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Estado de Minas

Produção mineral tem queda de 18% e setor sente efeito da COVID-19

Mineradoras produziram 45 milhões de toneladas a menos no primeiro trimestre, sobre igual período de 2019. Vendas externas caíram 17,7%


postado em 16/04/2020 04:00 / atualizado em 16/04/2020 08:30

Chuvas fortes, desaquecimento global e pandemia afetaram ritmo das empresas de minério de ferro no primeiro trimestre (foto: Graziela Reis/EM/D.A Press %u2013 7/4/17)
Chuvas fortes, desaquecimento global e pandemia afetaram ritmo das empresas de minério de ferro no primeiro trimestre (foto: Graziela Reis/EM/D.A Press %u2013 7/4/17)

A produção mineral brasileira teve queda de 17,67% em volume no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado, com 220 milhões de toneladas produzidas de janeiro a março, contra 265,45 milhões de toneladas nos três primeiros meses de 2019 e já começou a sentir os efeitos da pandemia do novo coronavírus, segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Em relação ao quarto trimestre a queda foi de 18%. “Para os próximos meses, qualquer projeção leva em conta que não se sabe qual será a evolução da pandemia, mas no primeiro trimestre o setor não foi muito afetado, à exceção do mês de março”, afirmou ontem o presidente do Conselho do Ibram, Wilson Nélio Brumer.
 
O valor da produção mineral (excluindo petróleo e gás) foi estimado em R$ 36 bilhões, com o Pará respondendo por R$ 16,11 bilhões (45%) e Minas Gerais por R$ 12,87 bilhões (36%). Em termos de produtos, minério de ferro respondeu por 63% e ouro por 11% da receita do setor no primeiro trimestre. Como o levantamento foi feito com base em dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), não houve comparação com trimestres anteriores. Ainda segundo o Ibram, não há um levantamento da produção por estado. Mas o volume lavrado em Minas está menor. “Com Brumadinho (rompimento da barragem) muitas minas foram paralisadas em Minas e ainda não foram totalmente retomadas”, afirmou o diretor-presidente do Ibram, Flávio Ottoni Penido.
 
Brumer evitou fazer projeções para o setor este ano em função da COVID-19 mas admitiu que ela terá impacto com a redução dos preços das commodities e também nos volumes produzidos. “A China está retomando paulatinamente as compras, mas a Europa está semi-paralizada e a expectativa é de que a produção tenha sim uma queda”, afirmou Brumer. No primeiro trimestre deste ano, segundo Flávio Penido, as fortes chuvas do início do ano, a desaceleração da economia mundial e os efeitos do novo coronavírus na Ásia tiveram impacto no setor.
 
Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) considerou que a indústria extrativa do país pode ter redução este ano entre 17,4% no caso de medidas restritivas por 30 dias e 46,2% se o isolamento social permanecer por 90 dias. No caso de Minas Gerais, essa redução pode variar de 19,7% e 51,5%. As projeções incluem a exploração de petróleo e gás. Considerando apenas a produção de minério de ferro, a estimativa é de redução de atividade entre 9,7% e 30,7% no estado e 9,8% e 31,3% no país.
 
Apesar da retração no volume produzido no início do ano e das incertezas com relação aos próximos meses, Brumer garantiu que não há, por parte de nenhuma empresa associada sobre redução de quadro de pessoal. Hoje, o setor emprega diretamente 174 mil trabalhadores. “Algumas deram férias coletivas ou estão com todo o administrativo trabalhando em casa e adotaram medidas de redução de pessoal operacional, com distanciamento e outras medidas, mas não há sinalização de redução do quadro de trabalhadores”, afirmou o presidente do Conselho do Ibram.
 
“O setor mineral, assim como vários setores da economia brasileira, está sendo afetado e tomando providências para garantir a saúde e segurança dos seus trabalhadores diretos e de terceiros com o objetivo de preservar os empregos e evitar desabastecimento”, disse o presidente do Conselho do Ibram ao lembrar que grandes empresas do setor estão contribuindo com a compra de equipamentos de proteção e doações no combate ao novo coronavírus.

Exportações e impostos


Com o avanço do novo coronavírus inicialmente na Ásia e depois para a Europa, as exportações de minério recuaram de 177 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2019 para 147 milhões de toneladas de janeiro a março deste ano, um tombo de 17,7%. Em relação ao último trimestre do ano passado (179 milhões de toneladas), a redução foi de 18%. Em termos de valor, as exportações deste início de ano somaram US$ 6,983 bilhões, contra US$ 7,034 bilhões de igual período do ano passado, se mantendo praticamente estável. Já sobre o último trimestre de 2019 (US$ 8,033 bilhões), a queda foi de 13,1%. Segundo Wilson Brumer, o saldo da balança comercial do setor no primeiro trimestre, de US$ 5,7 bilhões superou o superávit comercial do país no período, que foi de US$ 5,6 bilhões.
 
O presidente do Conselho do Ibram informou ainda que o setor recolheu R$ 12 bilhões em impostos nos três primeiros meses do ano, incluindo R$ 1,025 bilhão da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). Desse total, R$ 519 milhões foram destinados ao Pará e R$ 392 milhões para os municípios mineiros.



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