(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pais de adolescente mineiro morto em Guarapari dizem que "a polícia foi displicente"


postado em 11/02/2013 00:12 / atualizado em 11/02/2013 07:43

Daniel Camargos

Além da dor provocada pela perda do filho tão jovem, os pais de Gabriel Camargo Parreiras estão revoltados com o trabalho da polícia capixaba. “A vida da gente tem um buraco agora. Preciso saber o que aconteceu com ele”, desabafa a mãe de Gabriel, a enfermeira Paula Adriana de Freitas. O pai de Gabriel, o analista de sistemas Rodrigo Parreiras Passos, considera que a Polícia Civil de Guarapari tratou a situação com descaso. “O meu tio (tio-avô de Gabriel) procurou por ele em todos os lugares, tentou registrar a ocorrência na polícia, mas só conseguiu depois que completou 24 horas do desaparecimento. O pior é que o corpo já havia sido encontrado, estava no IML de Vitória e nada foi informado”, lamenta o pai.

Rodrigo diz que enquanto estava buscando pelo filho e pregando cartazes em Guarapari recebeu a informação de que havia ocorrido um suicídio e procurou novamente a polícia, mas foi informado que quem havia morrido era um adolescente com várias passagens de polícia. “Foi quando uma moça – que sabia que um rapaz havia pulado de um prédio na noite de sexta-feira – viu um dos cartazes que preguei e foi até o prédio, levou o cartaz e confirmou que quem havia morrido era meu filho”, explica.

O pai foi até o local e soube dos moradores que seu filho chegou ao edifício onde morreu acreditando ser o prédio do tio-avô, onde estava hospedado. Os dois imóveis são parecidos e distantes 400m um do outro. “Contaram que ele havia bebido vodca, estava desorientado e batia a campainha dizendo que queria ir para o apartamento 301”, afirma o pai. Um dos moradores, ao ver a confusão, foi ao encontro de Gabriel e o levou até o terceiro andar. “Depois de 10 minutos ele escutou um barulho e viu que alguém tinha caído”, afirma Rodrigo.

Gabriel estava hospedado no apartamento 301, porém de outro prédio da mesma avenida, a Oceânica, na Praia do Morro. Nessa época, a maioria dos apartamentos é alugada para o carnaval e não são os donos dos imóveis que ocupam o local. “A polícia tratou o caso com displicência. Não procurou saber quem estava no apartamento 301, como ele caiu e por que um pé do tênis dele ficou pendurado na janela. Fez apenas uma perícia de praxe”, queixa a mãe de Gabriel.

Paula afirma que seu filho não tinha perfil de suicida nem motivo para  se matar. “Ele estava apaixonado por uma menina. Tinha feito uma tatuagem de henna com o nome dela e ia renovar, para quando voltasse para Belo Horizonte a tatuagem ficasse bonita. Ele não tinha motivo, estava de férias e feliz. Era um menino bom demais. Quando eu acordava ele estava na cozinha lavando louça. Ninguém tenta suicídio pulando de um terceiro andar de um prédio. Ele era covarde, não teria coragem e também não tinha traços de depressão”, garante a mãe.

Gabriel morava com os pais no Bairro Cidade Nova e frequentava o grupo de jovens da Igreja Getsemani, no Bairro Dona Clara. Ele havia repetido de ano na escola duas vezes e neste ano começou a estudar no Colégio Rui Barbosa, com o objetivo de fazer um ano letivo em seis meses e recuperar o tempo perdido. Ele completaria 15 anos no dia 25. “Estávamos pensando em como seria a festa”, conta a mãe.
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)