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Estado de Minas

Correios ampliam logística para não frustrar cliente em Black Friday

Serviço de entrega foi ampliado para evitar problemas que ocorreram em 2017. Aliada ao Natal, demanda crescerá 40%


postado em 17/11/2018 06:00 / atualizado em 17/11/2018 08:03


A euforia que antecede o megaevento de descontos Black Friday, – com lançamento oficial marcado para dia 23 – se transformou, no ano passado, numa desagradável “ressaca” para milhares consumidores.

 Em razão de problemas relacionados à logística de entrega dos Correios, muitas das ofertas adquiridas pela metade do preço vieram acompanhadas do dobro do prazo de entrega. Indignada, a clientela foi em peso aos serviços de defesa do consumidor para reclamar do combo indesejado. Resultado: ao fim do período promocional, o site Reclame Aqui, por exemplo, registrava aumento de 142% nas queixas contra a empresa.

Contudo, para a edição 2018 da campanha, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informa que o problema está superado. No ano em que o e-commerce projeta incremento de 20% nas vendas, segundo dados dos analistas de mercado da Infracommerce), a estatal se propõe responder à demanda superaquecida. 
De acordo com o Superintendente Estadual de Operações dos Correios de Minas Gerais, Juarez Pinheiro, a Black Friday e o Natal devem elevar em 40% volume de encomendas processadas pela ECT. Em Minas, isso significa acréscimo de 50 mil pacotes na circulação diária cotidiana da empresa, que trabalha com média de 150 mil encomendas. Pinheiro justifica que os transtornos de 2017 foram atípicos, gerados por gargalo provocado pelas unidades paulistas, que centralizam a distribuição para o resto do país.

“Prevendo o movimento do fim de ano, traçamos um plano de ação bem eficiente. Contratamos mais mão de obra, botamos mais veículos de transporte na rua e aumentamos nossa capacidade de armazenamento. Com isso, eu me sinto seguro para afirmar que estamos preparados para entregar 99% das encomendas dentro do prazo. Em Minas, a previsão é até um pouco mais otimista: 99,7%”, afirma o superintendente.

Em âmbito nacional, a ECT estima que o período de liquidações eleve a quantidade de objetos postados de 1,2 milhão para 2 milhões. Na contagem regressiva para a Black Friday, a empresa implementou em seu portal, desde o dia 7, um relógio de contagem regressiva para o dia D da ação, ou seja, 23 de novembro. O portal corporativo também listou as companhias que trabalham em parceria com a estatal.


Taxas e defeitos 


Além do atraso nas entregas, consumidores também costumam reclamar de problemas, como avarias de produtos durante o transporte. O taxista Roberto Carneiro, de 46 anos, passou por essa situação ao realizar, pela internet, a compra de um purificador de ar pela internet. Ele conta que o entregador dos Correios reagiu de modo impaciente e acabou quebrando o aparelho quando foi solicitado que deixasse a encomenda na portaria de um prédio.

 “Neste dia, o colaborador dos Correios foi extremamente grosso, disse que era pra balconista que o atender decidir onde a mercadoria seria entregue: na portaria ou na recepção. E que, caso, não estivesse ninguém no lugar especificado, ele iria embora. Depois de falar isso, ele então jogou o pacote no chão e saiu na mesma hora. Ao abrir a caixa, vi que a placa inferior de acrílico estava quebrada”, diz o belo-horizontino.

 

Juarez Pinheiro defende que casos como esses são raros, e orienta que o consumidor entre em contato com a ouvidoria da instituição pelo endereço eletrônico www2.correios.com.br. O cliente também pode fazer valer seus direitos junto aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon Municipal, pelo telefone 3277-4547.

“Quando o produto vem estragado de fábrica, é importante que cliente jamais faça devolução pelos Correios antes de comunicar à loja. Muitas vezes, o contrato que elas têm conosco já contempla a coleta e a taxa de postagem. Então a pessoa não precisa pagar duas vezes”, pondera Rodrigues.

As taxas praticadas pela ECT também ganharam as manchetes recentemente. Uma delas foi há cerca de três meses, quando o Procon do Rio de Janeiro convocou a empresa a prestar esclarecimentos sobre o valor recolhido sobre todas as encomendas internacionais desde 25 de agosto. Até então, o serviço de despacho postal incidia apenas sobre objetos tributados pela Receita Federal.

Ao instituir a cobrança, o presidente dos Correios, Carlos Fortner, afirmou que a empresa recebe entre 100.000 e 300.000 encomendas internacionais por dia.

“É uma triagem grande de produtos, imagina encaminhar cada um deles para a Receita Federal, passar pelo raio-X, encaminhar SMS informando que o produto está disponível e assim por diante. É um serviço que precisa ser remunerado, não dá para fazer de graça”, explicou o dirigente na ocasião.

O Procon pediu então que a ECT detalhasse os custos em uma planilha. Sob protestos de empresas parceiras e clientes, tarifa permanece ativa. A polêmica taxa de violência praticada na Região Metropolitana no Rio de Janeiro, de R$ 3, está suspensa desde ontem. O imposto havia sido anunciado em março.



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