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Estado de Minas VARIAÇÃO ACIMA DE 270%

Carnes ficam ainda mais caras em BH, aponta pesquisa

Pesquisa aponta variação acima de 270% no quilo de bisteca suína e no quilo de alcatra em açougues de Belo Horizonte


18/04/2022 11:54 - atualizado 18/04/2022 12:31

Placa com preços de carnes em BH
De acordo com a pesquisa, o quilo de bisteca suína e do quilo de alcatra tem a maior variação em açougues de Belo Horizonte (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Os aumentos dos preços das carnes bovinas, suínas e frangos tem feito com que os consumidores belo-horizontinos se adaptem à realidade financeira e enfrentem mais um desafio para o bolso e para a mesa. O mais recente levantamento feito pelo Mercado Mineiro mostra grandes variações no preço da carne, com valores que podem ultrapassar 270%.

O levantamento foi feito em 39 estabelecimentos de Belo Horizonte e Região Metropolitana, entre 12 e 15 de abril. Para o economista e coordenador do Mercado Mineiro e aplicativo ComOferta, Feliciano Abreu, os consumidores devem ficar atentos às variações de preços entre um estabelecimento e outro. 

"As carnes estão com preços em patamares muito elevados, então o consumidor tem que pesquisar, ficar atento às ofertas e comprar onde que tem o melhor custo benefício em matéria de qualidade e preço", pontua o economista.
 

Alta nos preços das carnes 

 
De acordo com a pesquisa, o preço médio do quilo de bisteca suína e do quilo de alcatra foram as carnes com as maiores altas, registrando 2,5% e 2,15%, respectivamente. O quilo de bisteca suína subiu de R$ 17,68 para R$ 18,12. Já o preço médio do quilo da alcatra foi de R$ 48,50 para R$ 49,54. 

Dentre as outras carnes bovinas, o quilo da maminha subiu 1,44%, e o preço médio, que era de R$ 45,66, foi para R$ 46,32. O quilo do contra filé subiu 0,88%, passando de R$ 50,48 para R$ 50,92.

Os preços de algumas carnes suínas também apresentaram um leve aumento no último mês. De acordo com a pesquisa, o preço médio do copa lombo subiu de R$ 16,89 para R$ 17,23, um aumento de 2%. 

O pernil com osso apresentou um aumento de 1,97%, saindo de R$ 15,46 para R$ 15,76. Já o lombinho filé foi de R$ 19,66 para R$ 20,00, um aumento de 1,74%. 

Para quem precisa economizar, as proteínas continuam sendo a melhor opção. De acordo com a pesquisa, o preço do frango se manteve estável no último mês. O quilo da asa resfriada subiu de R$ 16,00 para R$ 16,21, alta de 1,30%. O quilo do pé de frango, que custava R$ 7,02 foi para R$ 7,09, ou seja, 0,95% mais caro. 

Já o quilo do coraçãozinho ficou 0,78% mais caro, um aumento de R$ R$ 26,82 para R$ 27,03. O quilo do peito resfriado teve o menor aumento, subiu de R$ 14,51 para R$ 14,60, isto é, 0,61% mais caro.

Variação nos preços é de até 278%


Além de se preocupar com a alta dos preços, os consumidores também precisam se atentar a diferença encontrada nos valores. A empregada doméstica Regina da Silva, de 58 anos, conta que varia de estabelecimento buscando sempre os melhores preços. " Vou em um, vou em outro, o que estiver com preço melhor eu compro. Mas às vezes compensa, às vezes não, depende muito", disse ela.

Açougueiro segurando carne
Economista alerta para que consumidores fiquem atentos a variação de preços entre um estabelecimento e outro (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
De acordo com a pesquisa do Mercado Mineiro, o quilo da picanha e da bisteca suína foram os cortes com as maiores variações apontadas entre um estabelecimento e outro, registrando, respectivamente, 278% e 274% de diferença.

O quilo da picanha pode ir de R$ 49,99 até R$ 189,00. Já a bisteca pode ser encontrada de R$ 11,99 até R$ 44,95 o quilo. 

O quilo da alcatra pode custar de R$ 39,49 até R$ 94,95, uma diferença de 140%. Já o quilo do filé mignon pode custar de R$ 49,99 até R$ 119,00, uma variação de 138%. 

A maminha, com uma variação de 133%, pode ser encontrada de R$ 38,49 até R$ 89,95 o quilo. O quilo do miolo de alcatra vai de R$ 40,99 até R$ 94,95, diferença de 131% entre um estabelecimento e outro. O quilo do contrafilé varia de R$ 39,99 até R$ 89,95, uma variação de de 124%.

Nas carnes suínas a variação também é significativa. O quilo do toucinho para torresmo pode ser encontrado no valor de R$ 13,95 até R$ 34,80, uma diferença de 149%. O quilo da costelinha foi encontrado de R$ 14,95 até R$ 34,95, ou seja, 133% de diferença. 

Com uma variação de 114%, o quilo do lombinho filé pode custar de R$ 13,95 até R$ 29,99. Já o quilo do pernil resfriado sem osso está custando de R$ 12,95 até R$ 25,00, uma diferença de 93%.

Das variações de frango, a opção que apresentou maior aumento foi o quilo do pé de frango, com uma variação de 141% pode ser encontrado de R$ 4,55 até R$ 10,99. O quilo do peito resfriado está custando de R$ 11,99 até R$ 21,90, uma diferença de 82%. 

Já o quilo da asa resfriada pode ser encontrado de R$ 13,75 até R$ 24,95, uma diferença de 81%. O quilo da coxa e sobrecoxa pode ir de R$ 9,95 até R$ 17,95, 80% de diferença. O quilo do frango resfriado foi o que teve menor variação entre um estabelecimento e outro, podendo ir de R$ 8,99 até R$ 15,50, uma variação de 72%.
         

Impacto na mesa 


Com a alta dos preços da carne, Regina tem alternado entre várias opções para as refeições do dia, optando pelos valores mais em conta. Ela conta que devido ao alto custo a carne vermelha não é uma prioridade ultimamente. "Tenho comprado mais frango e às vezes peixe, a carne vermelha subiu demais, não está dando para comer carne vermelha todos os dias. O preço de tudo está um absurdo.", diz.

Ela conta que outras opções para complementar as refeições tem sido a soja e o ovo. "A gente não tá tendo opção, estamos ficando sem comer carne mesmo. O povo brasileiro está batalhando para colocar comida na mesa já que está tudo muito caro. Se esses preços não baixarem, nós, mais pobres vamos ficar sem consumir carne", pontua.

Para a dona de casa Rita Valéria Ferreira, de 58 anos, os custos também estão afetando as refeições. Ela conta que esperava que com a Semana Santa, período onde diversos fiéis deixam de consumir a carne vermelha, os preços baixassem um pouco, mas não foi essa realidade que ela encontrou nos estabelecimentos. 

"Eu compro um acém, cozinho, acrescento uma verdura", conta como tem alternado as refeições. "A carne de bife está um preço bem elevado né!? Os preços não estão abaixando. O jeito é fazer um omelete, comprar peito de frango que é mais barato. Cada dia faço uma coisinha e assim eu vou levando", diz Rita. 

Ao contrário de Regina, que busca pesquisar os preços em diferentes açougues, Rita diz que prefere comprar a carne sempre no mesmo estabelecimento. Ela conta que, geralmente, quando procura outro açougue não vê uma diferença significativa nos preços. 

"O pagamento aqui em casa é uma vez no mês, então acabo comprando quando dá. Não fico procurando oferta em um açougue ou outro. Quando acaba eu volto e compro para durar mais alguns dias", conta. "E não tá fazendo muita diferença nos lugares não, parece que tá tudo um preço só. Não tá compensando andar", completa.
 
A pesquisa completa está disponível no site do Mercado Mineiro.  
 
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 


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