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Estado de Minas CONJUNTURA

Endividamento das famílias brasileiras bate recorde em julho

Pesquisa divulgada pela CNC nesta segunda-feira (8/8) aponta que o endividamento das famílias chegou a 78% no mês passado; o maior percentual em 12 anos


08/08/2022 12:16 - atualizado 08/08/2022 14:27

Na foto, charge mostra um pai com várias dívidas na mesa. No desenho, também é possível ver um quadro da família na parede
Esse é o maior percentual de inadimplência registrado desde 2010, quando foi iniciada a apuração mensal (foto: Thiago Fagundes/CB/D.A Press)
Após três meses em queda, o endividamento das famílias brasileiras voltou a bater recorde. Segundo os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta segunda-feira (8/8), em julho, o endividamento das famílias chegou a 78%. Esse é o maior percentual de inadimplência registrado desde 2010, quando iniciou a apuração mensal.

Houve aumento de 0,7 ponto percentual (p.p.) na comparação com o mês anterior e de 6,6 p.p. em relação a julho do ano passado. Além da inadimplência, 29% dos lares brasileiros têm contas atrasadas. O percentual de comprometimento da renda permanece nos mesmos 30,4% desde abril, mas 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas.

“A alta dos indicadores de inadimplência, após queda nos meses de abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito momentâneo no pagamento de contas ou dívidas já atrasadas, concentrado no segundo trimestre deste ano”, avaliou o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Em julho, a proporção daqueles que afirmaram não ter condições de pagar os débitos já atrasados cresceu 0,1% em relação a junho. A maioria dos que permanecerão sem pagar contas ou dívidas já atrasadas de meses anteriores está entre os consumidores que não concluíram o ensino médio (13%), que também foram os que mais precisaram atrasar pagamentos no próprio mês de julho (33,3%).

A aceleração do endividamento neste início de semestre ocorreu de forma semelhante nas duas faixas de renda pesquisadas. Para as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos por mês, a contratação de dívidas voltou a subir (0,8%) depois de dois meses de redução. Entre os que recebem até 10 salários, o endividamento cresceu em 0,6%.
 
“As classes de despesas das famílias que ganham menos são justamente as que tiveram maiores aumentos recentes de preços, então elas acabam gastando uma parcela maior do orçamento para fazer frente ao aumento da inflação. Ou seja, as famílias com menor renda foram mais afetadas e aumentaram o endividamento, a despeito dos juros altos, para sustentar seu nível de consumo”, explicou Izis Ferreira, economista da CNC, responsável pela pesquisa.

Queda das dívidas com cartão de crédito

Julho foi o terceiro mês consecutivo com queda das dívidas de cartão de crédito, movimento verificado nos dois grupos de renda. Do total de endividados no país, 85,4% possuem dívidas no cartão de crédito, proporção que havia chegado a 88,8% em abril deste ano.

Na comparação dos grupos de renda, desde fevereiro deste ano, a proporção de endividados no cartão de crédito está maior entre as famílias com mais de 10 salários mínimos, mas o indicador aproximou-se do observado para as famílias com renda inferior a esse valor. Os consumidores com até 35 anos de idade são os mais endividados (87,5%).


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