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Estado de Minas AUMENTO NOS COMBUSTÍVEIS

Litro da gasolina e etanol tem novo aumento de preço nos postos de BH

Levantamento feio pelo Mercado Mineiro apontou aumento 1,86% no preço médio do etanol; preço da gasolina varia mais de 10% entre o menor e o maior valor


09/08/2021 10:12 - atualizado 09/08/2021 13:27

Posto de combustível no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de BH, vendendo a gasolina comum por R$ 6,399(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Posto de combustível no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de BH, vendendo a gasolina comum por R$ 6,399 (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Os motoristas de Belo Horizonte e Região Metropolitana precisam seguir atentos aos aumentos no preço dos combustíveis. Segundo pesquisa feita pelo Mercado Mineiro, de janeiro até agosto, o valor médio da gasolina subiu 27,29% (R$1,269), passando a custar de R$4,649 para R$5,918. 

Desde o aumento no preço nas refinarias da gasolina, do diesel e do gás de cozinha pela Petrobras, os valores cobrados nos postos de combustíveis vêm crescendo na capital mineira e cidades vizinhas. 

“O questionamento é mesmo que com a redução do preço do petróleo no mercado externo não vai ter quedas? A queda não chega para o consumidor. Esses aumentos inviabilizam principalmente os profissionais da área, como os motoristas de aplicativo e taxistas”,  disse o diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

Nesta última pesquisa, realizada em 145 estabelecimentos, entre os dias 5 a 8 de agosto, o menor preço encontrado da gasolina comum foi R$5,720, na Região Centro, e o maior, R$6,299, na Região Centro-Sul, variando 10,12%. Em cerca de um mês, o valor médio do litro da gasolina comum subiu 0,59%, passando de R$5,883 para R$5,918.

Já o menor preço encontrado do etanol entre os postos pesquisados foi de R$4,110, na Região Centro, e o maior de R$4,699, nas Regiões Centro-Sul e Noroeste, com uma variação de 14,33%. Na comparação realizada no dia 7 de julho, foi apontado que o valor médio do combustível subiu 1,86% (R$0.08), passando a custar de R$4,240 para R$4,319. 

De acordo com o diretor do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, o etanol continua não sendo viável para o bolso do consumidor quando comparamos os preços médios. Desde janeiro, seu valor aumentou 34,42%, subindo de R$3,213 para R$4,319. 

“Tivemos agora a volta do aumento do preço do etanol, que tinha caído na primeira semana de julho. Hoje, essa relação dele com a gasolina não é boa, já que corresponde a 73% do preço médio. Mas a diferença de preço é muito pequena, o consumidor tem que avaliar o que é melhor para ele”, disse.

Posto de combustível no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, vendendo a gasolina comum por R$ 5,99(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Posto de combustível no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, vendendo a gasolina comum por R$ 5,99 (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Em contramão dos demais, o custo médio do litro do diesel se manteve estável nos últimos 30 dias. Em 7 de julho, ele custava R$4,694 e passou para R$4,691 (-R$0.003) até o momento. O menor valor encontrado nos postos de combustíveis de BH foi de R$4,455, na Região Barreiro, e o maior R$4,999, em Betim, uma variação de 12,21%. 

Feliciano ressalta como essas elevações têm consequências ainda maiores para os comerciantes. “Fico muito preocupado com os aumentos que ficam argumentando na função do combustível. De uma certa forma, o combustível pesa muito na entrega das mercadorias. Imagina um produtor rural que precisa contratar um caminhão e frete, que também vai aumentar. Ele tem muitas vezes que reduzir seu lucro, o que inviabiliza seu negócio”, disse o pesquisador.

Os efeitos da inflação e petróleo no preço dos combustíveis


Segundo o analista de economia e política Miguel Daoud, o metódo adotado pela Petrobras é um dos fatores que influenciam neste aumento constante nos preços da gasolina, etanol e diesel. Ele explica que os valores dos combustíveis não são tabelados, tendo uma dinâmica diferente. 

“Vem de uma influência política da Petrobras em repassar diretamente das refinarias aos consumidores pela variação internacional do preço do petróleo e do câmbio, que neste ano teve um impulso. Alguns questionam se a Petrobras está correta ou não em fazer isso, o próprio presidente já questionou, mas tudo indica que ela continua repassando esse preços”, afirmou.

Outro motivo citado pelo analista é o grande aumento da inflação no Brasil. Segundo o último Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central com a projeção para os principais indicadores econômicos, a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,79% para 6,88%. É a 18ª elevação consecutiva na projeção.

Em junho, a inflação desacelerou para 0,53%, depois de chegar a 0,83% em maio. Ainda assim, com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,77%, no ano, e 8,35%, nos últimos 12 meses. O IPCA-15, que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,72% no mês passado, a maior variação do IPCA-15 para um mês de julho desde 2004 (0,93%).

“Um posto de gasolina pode corrigir os preços dos combustíveis de acordo com a inflação, em função de uma série de fatores. O Banco Central parece que perdeu um pouco o controle da situação. Ainda temos na memória do Brasil a inflação, ela ainda existe. Então temos no presente uma expectativa inflacionária que acaba se auto reafirmando. A economia  como um todo está sujeita a isso e os combustíveis não estão de fora”, disse Miguel Daoud.

Com o país longe de superar esse aumento da inflação e a crise econômica, os consumidores são quem mais continuarão sofrendo as consequências. “A inflação é um fenômeno econômico que acontece devido ao descontrole da oferta e demanda. Quando há um descontrole na demanda, você aumenta a taxa de juros. Mas, quando a origem da inflação é na oferta, a taxa de juro não resolve muito. É preciso um esforço maior. Então a inflação não vai se resolver muito com esse aumento. Temos um cenário muito difícil pela frente da retração da nossa economia, em decorrência de uma série de fatores como o desemprego, aumento da informalidade e até mesmo a crise hídrica. Infelizmente, o combustível vai penalizar muito o brasileiro”, afirmou Miguel.


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