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Estado de Minas

Inovação na indústria tem melhor trimestre em 12 meses

Sondagem da ABDI/FGV mostra que investimentos em inovação aumentaram. Objetivo é tornar negócios mais produtivos. Posição do Brasil no ranking mundial passou do 69º para o 64º lugar


postado em 27/07/2018 06:00 / atualizado em 27/07/2018 07:50

Centro de distribuição da Amazon: inovações em logística ajudaram a alavancar o crescimento de uma das maiores empresas de varejo do mundo (foto: Maciej Swierczynski/Agencja Gazeta/Reuters 28/10/14)
Centro de distribuição da Amazon: inovações em logística ajudaram a alavancar o crescimento de uma das maiores empresas de varejo do mundo (foto: Maciej Swierczynski/Agencja Gazeta/Reuters 28/10/14)

São Paulo – As indústrias brasileiras iniciaram 2018 dispostas a realizar algum tipo de inovação em seus processos ou produtos, retomando o volume de investimentos em novas tecnologias depois de seis meses de queda. Foi o que apontou a sondagem sobre inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e referente aos primeiros três meses do ano.

Segundo o estudo, 45,9% das empresas pesquisas disseram ter realizado algum tipo de inovação entre janeiro e março deste ano, o melhor trimestre dos últimos 12 meses. O resultado elevou a posição do Brasil no ranking mundial de inovação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual, que passou do 69º lugar para o 64º, entre 126 países.

Presidente da ABDI, órgão vinculado ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Guto Ferreira diz que apesar de a sondagem apontar para um aumento nos desembolsos com inovação, ainda há muito a ser melhorado. “Temos muito que avançar e isso só vai acontecer com investimento continuado, melhora do cenário econômico e reformas, como a tributária.”

OTIMISMO
Com relação ao segundo trimestre, as expectativas das indústrias são mais otimistas do que foram nos primeiros três meses de 2018. De acordo com a sondagem, 54,1% das empresas pesquisadas pretendiam inovar entre abril e junho, uma alta de 3,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior; o melhor resultado desde 2015 (56%).

Esse otimismo que as indústrias tinham quanto ao segundo trimestre, porém, pode ter sofrido os impactos da greve dos caminhoneiros, que começou depois da realização da pesquisa. A paralisação dos caminhoneiros causou uma queda de 3,34% na atividade econômica de maio em relação a abril, de acordo com os números do Banco Central, o que poderá influenciar negativamente a decisão dos empresários.

Para Ferreira, mesmo com menos dinheiro em caixa, a greve mostrou que as empresas devem aumentar os investimentos em inovação. O representante da ABDI lembra que a paralisação confirmou a dependência do Brasil de um único modal de transporte, situação que será superada apenas com novas soluções em logística, o que vai exigir pesquisa e investimentos. As inovações em logística são, por exemplo, uma das principais alavancas de crescimento da Amazon nos Estados Unidos, uma das maiores empresas de varejo do mundo.

A pesquisa da FGV mostra ainda que, apesar de o cenário econômico atual dificultar a retomada de investimentos em inovação, a proporção de indústrias que realizaram algum tipo de inovação tecnológica mais consistente, seja em produto ou processo, internamente ou direcionado ao mercado nacional, subiu de 44,1% para 45,9% entre o quarto trimestre de 2017 e o primeiro trimestre de 2018, o melhor resultado desde o último trimestre de 2016 (49,5%), período de forte crise econômica.

Para Rogério Araújo, coordenador de planejamento e inteligência da entidade e responsável pelo estudo, esse resultado mostra que, apesar de uma recuperação pelo terceiro trimestre consecutivo, o nível o nível ainda é baixo em termos históricos.

MAIS INVESTIMENTO
Já o número de empresas pesquisadas que aumentaram os gastos com inovação subiu de 11% para 21,6%, maior nível desde o terceiro trimestre de 2014 (23,4%). Na outra ponta, das indústrias que reduziram o volume de recursos para inovação, houve uma queda de 13,6% para 11,3% no mesmo período. No entanto, percentual de empresas que deixaram de gastar passou de 4,6% no último trimestre de 2017 para 13,7% nos três primeiros meses de 2018.

A sondagem mostrou ainda que 64,2% das empresas consideram ser necessário investir em equipamentos e instalações e 63% na melhoria dos métodos de gestão para melhorar a produtividade nos próximos anos.

A qualificação da mão de obra foi outro item mencionado por mais da metade das empresas (51,5%) como fundamental para aumentar a competitividade. Apenas 2,4% delas disseram não ter ações previstas de ganho de produtividade em um cenário futuro.

Os investimentos em inovação ficaram em quarto lugar na prioridade das empresas para aumento de produtividade, com 41,4% das indicações. Do universo dessas 79 empresas que acreditam que investimentos em inovação podem aumentar a produtividade nos próximos anos, 30,7% são de segmentos com sistema produtivo ligado a transformação da estrutura produtiva, 25,7% intensivos em escala, 25% intensivos em trabalho e 18,6% relacionado ao agronegócio.


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