Na lista de bens tombados pela Prefeitura de Belo Horizonte, alguns acabam perecendo, não importa o que se faça: são as árvores. Uma delas, apesar de protegida pelo poder público, foi esmorecendo, perdendo folhas, galhos... A paineira enraizada há quase um século em frente ao número 2.669 da Rua Bernardo Guimarães, no Bairro Santo Agostinho, morreu e deve ser completamente removida logo após o carnaval, segundo a Regional Centro-Sul.
A planta continuou a definhar e, no último fim de semana, perdeu parte do tronco, de 1,1 metro de diâmetro. Até ontem, ninguém havia alertado a Regional Centro-Sul sobre o ocorrido. Parece que apenas João Heringer teria esse direito. Conhecido como Coronel, o homem, morador de um prédio em frente à paineira, cuidava da árvore como se fosse da família. Na tarde de ontem, vizinhos informaram que ele estava viajando e ainda não sabia de nada.
“A árvore era linda, toda florida. Enorme. Mas já tem um tempo que ela está assim, sem nada”, lamentava, com expressão triste, a aposentada Wanda Vieira Leal, de 63 anos, que vive há 20 em um apartamento em frente à paineira. A árvore não é nem sombra do que já foi um dia. Em 9 de abril de 1986, quando foi tombada pela prefeitura, estimava-se que tivesse quase 80 anos. Media 18 metros de altura e a copa se estendia por aproximadamente 20 metros de diâmetro. Hoje, resta apenas a base do tronco, desfolhado, envolto por um colorido jardim, criado e mantido pelo Coronel.