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Estado de Minas

Kraft Heinz encontra erro milionário em balanços financeiros

Empresa pertencente a Warren Buffett e à 3G Capital terá de fazer uma correção contábil e já avisou que vai atrasar a apresentação dos números do primeiro trimestre deste ano


postado em 07/05/2019 06:00 / atualizado em 07/05/2019 08:25

Warren Buffet afirmou ainda estar satisfeito com a empresa brasileira de investimentos(foto: Reproducao da Internet - Warren Buffet)
Warren Buffet afirmou ainda estar satisfeito com a empresa brasileira de investimentos (foto: Reproducao da Internet - Warren Buffet)

São Paulo – Gigante global do setor de alimentos, a Kraft Heinz Co terá de explicar erros contábeis cometidos por três anos em seus balanços financeiros. A falha aponta para uma soma de US$ 298 milhões, algo como R$ 822 milhões. A multinacional tem entre seus acionistas os bilionários Jorge Paulo Lemann, da 3G Capital, e o megainvestidor Warren Buffett.

A informação foi divulgada ontem pela companhia, que agora terá de reapresentar os balanços financeiros de 2016, 2017 e de parte de 2018 para poder retificar o milionário erro contábil, rastreado após investigação interna.

A companhia divulgou ao mercado que havia sido intimada pelo órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC, em fevereiro, sobre uma investigação relacionada a suas políticas contábeis, seus procedimentos e seus controles internos relativos ao reconhecimento dos contratos com fornecedores na área de aquisições.

Depois da primeira notificação, coube à Kraft Heinz buscar ajuda de advogados e contadores externos para começar uma investigação sobre esses negócios. Até que ontem, o conglomerado, do qual fazem parte marcas como o cream cheese Philadelphia e o ketchup Heinz, confirmou que havia irregularidade e qual era o tamanho do erro em sua prestação de contas ao mercado acionário. Como consequência, a empresa informou que terá de atrasar a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2019 porque as investigações ainda não foram concluídas.

O ajuste de US$ 208 milhões, revelado pela Kraft Heinz, está relacionado aos custos dos produtos vendidos. A empresa garantiu em seu comunicado à SEC que não houve desvios de conduta de sua equipe de gerenciamento sênior.

SEM PERDER A ESPERANÇA

Ainda no fim de semana, Buffett informou que a auditoria PwC não assinou o balanço da companhia relativo ao primeiro trimestre. No sábado, em entrevista durante evento da Berkshire Hathaways Inc., sua controlada que detém a maior participação na Kraft Heinz – 26,7% –, o bilionário afirmou que a empresa tinha a sua confiança.
Buffett afirmou ainda estar satisfeito com a parceria com a empresa brasileira de investimentos 3G Capital e declarou ser “concebível” que atuem juntos novamente em algum negócio que venha a aparecer.

No entanto, o bilionário ponderou que em alguns casos, “eles (da 3G) têm mais gosto por alavancagem do que nós”, mas que para certos tipos de situações, “seriam operadores muito melhores”. Além de Lemann, também estão entre os fundadores da 3G Capital Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. O negócio entre a Kraft Foods e a H.J.Heinz aconteceu em 2015

Para alguns analistas que acompanham a companhia de perto, o pior pode ter ficado para trás, já que a partir de agora a história em torno da Kraft Heinz dá sinais de seguir sem as mesmas incertezas que vinha carregando desde fevereiro. “A empresa está tomando medidas para melhorar nossas políticas e procedimentos e continuará a fortalecer nossos controles financeiros internos”, disse Michael Mullen, porta-voz da Kraft Heinz.

FASE DE ESTRESSE A revelação de falha nos balanços acontece poucas semanas depois de a Kraft Heinz fazer a troca do presidente-executivo, o brasileiro Bernardo Hees, pelo português Miguel Patricio, vindo da Anheuser-Busch da InBev.

O anúncio foi feito depois de a companhia de alimentos reduzir o pagamento de dividendos aos acionistas e o valor de mercado de seus ativos, como as marcas Kraft e Oscar Mayer, encolher em cerca de US$ 15 bilhões, em fevereiro.

Na época do comunicado sobre sua chegada, Patrício disse ao The Wall Street Journal: “É um novo ciclo para a empresa. Eu trago um histórico muito diferente para a empresa e para a equipe.” O executivo passa a comandar o conglomerado a partir de julho. Sua missão será árdua. Desde 2015, quando aconteceu a fusão que resultou na Kraft Heinz, suas ações caíram pela metade.


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