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Estado de Minas IPCA

Com disparada nos planos de saúde, inflação em BH aumenta em 1,45% em junho

Planos tiveram alta de 15,40% no mês passado, elevando os custos com saúde e despesas pessoais. Gasolina tem queda de 1,19%, e etanol recua 8,93%


05/07/2022 14:05 - atualizado 05/07/2022 17:37

Equipamentos médicos
Planos de saúde cresceram mais de 15% em junho e aceleraram inflação em BH (foto: Ministério da Saúde/Divulgação)
Por conta dos últimos reajustes nos planos de saúde individuais, o custo de vida em Belo Horizonte, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve avanço de 1,45% em junho. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (5/7) pela Fundação Ipead/UFMG e aborda a evolução dos gastos das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. 

A inflação já apresenta alta de 6,11% no ano e 11,64% nos últimos 12 meses. Apesar da variação negativa de itens que haviam tido maior peso em meses anteriores – casos da gasolina (queda de 1,19%) e do etanol (recuo de 8,93%)  –, os custos com saúde e cuidados especiais apresentaram elevação de preços, com alta de 7,66% em junho e 10,97% em 2022.

Os planos de saúde foram os campeões na inflação de junho, com alta de 15,40% e contribuição de 0,52 ponto percentual (p.p.) na variação do IPCA.

"O plano de saúde veio recompor aquilo que ocorreu nos últimos dois anos. Em 2020, ele aumentou cerca de 8,5%, mas em 2021 houve queda de 8,17%, pela não utilização dos serviços, em função da pandemia. Agora, os custos com assistência de saúde aumentaram muito em relação a 2021, o que explica essa variação expressiva nos custos", ressalta o economista Eduardo Antunes, da Fundação Ipead/UFMG.

"Além dos planos de saúde, tivemos o automóvel novo, que subiu quase 3% e representa uma parcela significativa no mês. O leite também subiu bem e avançou 11% na inflação, o que interferiu na inflação de junho", complementa.

As passagens aéreas encareceram 30,53% no mês, mas têm peso de 0,10 pontos percentuais no cálculo da inflação. Também com o mesmo peso de 0,10 p.p., o leite apresentou alta de 10,71%. 

Alimentos


Os alimentos de elaboração primária vêm logo a seguir, com variação de 4,16% no mês e 11,26% no ano. Os alimentos industrializados tiveram inflação de 1,23% em junho, com variação positiva de 9,33% desde janeiro.

Por fim os alimentos in natura tiveram efeito reverso e apresentaram retração 3,62% no mês. Em 2022, no entanto, o item segue com inflação de 18,47%.

Segundo a Fundação Ipead/UFMG, o item "encargos e manutenção nas residências" apresentou variação positiva de 2,37%, o que contribui para inflação de 5,93% no ano e 9,62% nos últimos 12 meses. Os artigos de residência tiveram alta de 2,06% em junho e 4,51% no ano.

As despesas com vestuário tiveram ligeira alta de 0,78% em junho. No ano, a inflação atingiu a faixa dos 7,80%, enquanto a variação nos últimos 12 meses foi de 12,91%.

Já as despesas pessoais tiveram aumento de 0,96% no mês passado, o que leva a uma variação de 6,09% em 2022 e 11,57% nos últimos 12 meses. 

Gasolina 


Com a redução do PIS/Cofins, impostos federais, a gasolina está abaixo dos R$ 7 em BH. E a tendência é que o preço tenha nova redução com a nova alíquota do ICMS, que baixou de 31% para 18% no estado. Nesse sentido, o produto deve jogar o índice para baixo a partir do levantamento de julho.

"A gasolina começou a cair nos últimos dias de junho com a redução dos tributos federais. Agora, vai haver redução dos tributos estaduais, no caso o ICMS. Esperamos que esses valores cheguem à população e que isso se reflita no índice", afirma Eduardo Antunes. 

Cesta básica


A cesta básica em Belo Horizonte se manteve praticamente estável (recuo de 0,03%) e custou R$ 680,58. O valor equivale a 56,15% do salário mínimo, o que mantém a cesta da capital mineira como uma das mais caras do Brasil. 

A pequena queda em comparação com maio se deve ao recuo do tomate (8,18%), da batata inglesa (5,79%) e do chã de dentro (0,43%). Produtos como óleo de soja (-1,68%), banana caturra (-1,11%), pão francês (-0,52%) e arroz (-0,99%) também tiveram retração de preços.

"Há um 'cabo de guerra' entre os produtos, o que acaba influenciando na inflação. No mês passado, houve uma queda mais expressiva, de quase 5%, mas em junho. Agora houve pequena queda. O tomate foi o que mais interferiu, já que era um dos grandes vilões e agora segura o preço da cesta básica", afirma Antunes.

Por sua vez, o feijão carioquinha foi o item com maior inflação em junho, com alta de 15,09%. Em 2022, a inflação do produto já chega a 39,81%, enquanto a variação nos últimos 12 meses foi de 28,20%.

Já o leite pasteurizado teve inflação de 6,60%, contribuindo para aumento de 38,57% em 2022 e de 43,40% nos últimos 12 meses. 

A manteiga apresentou variação positiva de 1,54% em junho, enquanto o café moído teve inflação de 1,20%. A farinha de trigo aumentou 0,79%. "A farinha continua muito atrelada ao dólar e acaba sofrendo variação no mercado. No ano, houve aumento de 28%, o que acaba se revertendo nos produtos que são usados para a fabricação, como o pão", afirma o economista. 


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