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Estado de Minas COVID-19

MG: Mais da metade das cidades relata problemas de abastecimento

Secretária de Agricultura descarta risco de falta de alimentos, mas admite que preços de alguns produtos podem subir pontualmente


06/05/2020 17:49 - atualizado 06/05/2020 18:24

Comercialização de hortifruti segue normal na Ceasa-MG(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Comercialização de hortifruti segue normal na Ceasa-MG (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), quase 55% dos municípios mineiros tiveram, na última semana, algum tipo de problema no abastecimento relacionado a produtos agropecuários. Dados da pasta apontam que, aproximadamente, 34,1% das cidades relataram baixo comprometimento na disponibilidade dos gêneros alimentícios. As localidades que apontaram problemas contundentes somam 4,7%, enquanto 15,9% estão em um nível intermediário.

Os números foram apresentadas nesta quarta-feira pela chefe da pasta, Ana Maria Soares Valentini, durante reunião virtual com deputados estaduais.

De acordo com ela, apenas seis municípios do estado sofreram com dificuldades impostas pelas restrições à circulação de pessoas, reflexo da pandemia do novo coronavírus. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater) tem monitorado a situação semanalmente. Aos parlamentares, Valentini disse não acreditar em uma crise de desabastecimento. “Não vamos ficar sem alimentos. O que pode acontecer é o aumento no preço de um gênero ou outro”, disse.

A Secretaria de Agricultura pretende, ainda, expandir o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O governo estadual tenta, junto ao Ministério da Cidadania, obter R$ 30 milhões para os municípios mineiros.

Agricultura familiar

A COVID-19 impactou fortemente a rotina dos agricultores familiares. Um levantamento da pasta aponta que problemas para comercializar seus produtos não foram sentidos por apenas 13% deles. Segundo Valentini, embora a Emater tenha criado uma cartilha com recomendações sanitárias para a realização de feiras livres durante a pandemia, o número de eventos do tipo diminuiu.

“A proibição das feiras livres na maioria dos municípios fez com que a maioria dos agricultores familiares ficassem sem ter como escoar a produção”, explicou, lembrando que feiras livres virtuais têm ocorrido com o apoio da Emater. A pasta monitora, ainda, o nível de abastecimento e os preços praticados nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-Minas).

O fechamento das escolas também prejudica a agricultura familiar, visto que parte das receitas do setor é advinda dos alimentos destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A Seapa propõe uma alternativa para atenuar o problema.

“Nossa sugestão é que os alimentos sejam adquiridos e levados aos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), para que sejam distribuídos à população de baixa renda e em situação de vulnerabilidade. Os produtos são perecíveis e o agricultor não pode ficar sem receber”, ressaltou.

Crescimento

Os deputados puderam visualizar, ainda, dados que mostram crescimento da produção mineira no primeiro trimestre deste ano. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o valor bruto arrecadado por lavoura, agropecuária e pecuária subiu, em média, 14,5%.

“Esperamos que (o crescimento) possa ajudar no enfrentamento à crise e na retomada da economia”, pontuou. A pasta pretende, ainda, amparar setores que sofrem com a retração provocada pela pandemia.

A campanha “Envie um abraço em forma de flor”, por exemplo, busca auxiliar os floricultores. A ideia é incentivar a compra de flores no Dia das Mães. Queijos e outros produtos lácteos devem, posteriormente, ganhar apoio semelhante.

Por compor o grupo de risco para o coronavírus, a secretária participou do encontro por videoconferência.


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