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Estado de Minas CRIAÇÃO COLETIVA

Ambiente com proposta surrealista vence prêmio da CasaCor Minas

'Da Natureza Surreal das Coisas' é assinado pela artista Susana Bastos com o arquiteto Marcelo Alvarenga, a paisagista Marina Tadeu e o cenógrafo Alexandre Hugo


11/09/2022 04:00 - atualizado 09/09/2022 10:59

ambiente vencedor premio alva design Marina Tadeu Paisagismo
Melhor Ambiente da edição 2022 da mostra de decoração, escolhido pelo corpo de jurados: 'Da Natureza Surreal das Coisas' assinado por Alva Design e Marina Tadeu Paisagismo (foto: Jomar Bragança/Divulgação)
Design, arquitetura, paisagismo, arte e uma pitada de surrealismo. A mistura se revela instigante em “Da Natureza Surreal das Coisas”, escolhido como o melhor ambiente da 27ª edição da CasaCor Minas Gerais pelo Prêmio Estado de Minas de Arquitetura e Design de Interiores. Instalado no segundo andar do Palácio das Mangabeiras, resulta de uma criação coletiva da artista Susana Bastos com o arquiteto Marcelo Alvarenga, a paisagista Marina Tadeu e o cenógrafo Alexandre Hugo.
 
O projeto uniu a ideia de Marina de criar uma instalação com plantas, propondo um paisagismo não convencional, com o desejo de Marcelo de fazer algo mais artístico, que não fosse simplesmente um ambiente para a mostra de arquitetura. Também deu lugar aos impulsos criativos de Susana, que alimentava uma vontade de fundir as peças da Alva Design com a natureza.
 
“Todos nós temos estímulos artísticos e vimos nessa junção a chance de experimentar coisas que não necessariamente fazemos no nosso trabalho, cada um com a sua expertise”, pontua o arquiteto da Play Arquitetura, que também é sócio da sua irmã, Susana, na Alva Design.

Do chão ao teto, todos os elementos do grande salão foram pintados de branco. Marcelo pensou em dar destaque para os objetos e as plantas, sem descaracterizar a arquitetura de Oscar Niemeyer.
 
Alexandre Hugo, Marcelo Alvarenga, Marina Tadeu Susana Bastos
Alexandre Hugo, Marcelo Alvarenga, Marina Tadeu e Susana Bastos: quarteto partiu para uma experimentação artística (foto: Bárbara Dutra/Divulgação)
 
Na verdade, a interação com ela ocorre de várias maneiras. “Os totens brancos são elementos expositivos que se relacionam com as colunas da arquitetura original”, exemplifica Marcelo.
 
Por definição, o ambiente é uma loja e galeria de arte. Ao mesmo tempo em que há vasos com plantas à venda, nos deparamos com instalações artísticas, que mesclam design e paisagismo. Mas tudo está ali para provocar o olhar, gerar curiosidade e até causar um certo estranhamento. Tanto que o surrealismo se faz presente o tempo todo.
 
“Escolhemos peças que trazem um pouco do surreal, de um universo mais artístico, do experimento, para se juntar ao absurdo das plantas”, aponta Susana.
 
Como criar uma relação entre vaso e planta que saia do ordinário? Os artistas pensaram em combinações que realmente beiram o absurdo. Susana e Marcelo usam pedra sabão, enquanto Marina e Alexandre exploram apenas tons de verde. A ousadia2  está nas formas, sejam do homem ou da natureza.
 
vaso alva design com planta marina tadeu paisagismo
(foto: Jomar Bragança/Divulgação)
 
No totem mais alto, a planta barba de velho desce de um vaso como um cabelo exageradamente comprido. Ao lado, o pequeno vaso apoiado no chão só não passa despercebido porque abriga a arália elegantíssima, arbusto que quer chegar ao teto.
 
Mais surreal ainda é ver um vaso maciço, partido ao meio, que serve de apoio para as tillandsias, plantas aéreas que só precisam da umidade do ar para viver.
 
Nos exemplos acima, Marina buscou a espécie “perfeita” para vasos existentes. Susana e Marcelo também criaram peças para receber plantas específicas. Como no caso do vaso com uma sequência de “espinhos” de latão, que acompanham o formato da agave-palito.

Paisagismo provocador

A intervenção paisagística não transforma apenas os objetos. Chega também para provocar a arquitetura. A natureza, literalmente, toma conta do lugar. Ninguém imagina que vai encontrar dois jardins com plantas externas que “nascem” do chão, cercadas de musgos. Imediatamente, surge o questionamento: como o verde surgiu naquele lugar?
 
lareira com musgo alva design marina tadeu paisagismo
(foto: Jomar Bragança/Divulgação)
 
Marina gosta de um paisagismo mais naturalista, com uma composição mais orgânica e menos ordenada. E vai além ao colocar dentro de um espaço fechado, todo branco, o que pode ser visto como “mato” de beira de estrada.
 
“As pessoas buscam jardins organizados, mas ali não existe nenhuma espécie ornamental, utilizada em um paisagismo tradicional. Separadamente, as plantas são ordinárias”, provoca.

A paisagista aposta na mistura de plantas com tons de verde, texturas e alturas contrastantes. Entre as espécies, capim-do-texas, carqueja, babosa e orelha-de-onça.
 
Ainda na ideia da “invasão” do verde, musgos e líquens revestem o topo da coluna e “abraçam” a lareira. Se você for bem atento, vai enxergar uma planta saindo do teto. A sensação é de que a natureza, que já logo ali, atrás do paredão curvo de janelas, encontra brechas para ocupar aquele lugar.
 
Objetos da Alva Design, que não necessariamente estão à venda, reforçam a proposta do surrealismo. O bloco de papel Gold está pendurado na parede, sem função, e o pequeno espelho Oco distorce a imagem, que fica de cabeça para baixo.
 
vaso alva design com cacto marina tadeu paisagismo
(foto: Jomar Bragança/Divulgação)
 
O banco alto Amparo tem um quarto pé disforme de bronze. Há, ainda, potes em formatos de bichos e silhuetas de rostos. Até a fotografia, que faz parte do ensaio da linha de mesas Piscinas, também entra na decoração, como uma obra de arte.
 
Complementam o ambiente peças garimpadas em parceria com a loja/galeria de móveis Pé Palito. Uma delas é a enorme gamela de madeira, dos anos 1800, onde se apoiam toalhas de piquenique.
 
Como cenógrafo (e ator), Alexandre analisa o projeto pelo lado da expografia. Fala em teatralidade do espaço, que vai se construindo com elementos-surpresa e convida o espectador para um momento de descobertas.
 
“As etapas vão se desnudando à medida que subimos a escada. Observei que as pessoas olham direto para o jardim da lareira. Depois ampliam o olhar e vão descobrindo outras peças.” Segundo ele, visitar o ambiente é uma experiência sensorial.

Serviço

27ª CasaCor Minas
Até 25 de setembro, no Palácio das Mangabeiras (Rua Professor Djalma Guimarães, 157, Mangabeiras)
Ingressos na bilheteria da mostra ou pelo site  
 
Horário de funcionamento
Terça a Sexta feira - das 14h às 21h (visitação até as 22h)
Sábado - das 12h às 21h (visitação até as 22h)
Domingo - das 12h às 19h (visitação até as 20h)

Valores de ingressos
>> De terça a sexta-feira
Inteira - R$ 70
Meia-entrada (mediante comprovação) - R$ 35
>> Sábados, domingos e feriados
Inteira - R$ 80
Meia-entrada (mediante comprovação) - R$ 40


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