m³/s.

Em 2015, quando o manancial viveu uma situação parecida, o pr explica que o foco estava todo voltado para a crise hídrica, o que possibilitou mais atenção ao problema. “Nossa calha vem sofrendo uma série de alterações. Estamos ocupando de forma desordenada uma região de recarga do rio. Não adianta achar que teremos água se fizermos ocupação desordenada. Temos um cenário que realmente preocupa muito”, acrescenta Polignano, lembrando que medidas a longo prazo precisam ser adotadas.


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