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Estado de Minas

Quase 500 mulheres engravidaram em BH em 2012 por meio de reprodução assistida

Projeção é de que número cresça 15% neste ano


postado em 01/01/2013 06:00 / atualizado em 01/01/2013 08:15

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
Mais do que fazer planos para o ano novo, a executiva do setor joalheiro Karla Antunes, de 39 anos, traz o futuro dentro da barriga. “Chiara representa o que temos de melhor para oferecer ao mundo”, acredita ela, que está grávida de sete meses e tentava havia cinco anos ter filhos com o marido, o executivo italiano Enzo Pasquali, de 46. Karla faz parte do grupo de quase 500 mulheres de Belo Horizonte que conseguiram materializar em 2012 o sonho de engravidar com a ajuda de técnicas de fecundação, segundo estimativa baseada em dados da Rede Latina Americana de Reprodução Assistida (RedLara). Em 2013, o número deverá ser ainda maior. Centros de reprodução assistida da capital mineira projetam alta de 15% na procura por esse tipo de serviço, por conta de fatores como o aperfeiçoamento de tecnologias de fecundação e a maior disposição, acesso ao conhecimento e recursos de casais para investir na maternidade tardia.

No ano passado, estima-se que 1,5 mil tratamentos de reprodução assistida foram realizados em Belo Horizonte, sem contar congelamento de óvulos. Do total, com base em dados da RedLara, em média, 40% apresentaram taxa de sucesso, índice superior aos 35% registrados em média na América Latina. “Uma moça de 30 anos tem uma taxa de fecundação de 20%. Com a fertilização in vitro (FIV), o índice sobe para 50%, o que representa mais que o dobro em relação aos chamados métodos naturais”, diz Selmo Geber, médico da Clínica Origen. “Com o impacto da idade, porém, os índices sofrem redução. Nossa meta é chegar a 100%, este seria o meu presente de ano novo”, graceja. Selmo Geber lembra que, apesar de avanços das técnicas, há especificidades que a ciência não desvendou, o que faz com que nem todos os procedimentos tenham o resultado esperado. Fatores como a idade da mãe e do pai, bem como possíveis complicações para engravidar identificadas durante o processo, podem atrasar ou até impedir a gestação.

Com as novas técnicas, a medicina reprodutiva adiou os limites de idade impostos para a mulher se tornar mãe, por meio do congelamento de óvulos, por exemplo, e desenvolver taxas de gravidez mais altas com a seleção dos melhores embriões. “Um fator importante para evolução do tratamento é o embrião, o outro é o útero e o terceiro é o diálogo entre eles. O médico pode ter um embrião de ótima qualidade, que é transferido para um útero com ótimo aspecto, mas os dois podem não dialogar entre si. Não se sabe ainda o que leva determinado embrião a se fixar ou não no útero”, explica Selmo Geber. “Por isso, alguns tratamentos dão certo e outros não”, acrescenta. No ano passado, segundo estimativa da RedLara, 600 mulheres engravidaram em BH por meio de reprodução assistida. Dessas gestações, 20% (120) foram interrompidas. Em 5% dos casos em que as gestações transcorreram normalmente, as mulheres tiveram gêmeos.
 
Longa jornada O empresário Adelson Vasconcelos, de 37, e mulher dele, Luciana, de 38, passaram por dificuldades até realizar em 2012 o sonho de ter um filho. “Depois de tanto sofrimento e dor, achava que não iria mais conseguir, mas meu marido sempre confiou”, lembra Luciana. Ela conta que começou a tentar engravidar em 2004, quando completou 30 anos, mas somente buscou ajuda cinco anos depois. A partir daí, submeteu-se a três ciclos (tratamentos), sem sucesso. Passados oito longos anos de angústia, Luciana conseguiu engravidar quando trocou de clínica. Segundo ela, o novo médico tratou da trombofilia (doença que provoca coagulação do sangue, interrompendo a gravidez) muito antes da transferência do embrião. Com isso, ele “conseguiu ‘segurar’ a gravidez”, conta.

“Os pais que conseguem ter filhos depois de muitas tentativas ficam bestificados diante da presença de uma criança. É gratificante”, comenta o médico Bruno Scheffer, diretor do Instituto Brasileiro de Reprodução Humana Assistida (Ibrra). “Estou rindo para as paredes”, admite Adelson, que se vangloria de ter sido o primeiro a saber do nascimento de Gabriela, que recebeu alta da UTI neonatal no dia 25 de dezembro. “Luciana recebeu anestesia geral e levou três, quatro horas para acordar da anestesia. Fiquei sozinho olhando para a Gabriela, sem meus pés tocarem no chão. Foi uma sensação indescritível”, revela.

Recorrer à reprodução assistida, porém, ainda exige investimento alto. Dependendo da técnica usada e da clínica escolhida, cada tentativa em Belo Horizonte pode variar de R$ 7 mil a R$ 15 mil, valor que em geral pode ser parcelado. Para quem tem condições, especialistas sugerem se submeter ao tratamento o quanto antes.“Em vez de optar logo pela reprodução assistida, muitas vezes o casal fica com medo e se retrai. É melhor se decidir logo”, defende Bruno Scheffer.


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