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Estado de Minas

Vem aí a quinta geração da telefonia móvel

Anatel aproveita maior evento do setor para anunciar leilão de 5G em março de 2020. Entre as novidades do edital estará a exigência de metas de cobertura das operadoras


postado em 28/02/2019 06:00 / atualizado em 28/02/2019 09:37

Rede esperada pelos fanáticos da tecnologia de última geração no Brasil, serão colocados à venda 200MHz na frequência de 3,5GHz; 100MHz na frequência de 2,3GHz, e 10MHz da sobra da frequência de 700MHz(foto: Cláudio Reis/Esp.CB/D.A Press 18/4/16 )
Rede esperada pelos fanáticos da tecnologia de última geração no Brasil, serão colocados à venda 200MHz na frequência de 3,5GHz; 100MHz na frequência de 2,3GHz, e 10MHz da sobra da frequência de 700MHz (foto: Cláudio Reis/Esp.CB/D.A Press 18/4/16 )

São Paulo – Veio do outro lado do Oceano Atlântico, mais especificamente de Barcelona, o anúncio esperado há tempos por quem tem algum tipo de conexão com o mundo da tecnologia e das telecomunicações. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo de Morais, afirmou ontem que o leilão para a venda de frequências para a quinta geração da telefonia móvel, o chamado 5G, já tem data para ocorrer. Será em março de 2020, praticamente daqui a um ano. O anúncio foi feito durante o evento MWC19 (o Mobile World Congress), maior evento do setor. Morais explicou o motivo da revelação: “Já estou anunciando a data para dar previsibilidade para o mercado.”

A novidade vai mexer não apenas com a vida dos usuários de telefonia móvel e com as indústrias, mas também no planejamento das operadoras e dos fornecedores de tecnologia, que estavam ansiosos pela decisão para poder começar a brigar por espaço e apresentar suas soluções. De acordo com o presidente da Anatel, vão ser colocados à venda 200MHz na frequência de 3,5GHz; 100MHz na frequência de 2,3GHz e 10MHz da sobra da frequência de 700MHz. A consulta pública do edital vai levar alguns meses e só será lançada no segundo semestre.

''Já estou anunciando a data para dar previsibilidade para o mercado''

Leonardo de Morais, presidente da Anatel



Estão previstas mudanças no conteúdo do edital do 5G, que vai passar a exigir das operadoras metas de cobertura, que arrematarem as frequências mais baixas e metas de capacidade para a frequência de 3,5GHz. Ainda segundo Morais, está em estudo o uso das frequências 3,4GHz, que, antes, eram destinadas aos serviços de voz (o chamado refarming), com possibilidade de extensão para a banda larga móvel. “No futuro, poderemos ter outros 200MHz quando fizermos o refarming desta faixa.” Apesar dessa novidade, deverá ficar de fora do leilão a frequência de 26GHz, também conhecida como milimétrica (mmWave), que ainda tem estudos em fase embrionária na Anatel.

Ainda em fase de testes está também a possibilidade de interferência entre os serviços móveis e a banda C da TV via satélite, na frequência de 3,5 GHz. Morais disse que a Anatel ainda não decidiu como fará a modelagem para resolver o legado dos conversores de TV. Esses equipamentos, por não terem o certificado da Anatel, acabam atrapalhando ao “invadir” a frequência de 3,5GHz, que será vendida para as operadoras de telefonia celular, comprometendo a qualidade do serviço.

Até agora, apenas a TIM assumiu publicamente seu interesse no leilão dessas frequências. As outras três operadoras do setor – Vivo, Claro e Oi –, têm defendido que a venda da frequência do 5G é prematura, já que ainda não tiveram o retorno dos investimentos feitos para a aquisição da frequência 4G, de 700MHz, que é parcialmente ocupada pela TV aberta.

Ecossistema


Apesar disso, o presidente da Anatel acredita ser improvável que essas operadoras boicotem o leilão do 5G. Morais descarta que haja uma corrida à Justiça contra a venda da faixa de 3,5GHz, que já foi leiloada pela agência duas outras vezes, mas que ainda não recebeu comprador. “Estamos muito bem fundamentados, embora reconheça a grande importância da televisão como principal canal de entretenimento da população brasileira.”

Para tranquilizar os potenciais interessados em entrar nesse negócio, o presidente da Anatel, que assumiu a agência no fim do ano passado, avisou que a licitação não deverá ser conduzida sob o viés arrecadatório, mas que haverá cobrança das operadoras vencedoras, que atendam exigências de qualidade previstas no edital. “Ao consolidarmos o ecossistema, o que se gera de receita direta e indiretamente é muito maior do que no momento do leilão. Muitas vezes, menos é mais.”

Segundo o presidente da agência reguladora, será possível demonstrar que o leilão de frequências não precisa ter como objetivo grandes gastos para as operadoras. “Não vamos doar espectro, como é feito na China, mas é preciso que o edital tenha mais obrigações de fazer do que o de pagar”.

Francisco Soares, diretor de Relações Governamentais da Qualcomm, maior fabricante mundial de chips para celulares, diz que há tempos se esperava pela data do leilão, que acabou sofrendo atraso. Para o executivo, há dois problemas no que foi anunciado: a questão tecnológica e a forma de remuneração do governo.

“As operadoras têm outras preocupações quanto aos investimentos. A expectativa é de que esse seja um leilão não oneroso, com a revisão do processo de licitação, a troca dos recursos a serem destinados ao Tesouro por obrigações, como a cobertura”, avalia Soares.

Na parte tecnológica, Soares alerta para o fato de que a frequência sinalizada pelo presidente da Anatel ser insuficiente para uma boa prestação de serviço. “Só o 3,5GHz não é suficiente. Que ao menos incluam a frequência de 26GHz”. O executivo da Qualcomm diz que essa continuará a ser uma demanda do setor de telecomunicações junto aos conselheiros e técnicos da Anatel.

Ontem, foi divulgado pela finlandesa Nokia, o resultado de seu Índice de Maturidade em 5G, elaborado em parceria com a consultoria britânica de telecomunicações Analysys Mason. O levantamento apontou que dois terços das operadoras nessa frequência esperam que as novas redes criem mais fluxos de receita. Cerca de 70% estão dedicadas ao 5G para melhorar, para o consumidor, os serviços já existentes.

 

MUNDO NOVO

. A promessa da quinta geração da internet móvel é oferecer velocidade de download 10 a 20 vezes mais rápida do que a disponível atualmente. Além disso, a expectativa é de uma cobertura mais ampla, além de conexões mais estáveis do que as atuais. Esse novo espectro de rádio vai permitir que mais dispositivos acessem a internet móvel ao mesmo tempo.
. Essa nova possibilidade tecnológica vai viabilizar, por exemplo, o aumento da qualidade e a velocidade para operações que são feitas hoje, como o acesso a vídeos e o uso de óculos de realidade aumentada, por exemplo.
. Hoje, as redes móveis 4G mais velozes oferecem, em média, cerca de 45Mbps (megabit por segundo), mas a indústria trabalha com a expectativa de chegar a 1Gbps (gigabit por segundo). Já a fabricante de chips Qualcomm avalia que o 5G pode atingir velocidade de navegação e de download de 10 a 20 vezes mais rápida, aproximadamente.
. Será possível desenvolver novos serviços para os usuários do 5G. Uma das áreas que poderá ser beneficiada pela expansão do 5G é a da mobilidade, com o avanço dos veículos conectados e os autônomos e alguns recursos, como a comunicação entre eles para troca de informação – o que poderia, por exemplo, reduzir as chances de acidente.
. Os fãs de games terão como uma das vantagens resposta mais rápida aos comandos e vídeos com imagens de melhor qualidade. Até as videochamadas, hoje com uma certa lentidão quando há algum movimento diante da câmera, serão impactadas a partir da oferta do 5G.
. Há, ainda, uma outra possibilidade de uso do 5G, por empresas dedicadas à indústria 4.0, que trabalham com soluções na área de robótica e Internet das Coisas.
. A migração do 4G para o 5G não é obrigatória, mas quando a quinta geração começar a ser oferecida, quem quiser aderir terá de trocar de modelo de smartphone, que poderá trabalhar nas duas faixas.(PP)

 


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