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Estado de Minas

Parentes exigem agilidade da polícia no caso de mineiro morto em Guarapari

Para tio da vítima, quanto mais tempo passar, mais difícil será esclarecer circunstâncias da morte do garoto Gabriel Camargo


postado em 12/02/2013 06:00 / atualizado em 12/02/2013 07:04

Adolescente foi enterrado nessa segunda-feira em clima de dor e revolta(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Adolescente foi enterrado nessa segunda-feira em clima de dor e revolta (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)

Numa corrida contra o tempo para que os veranistas que podem servir de testemunhas para elucidar a morte do parente de 14 anos não deixem a cidade de Guarapari antes de serem ouvidos pela polícia, familiares do adolescente Gabriel Camargo Parreiras buscam contatos com pessoas na cidade capixaba e pressionam as autoridades. Em meio ao que classificaram como “descaso” dos registros policiais e apurações da polícia local, lutam para descobrir pistas que expliquem como e por que um jovem alegre e responsável caiu do terceiro andar de um prédio e morreu, na madrugada de sábado. “Se (a polícia) demorar para ouvir as pessoas que alugaram apartamentos para o carnaval, acabou. Todos vão embora para seus estados até quarta-feira”, disse Gustavo Barreiras, tio de Gabriel.


Escolhido como porta-voz da família durante o sepultamento do corpo do adolescente, ontem no fim da manhã no Cemitério Parque da Colina, o jornalista João Luís Chagas Ferreira, primo de Gabriel e dono do apartamento onde ele estava hospedado, disse que surgiram duas hipóteses para explicar a entrada da vítima no edifício errado, onde morreu. “Como tinha consumido bebida alcoólica, o Gabriel deve ter se confundido de prédio e entrado no edifício errado. Uma amiga de Guarapari foi ao local e informou que um grupo de jovens se lembra de tê-lo visto aproveitar a abertura do portão para entrar junto com eles”, conta. Outra hipótese que chegou ao conhecimento dos parentes é a de que um senhor, que alugou o apartamento 201, abriu o portão mesmo sem saber se Gabriel estava hospedado naquele prédio.

Acreditando ter entrado no edifício do primo, onde estava em companhia dos tios-avós, Gabriel subiu até o terceiro andar e a família acredita que ele tenha batido na porta do apartamento 301, que corresponde ao andar do local onde estavam seus familiares. Só se sabe que o apartamento estava vazio e a partir daí começa o mistério sobre as circunstâncias da morte do garoto, que a família tenta desesperadamente investigar.

Queda difícil

Uma amiga de João Luís foi até o edifício onde Gabriel morreu e chegou a subir no andar de onde ele caiu. Segundo suas informações, a janela basculante fica no fim do corredor e tem uma abertura ampla, capaz de comportar até duas pessoas. “Só que a janela fica acima da altura do Gabriel, cerca de 1,8 m. Isso mostra que seria difícil de ele ter esbarrado e caído por acidente ou por estar bêbado. O vidro estava quebrado”, conta. Outro detalhe que chamou a atenção foi parte de os pertences do adolescente ter sido deixada para trás pela polícia. “A carteira dele e um pé de tênis foram largados. Se ele foi levado como desconhecido, não faz sentido deixar para trás os pertences, que poderiam identificá-lo”, questiona.

Muitos amigos do adolescente foram ao velório para se despedir de Gabriel e cantaram Parabéns para você no momento do enterro, numa homenagem ao aniversário do garoto, que faria 15 anos dia 25. Emocionado, o tio-avô dele, o funcionário Aires Ferreira, lembra as últimas palavras que disse ao jovem: que era “um hóspede querido” em sua casa de praia. “Falei para ele não voltar depois da meia-noite, porque iríamos viajar cedo para Meaípe, para passear. Ele concordou e saiu para encontrar os colegas de escola.” Ferreira criticou mais uma vez o descaso das autoridades capixabas. “Fomos duas vezes à delegacia, procuramos os bombeiros e todos os hospitais. Ninguém nos deu informações nem sequer quiseram fazer o boletim de ocorrência antes de completar 24 horas de desaparecimento. Nesse meio-tempo, já haviam recolhido o corpo dele e o enviado como desconhecido para o IML de Vitória”, conta.


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