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Estado de Minas CRISE

Dólar caro adia viagens de brasileiros ao exterior

Com valorização de quase 8% da moeda americana em 2019, viagens de brasileiros ao exterior tiveram pior resultado em 3 anos. A despeito do câmbio, exportação caiu 6,3%


postado em 28/01/2020 04:00 / atualizado em 28/01/2020 08:16

Turismo na Disney: gastos de brasileiros somaram US$ 17,6 bilhões no ano passado(foto: Paulo Galvão/EM/D.A Press 27/12/19)
Turismo na Disney: gastos de brasileiros somaram US$ 17,6 bilhões no ano passado (foto: Paulo Galvão/EM/D.A Press 27/12/19)
Brasília – A alta do dólar fez os brasileiros gastarem menos no exterior em 2019. Dados divulgados ontem  pelo Banco Central (BC) mostram que as despesas dos brasileiros em viagens internacionais somaram US$ 17,6 bilhões no ano passado, redução de 3,7% em relação ao montante registrado em 2018, de US$ 18,3 bilhões.
 
O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que o resultado de 2019 – o pior dos últimos três anos – é um reflexo da depreciação cambial. Ele lembrou que o dólar estava cotado a R$ 3,66 em 2018, mas fechou 2019 beirando os R$ 4, com uma cotação média de R$ 3,95. “Houve uma depreciação de 7,9%. Isso torna mais caros os gastos de brasileiros no exterior e contribui com a redução dessas despesas”, afirmou.
 
Fernando Rocha admitiu que esse cenário pode se acentuar neste ano caso o dólar siga trajetória de alta. Ontem, a moeda americana está próxima de R$ 4,20, devido ao susto dos investimentos com o avanço do surto do novo tipo de coronavírus, que pode fazer a China reduzir suas compras, e isso derrubou bolsas mundo afora.
 
A alta do dólar, por outro lado, poderia baratear as viagens de estrangeiros ao Brasil, trazendo mais dólares ao mercado doméstico. Porém, essa hipótese não se consolidou em 2019. Ainda de acordo com os dados divulgados ontem pelo BC, os gastos dos estrangeiros no Brasil ficaram praticamente estáveis no ano passado, em US$ 5,9 bilhões.


Contas externas


O déficit das contas externas brasileiras se agravou em 2019. Segundo o BC, o rombo cresceu 22%, chegando a US$ 50,8 bilhões ao fim do ano passado. O resultado divulgado ontem representa 2,76% do ProdutoInterno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país) e é o pior desde 2015.
 
O resultado negativo é US$ 9,2 bilhões superior ao de 2018 e reflete o desempenho ruim da balança comercial brasileira. O chefe do Departamento de Estatísticas do BC disse que a balança comercial perdeu US$ 13,6 bilhões no ano passado. Isso ocorreu porque o superávit comercial caiu de US$ 53 bilhões em 2018 para US$ 39,4 bilhões em 2019, fruto de retração de 6,3% nas exportações e de 0,8% nas importações.
 
Ainda de acordo com o BC, o déficit só não foi pior porque as outras duas contas que influenciam o balanço das transações correntes conseguiram resultados ligeiramente melhores em 2019. De um lado, a conta de serviços reduziu o seu rombo em 1,7%, para US$ 35,1 bilhões. De outro, o déficit em renda primária recuou 4,8%, para US$ 56 bilhões.
 
“Tivemos uma redução do déficit da renda primária e uma ligeira estabilidade na conta de serviços”, confirmou Rocha, dizendo que, por isso, o resultado negativo das transações correntes de 2019 não preocupa o BC. “O que houve foi a redução do superávit comercial”, minimizou, afirmando que o desempenho da balança comercial está relacionado a fatores como a desaceleração da economia da Argentina.


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