(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Abraham Weintraub é confirmado como diretor do Banco Mundial

De acordo com reportagem publicada pelo Estadão, o ex-ministro da Educação deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto


30/07/2020 23:03 - atualizado 31/07/2020 07:54

Weintraub receberá salário de US$ 21,5 mil mensais (o equivalente a R$ 110 mil)(foto: Evaristo Sá/AFP)
Weintraub receberá salário de US$ 21,5 mil mensais (o equivalente a R$ 110 mil) (foto: Evaristo Sá/AFP)
O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi confirmado nesta quinta-feira (30) como diretor executivo do Banco Mundial, que tem sede em Washington, nos Estados Unidos, de acordo com reportagem publicada pelo Estadão. “O Banco Mundial confirma que o Sr. Abraham Weintraub foi eleito pelo grupo de países (conhecido como constituency) representando Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago para ser Diretor Executivo no Conselho do Banco”, informou o banco nesta noite.

“O Sr. Weintraub deve assumir seu cargo na primeira semana de agosto e cumprirá o atual mandato que termina em 31 de outubro de 2020, quando a posição será novamente aberta para eleição. Diretores Executivos não são funcionários do Banco Mundial. Eles são nomeados ou eleitos pelos representantes dos nossos acionistas”, diz a nota da instituição.

O Banco não informou até o momento quais países representados pela diretoria que Weintraub irá ocupar foram favoráveis à nomeação do brasileiro e se houve algum voto contrário.

A confirmação do nome de Weintraub na eleição interna do consórcio de nove países do qual o Brasil faz parte era considerada meramente protocolar. Como o Brasil tem mais de 50% do poder de voto da chamada “constituency”, o País conseguiria eleger o diretor executivo ainda que os demais se opusessem.

Weintraub foi eleito para servir até 31 de outubro de 2020, quando será necessário nova nomeação e eleição. No cargo, ele receberá salário de US$ 21,5 mil mensais (o equivalente a R$ 110 mil).
 
O ministro foi indicado em 17 de junho pelo Ministério da Economia para assumir uma diretoria executiva no banco ao deixar o governo Bolsonaro. Integrante da chamada ala ideológica do governo e amigo dos filhos do presidente, Weintraub acumulou crises nos 14 meses em que esteve à frente do Ministério da Educação, incluindo embates com o governo chinês e com os ministros do Supremo Tribunal Federal, os quais chamou de “vagabundos” em reunião ministerial de abril que teve vídeo divulgado.

Weintraub saiu do Brasil rumo aos Estados Unidos às pressas em junho, antes da publicação de sua exoneração do governo. Ele é investigado no chamado inquérito das fake news, que tramita no STF, e também alvo de inquérito no qual é acusado de racismo. Weintraub embarcou aos EUA no mesmo dia em que um senador da Rede protocolou pedido de apreensão do passaporte do ex-ministro, para evitar que ele deixasse o País.

A forma de entrada do ex-ministro nos EUA não foi esclarecida até o momento. Até a oficialização realizada nesta quinta-feira ele não tinha vinculação com o Banco Mundial. O jornal O Globo revelou que o Itamaraty pediu no dia 18 de junho à embaixada americana um visto de entrada para Weintraub com dados do passaporte diplomático ao qual o brasileiro tinha acesso por ser ministro da Educação, no mesmo dia em que ele anunciou a saída do cargo. O ministro embarcou para a Flórida no dia 19 de junho.

No final do mês de junho, funcionários do banco protestaram contra a indicação de Weintraub. A Associação de Funcionários do Banco Mundial chegou a pedir que o Comitê de Ética da instituição suspendesse e investigasse a indicação do ex-ministro da Educação do Brasil. A direção do Comitê de Ética do banco afirmou que não exerce influência sobre a seleção dos diretores executivos indicados pelos países que integram o banco e que Weintraub estaria submetido ao código de conduta da instituição apenas após assumir o cargo.

O grupo que representa os trabalhadores do banco afirma que o caso Weintraub expôs uma “falha fundamental na governança” do banco. “É razoável esperar que o Banco Mundial tenha uma opinião sobre as qualificações básicas necessárias para assumir essas posições. Deveria ser bastante razoável esperar que o Banco Mundial tenha uma palavra a dizer quando o candidato nos expõe a um risco de reputação considerável e compromete nossa capacidade de cumprir nossa missão”, afirmam os funcionários.

Os funcionários prometeram “comemorar em uma maneira diferente” se Weintraub fosse oficializado como diretor e cobraram do Comitê de Ética uma “palestra severa” para o primeiro dia de trabalho do brasileiro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)