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Estado de Minas

Coronavírus derruba venda de veículos em 18,6%, mas abril será pior ainda

Apesar de se recusar a fazer projeções no momento atual, Anfavea não esconde possibilidade de que no próximo mês desempenho seja tão ruim quanto o final de março, onde a última semana registrou uma queda nas vendas de 86% quando comparada à primeira


postado em 06/04/2020 12:57 / atualizado em 06/04/2020 13:04

(foto: Kia/Divulgação)
(foto: Kia/Divulgação)

O efeito inicial da pandemia de coronavírus no setor de veículos brasileiro começa a ser quantificado no balanço de março apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Com um volume de vendas de 163,6 mil automóveis, março registrou uma queda de 18,6% em relação ao mês anterior e de 21,8% em relação ao mesmo mês de 2019. No primeiro trimestre de 2020 a queda foi de 8,1%, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

 Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, classificou a queda como “muito forte” e explica que a primeira quinzena do mês vinha com uma boa média diária de licenciamentos, entre 10 e 11 mil unidades, mas o impacto do coronavírus foi sentido mesmo na segunda quinzena. “Na terceira semana de março, de 15 a 21, esta média caiu para 9,4 mil, número que despencou para 1,2 mil na quarta semana (de 22 a 28). Entre a primeira e a última semana do mês, houve queda de 86,5%. Assim como março, abril também deve ter essa mesma dimensão”, avalia.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea(foto: Anfavea/Divulgação)
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea (foto: Anfavea/Divulgação)
O representante dos fabricantes  disse que, por enquanto, a Anfavea não pretende fazer projeções para 2020 porque entende que estamos no meio de uma crise muito profunda, que afeta o consumidor final, a produção, os investimento e o mercado financeiro. Mas, em linhas gerais, Moraes acredita que o segundo trimestre vai ser muito ruim para a economia como um todo, mas espera que no terceiro trimestre ela venha melhorando e que isso se consolide no quarto trimestre. “Mas, mesmo assim, não estamos seguros para fazer projecões. Os fabricantes estão se reestruturando para voltar à atividade, mas é difícil precisar uma data, que depende da situação na área da saúde”, afirmou .

Com 190 mil veículos, a produção de automóveis de março teve decréscimo de 7% em relação a fevereiro e de 21,1% frente a 2019. No primeiro trimestre de 2020 a produção foi de 585,9 mil automóveis, uma redução de 16% quando comparado ao mesmo período do ano passado. As exportações tambem foram afetadas, somando 30,8 mil unidades em março, 18,3% a menos que fevereiro e 21,1% menor que março de 2019. No primeiro trimestre de 2020 a exportação somou 89 mil veículos, queda de 14,9% frente ao mesmo período do ano passado. Segundo o presidente da Anfavea, antes mesmo da crise do coronavírus já era esperado um decréscimo de 11% das exportações em 2020.

O estoque atual no Brasil é de 266,6 mil veículos, sendo que 181,3 mil em concessionárias e 85,3 mil nas fábricas, o que corresponde a 48 dias. Na avaliação de Moraes, no ritmos atual, deve ser o suficientes para abril e, talvez, maio. A Anfavea também apresentou números do impacto da covid-19 no licenciamento de veículos de outros países: a China teve queda de 80% no licenciamento de fevereiro, enquanto, em março, na Itália esse número caiu 85%, na França 72% e na Espanha 69%.

O presidente da Anfavea afirmou que o Brasil já começou a apresentar políticas fiscais para socorrer a economia, mas agora terá que acelerar para não evitar um colapso na economia. Por enquanto, o nível de empregos diretos gerados pela indústria nacional de veículos  é de 125,7 mil funcionários, com uma leve queda de 0,2% em relação a fevereiro, que registrou 126 mil. Mas, comparado a março de 2019, quanto os fabricantes tinham 130 mil empregados, a redução já é de 3,3%.

“Inicialmente, vários estados não consideraram as concessionárias como uma atividade essencial. Tentamos intervir junto aos governadores e parlamentares, argumentamos que ao menos a venda de peças e os serviços deveriam ser mantidos, porque a frota precisa de manutenção. Também tivemos dificuldades junto aos Detrans, que responderam com mecanismos mais simpes de licenciamento, mas nada disso surtiu efeito e acabou afetando o acumulado”, explica Moraes.

Ao contrário dos automóveis, ônibus e caminhões, as máquinas agrícolas e rodoviárias ainda observaram um mês positivo, já que a maioria das fábricas funcionou até o começo de abril, e as vendas estavam aquecidas em função da época de colheitas. Na comparação com o mês anterior, as vendas avançaram 46%, as exportações 19% e a produção 15%.

As fabricantes de máquinas agrícolas garantem ter estoque para atender os produtores rurais, atividade considerada essencial, com ou sem pandemia. Outra atividade que permanece a pleno vapor é a de assistência técnica e distribuição de peças para as máquinas, e também para caminhões, de forma que a produção rural e o transporte não sejam prejudicados neste momento tão delicado do país.


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