O Brasil é um dos países com mais solicitações de vistos profissionais, segundo o Departamento do Governo Americano para Assuntos Consulares. De acordo com uma
análise da National Foundation for American Policy
, em setembro de 2021 já eram 1,2 milhão de vagas para profissionais da área de TI.
Brasileiros da área de exatas têm cada vez mais imigrado para o mercado de trabalho dos Estados Unidos, e, segundo Wagner Pontes, CEO da D4U USA Group, assessoria legal imigratória com escritórios no Brasil e Estados Unidos, a cada 1.000 pedidos de visto permanente que realizam, 20% são de profissionais ligados às áreas de tecnologia e ciências exatas.
Uma das vantagens dessa imigração é que o salário é muito atraente nos EUA, de acordo com Wagner Pontes: ”Segundo o site Glassdoor, por exemplo, um engenheiro de software pode chegar a ganhar por volta de U$ 180.000 por ano no estado da Califórnia.”
Wagner Pontes explica que profissionais com bacharelado e pelo menos cinco anos de experiência na área, são considerados acima da média: “E também profissionais com bacharelado e mestrado, mesmo que com menos de cinco anos de experiência.” Segundo ele, esses são elegíveis para solicitar o Green Card. E dependendo do perfil profissional, o processo de emissão do visto permanente pode demorar menos de um ano.
Visto
Um desses brasileiros da área de tecnologia que estão em processo de imigração para os EUA é Rafael Velozo, de Brasília. O engenheiro de software iniciou seu processo de imigração há pouco mais de um ano, e trabalha em tecnologia da informação há mais de 15 anos.
"Trabalhei na Polícia Civil, no Banco Central e em outros órgãos públicos aqui no Brasil. A vontade de ir para o exterior começou depois que tive minha primeira filha, e comecei a olhar mais para as oportunidades no exterior, por volta de 2015.”
No visto EB2 - NIW, National Interest Waiver ou exceção de interesse nacional, não é necessária uma oferta de trabalho, pois o histórico profissional e acadêmico são os pontos que elegem a aplicação do visto. “Por isso, milhares de brasileiros se tornaram nossos clientes e tem conseguido o Green Card. A aprovação desse visto leva direto ao Green Card, sem a necessidade de uma empresa ofertando uma vaga”, explica Wagner Pontes.
“O processo começa com avaliação de currículo, serviço gratuito no nosso escritório. Ele pode ser elegível pelo Diploma Avançado, onde o requerente precisa comprovar que detém grau acadêmico avançado, como mestrado americano ou equivalente em seu país de origem, ou possuir um Diploma de Bacharel acrescido de 5 anos de experiência progressiva na área de formação.”
Rafael Velozo atualmente está em processo de confirmação de informações gerais para a obtenção do Green Card. Segundo ele, essa etapa dura de 4 a 6 meses, mas devido à pandemia, pode levar até um ano.
Uma outra forma de conseguir o visto é pelas habilidades excepcionais. O requerente precisa cumprir com, no mínimo 3 dos 6 requisitos previstos pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS).
Segundo o CEO da D4U USA Group, é necessário que o candidato demonstre que possui habilidades excepcionais em ciências, artes ou negócios. “Entre os requisitos estão: diploma ou certificado, cartas de empregadores que comprovem 5 anos de experiência para quem tem bacharelado e 10 anos para curso técnico, licença para praticar sua atividade, evidência que tem um salário acima da média na área de atuação, ser associado a alguma instituição da categoria.”
Outras áreas
A área da tecnologia é uma das mais demandadas. Apesar disso, Wagner Pontes explica que além da área de TI, a assessoria de imigração tem uma demanda muito grande na área da saúde e na área de engenharia. Segundo ele, "também são áreas de grande interesse para o Governo Americano onde há mais oferta de emprego e pouca mão de obra”, ressalta.
“Temos aprovações de áreas muito específicas também, como: designer de sapatos, especialistas em cigarros eletrônicos e até treinador de cavalos aprovados. A linha de profissões é imensa e não há uma exclusão por alguma área. Se o profissional tem formação e experiência ele já pode ser elegível ao visto.”
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.