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Estado de Minas

Mineiro encontrado morto em Guarapari teria se jogado de prédio; família contesta

O Corpo do adolescente será velado a partir das 23 horas deste domingo, no Cemitério da Colina, onde está previsto também o sepultamento, às 11 horas desta segunda-feira


postado em 10/02/2013 18:47 / atualizado em 10/02/2013 19:49


A família do adolescente encontrado morto em Guarapari, no Espírito Santo, na madrugada desse sábado, está “chateada e impotente” diante das investigações da Polícia Civil daquele estado, que concluiu que Gabriel Camargos Parreiras, de 14 anos, teria se jogado do terceiro andar de um prédio. A informação é do tio paterno do adolescente, Marcelo Woidella, que estava em Guarapari junto com outros familiares de Gabriel.

Marcelo disse que a polícia teria dito a outro tio de Gabriel, Gustavo Parreira Passos, que o adolescente teria se jogado do terceiro andar de um edifício onde o corpo foi encontrado na madrugada desse sábado. “Não temos nenhum documento, perícia, absolutamente nada que comprove essa conclusão da polícia”, garante Marcelo. Segundo ele, o único documento liberado foi o atestado de óbito, emitido pelo Instituto Médico Legal de Guarapari, que atesta que o adolescente morreu vítima de traumatismo craniano.

Marcelo também contou que a família de Gabriel não conseguiu entender vários aspectos da conduta dos policiais que investigaram o caso e, ainda, daqueles que foram procurados para fazer o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento do adolescente. De acordo com Marcelo, o sobrinho estava desaparecido desde as 22 horas da última sexta-feira. “Mas entre o desaparecimento do Gabriel e encontrarmos o corpo dele houve muitas coisas estranhas, que a polícia não explicou ainda”, reclamou o tio do adolescente morto.

Marcelo contou que a família passou o sábado espalhando cartazes com a foto e o aviso de desaparecimento de Gabriel. “Fomos à delegacia para fazer o boletim de ocorrência no sábado, mas os policiais não quiseram, dizendo que precisava completar 24 horas do desaparecimento. Também nos disseram que não havia registro de nenhuma ocorrência envolvendo adolescente com a descrição feita do Gabriel”, relatou Marcelo.

Entretanto, acrescenta Marcelo, o corpo do garoto foi retirado do prédio na madrugada de sábado, entre 4h e 5h da manhã. “Só ficamos sabendo da morte do Gabriel na madrugada de domingo, entre meia-noite e uma hora da manhã”, lembra o tio do adolescente. Assim mesmo, contou, a notícia foi dada por uma moradora do edifício onde o corpo do adolescente foi encontrado. “Ela viu o pai do Gabriel colando o cartaz sobre o desaparecimento e disse que o corpo de um garoto com as mesmas descrições tinha sido encontrado no edifício onde ela mora”, disse Marcelo.

Os responsáveis pela investigação da morte de Gabriel foram procurados na delegacia onde o caso foi registrado. Entretanto, não foram encontrados para comentar o assunto.

Menino dócil


O tio de Gabriel disse que toda a família está “em estado de choque” porque, além do fim trágico do adolescente, os motivos que o levaram à morte “não combina com o meno dócil que ele era”. Marcelo disse que a polícia também relatou aos familiares que Gabriel teria chegado bêbado ao edifício, por volta das 11 horas de sexta-feira, onde foi encontrado morto.

Segundo a polícia, relatou Marcelo, Gabriel entrou no prédio acompanhado de um morador do prédio, que teria aberto as portas do edifício depois que o adolescente interfonou no apartamento desse morador. Em seguida, esse morador, não identificado, o teria deixado à porta de outro apartamento. “O que sabemos é que depois disso houve um estrondo e moradores viram um corpo caído na área interna do edifício”, contou Marcelo.

O tio do adolescente também relatou que o pai de Gabriel e um outro tio foram até o edifício e lá encontraram o tênis e carteira do jovem. “Por que esses pertences do meu sobrinho não foram recolhidos pelos policiais?”, indaga Marcelo.

Viagem com os familiares


Segundo Andréa Camargos, tia materna do adolescente, ele morava com o pai no Bairro Cidade Nova, Região Nordeste de Belo Horizonte, e estudava no Colégio Rui Barbosa. Ele viajou para Guarapari para passar o carnaval com os avós e tios paternos na cidade.

O tio-avô de Gabriel, Aires Ferreira, de 68 anos, tem um apartamento na Avenida Oceânica, na Praia do Morro, há mais de 15 anos.  Segundo relato dos familiares, Gabriel saiu de casa às 22h de sexta-feira prometendo voltar à meia-noite e meia. “Ele sempre honrava o que prometia”, dise Marcelo. Por volta da uma hora desse sábado, os familiares saíram para procurar o adolescente. Eles deram uma volta na praia para procurá-lo. Aires disse ter entrado em contato com um estudante de Engenharia do Rio de Janeiro, que estava hospedado no prédio em frente ao deles e conheceu Gabriel neste fim de semana. O jovem contou que eles se encontraram na praia à noite e  ele depois foi embora, deixando o amigo lá. O estudante procurou a família assim que soube do desaparecimento e ajudou nas buscas.

Busca

Os familiares de Gabriel contaram que procuaram o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), às 7h30 desse sábado, mas os dois órgãos garantiram não terem feito a remoção de qualquer vítima de afogamento ou homicídio com aquelas características. Gabriel também não foi encontrado no Conselho Tutelar, nem na delegacia da cidade. Eles fizeram outra ronda nos mesmos locais às 14h do sábado. A família, então, decidiu procurar a Polícia Civil para registrar o desaparecimento de Gabriel, mas o policial que estava no local se recusou, dizendo que eles deviam esperar completar 24 horas do sumiço para fazer o documento. Eles retornaram às 21h e fizeram o boletim de ocorrência.

Em Belo Horizonte, Marcelo Woidella disse ter recebido uma ligação de Aires, neste domingo, às 7h, informando sobre o desaparecimento do rapaz. Eles estavam preocupados, pois ele sempre voltava nos horários combinados quando saía de casa. Em seguida, ele ligou para o pai do menino, Rodrigo Parreiras Passos. Ao ser informado, Rodrigo e o irmãos Gustavo pegaram a estrada para o Espírito Santo, pois não conseguiram passagens de avião. Neste intervalo, Marcelo, que tem o login e a senha do Facebook do sobrinho, acessou a página dele na rede social - para pedir ajuda a conhecidos - e descobriu que ele havia conversado com uma “paquera” de BH até as 22h40 de sexta, quando ele se despediu dizendo que iria para a praia e, em seguida, voltaria para casa.

Gabriel acessou a internet de uma lan-house que fica em uma galeria em frente ao prédio do tio-avô. Ele e a esposa foram até o local e o proprietário confirmou ter visto ao adolescente no local até as 22h40. Eles, então, imprimiram cópias de uma foto em que Gabriel mostrava uma tatuagem de henna com o nome da garota com quem havia conversado pela internet - encontrada por Marcelo na rede social - e saíram para distribuir o material na esperança de que alguém o tivesse visto.

Reconhecimento


O pai do adolescente e o tio  Gustavo chegaram a Guarapari entre 22h e 23h de sábado e também saíram para espalhar os panfletos. Já no início da madrugada, ROdrigo Passos foi abordado por uma mulher. Ela disse que o rapaz da foto havia caído de um prédio na Avenida Oceânica. Imediatamente, o pai de Gabriel foi até o local, que fica a 400 metros do apartamento da família, e encontrou um tênis que pertencia ao adolescente. Um morador do prédio disse ter visto um corpo caído no terreno ao lado do edifício e acionou os bombeiros e o Samu, que removeram a vítima. Rodrigo procurou o Instituto Médico Legal (IML) de Vitória e reconheceu o corpo do filho adolescente.

A família acredita que houve omissão dos órgãos competentes na cidade. O tio-avô de Gabriel chama atenção para o fato de que o corpo do rapaz já havia sido recolhido enquanto eles faziam as buscas no sábado. O corpo do adolescente tem vários ferimentos o rosto e o laudo preliminar indica “morte por suposta queda”. A conclusão do laudo sai em 15 dias.



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