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Estado de Minas

Dor e revolta marcam enterro de adolescente mineiro que morreu em Guarapari

Corpo de Gabriel Camargo foi sepultado pela manhã no Cemitério Parque da Colina. Familiares voltaram a cobrar explicações das autoridades do Espírito Santo


postado em 11/02/2013 14:26 / atualizado em 11/02/2013 14:33

O velório de Gabriel começou às 23h de domingo no Cemitério Parque da Colina, na Região Oeste de Belo Horizonte, e o sepultamento aconteceu às 11h(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O velório de Gabriel começou às 23h de domingo no Cemitério Parque da Colina, na Região Oeste de Belo Horizonte, e o sepultamento aconteceu às 11h (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


Dezenas de pessoas, principalmente jovens, acompanharam na manhã desta segunda-feira o enterro do estudante Gabriel Camargo Parreiras, de 14 anos. O adolescente passava o carnaval na Praia do Morro, em Guarapari (ES), acompanhado de familiares quando saiu de casa, na última sexta-feira, e não voltou. Ele foi encontrado morto no sábado e a hipótese é de que ele tenha caído de um prédio próximo ao apartamento onde ele estava hospedado.

O velório de Gabriel começou às 23h de domingo no Cemitério Parque da Colina, na Região Oeste de Belo Horizonte, e o sepultamento aconteceu às 11h. Ele estudava no Colégio Rui Barbosa e vários adolescentes compareceram à cerimônia. Os pais de Gabriel, muito abalados, não quiseram falar com a imprensa.

Gabriel morava com os pais no Bairro Cidade Nova e frequentava o grupo de jovens da Igreja Getsemani, no Bairro Dona Clara. (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Gabriel morava com os pais no Bairro Cidade Nova e frequentava o grupo de jovens da Igreja Getsemani, no Bairro Dona Clara. (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


O tio-avô do garoto, Aires Ferreira, de 68 anos, disse novamente que todos estão indignados com a omissão da polícia do Espírito Santo, que já teria feito a ocorrência do encontro do corpo enquanto a família ainda procurava o jovem. Agora, a família aguarda a conclusão do laudo pericial e das investigações, que vão apontar se Gabriel foi vítima de um acidente ou se alguma pessoa estaria envolvida na morte.

Entenda o caso

Gabriel saiu do apartamento em que estava hospedado, na Avenida Oceânica, na Praia do Morro, por volta das 22h de sexta-feira, dizendo aos tios-avós que iria à praia encontrar amigos de BH. Ele prometeu voltar antes da meia-noite. Por volta da 1h de sábado, vendo que o garoto não chegou, o casal saiu para procurá-lo. Os pais, em BH, só foram informados do sumiço de Gabriel na manhã de sábado.

Aires Ferreira conta que, às 7h30 do sábado, ele e a mulher foram ao Samu e ao Corpo de Bombeiros, que informaram não ter havido qualquer ocorrência de homicídio, afogamento ou remoção de um corpo com as características de Gabriel naquela madrugada. Na delegacia de Guarapari, também não tiveram notícias sobre o adolescente, o mesmo ocorrendo nos hospitais da cidade.

Horas depois de informado sobre o desaparecimento do filho, o analista de sistemas Rodrigo Parreiras Passos seguiu de carro para o Espírito Santo, enquanto parentes, em BH, começavam a divulgar o desaparecimento nas redes sociais. Em Guarapari, a tia-avó do adolescente foi a uma lan house, na frente do prédio onde estavam, para imprimir cartazes com a foto de Gabriel. Ao ver as fotos, um funcionário da lan house disse que o garoto havia estado no local até as 22h40 da sexta-feira. A família conseguiu recuperar as últimas mensagens do adolescente na internet. Ele conversou com uma namorada em BH e às 22h40 disse que daria uma volta na praia e voltaria em seguida para o apartamento onde estava hospedado.

Cabriel Camargo completaria 15 anos no dia 25 de fevereiro(foto: Reprodução/Facebook)
Cabriel Camargo completaria 15 anos no dia 25 de fevereiro (foto: Reprodução/Facebook)
Os tios-avós passaram a tarde percorrendo hospitais à procura de Gabriel. Na delegacia de Guarapari, pediram para fazer um boletim de ocorrência, mas o policial de plantão se recusou, dizendo que deveriam esperar 24 horas – fato que a família estranhou, pois a recomendação das polícias é justamente o contrário. Eles voltaram às 21h e, novamente, nenhuma notícia, mesmo depois de o corpo ter sido encontrado.

A família só ficou sabendo da morte de Gabriel por acaso, na madrugada de domingo. Os parentes estavam distribuindo os cartazes com a foto do adolescente quando uma pessoa contou ao pai do garoto que um corpo havia sido resgatado de um terreno próximo. Rodrigo foi ao local, conseguiu entrar no prédio de onde a vítima encontrada no terreno teria caído e reconheceu um pé do tênis do filho, que ainda estava lá. Ele então se dirigiu ao Instituto Médico Legal (IML), onde reconheceu o corpo do filho e constatou a tragédia.

A demora da polícia em informar aos parentes ter encontrado o corpo e a aparente falta de interesse em investigar o caso revoltaram o tio-avô do adolescente. “O corpo foi visto no começo da madrugada por um morador do edifício, que chamou o Samu e os bombeiros. O rapaz da funerária nos falou que a notícia de um garoto que tinha caído de um prédio em Guarapari chegou para eles na tarde de sábado. Ou seja, nesse momento, estávamos pecorrendo o Samu, os bombeiros e a delegacia e ninguém nos deu qualquer informação. Na delegacia, não falavam coisa com coisa”, conta Aires Ferreira.

“O laudo do IML apontou que a causa da morte é uma suposta queda, mas não sabemos se alguém o empurrou. O rosto dele estava bastante machucado, mas também não sabemos se por causa da queda ou se são sinais de violência”, diz Aires. O laudo definitivo ficará pronto em 15 dias.

Um estudante de engenharia do Rio de Janeiro, que estava hospedado com amigos no prédio vizinho ao da família, pode ter sido uma das últimas pessoas a ver Gabriel. Eles se encontraram na praia. O rapaz avisou que voltaria para casa e o adolescente disse que ficaria mais um pouco. (Com Junia Oliveira e Landercy Hemerson)


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