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Estado de Minas

Performance da Seleção Brasileira na Copa pode ajudar nas vendas

Bares e restaurantes são os mais otimistas com a classificação da Seleção Brasileira para a fase de oitavas de final. Já o mercado de TVs não deve acompanhar a euforia


postado em 29/06/2018 06:00 / atualizado em 29/06/2018 08:08

A Abrasel estima que o faturamento de bares e restaurantes nos dias de jogos do Brasil na Copa aumente cerca de 20%. Se chegar à final, alta poderá chegar a 50%(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)
A Abrasel estima que o faturamento de bares e restaurantes nos dias de jogos do Brasil na Copa aumente cerca de 20%. Se chegar à final, alta poderá chegar a 50% (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS)

São Paulo – O Brasil avançou na Copa do Mundo e esse resultado animou uma parte da economia que conta com o bom desempenho da Seleção Brasileira para melhorar o faturamento. O Mundial da Rússia não traz o mesmo entusiasmo da edição anterior, no Brasil. Até porque, a realidade do país hoje é bem diferente, mas para quem está ligado ao varejo esta é a oportunidade de aproveitar o momento de euforia para crescer. As ações para tirar vantagem do evento esportivo são as mais variadas – vão desde brindes mais simples, como nécessaire e copo, até sorteios de TVs e passagem aérea.

Os bares e restaurantes estão entre os mais otimistas com o desempenho da Seleção. A previsão, de acordo com o diretor de Desenvolvimento da Abrasel, Lucas Pêgo, que representa o setor, é que o faturamento aumente cerca de 20% nos dias em que os jogos do Brasil serão às 15h (se avançar na disputa) e chegue a 50% na final. Esse foi o mesmo desempenho que o segmento apresentou na estreia do Brasil, em um domingo.

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“Havia uma falta de otimismo por causa dos horários dos jogos, acrescido ao fato de a economia do país não estar bem. Mas vimos muitas empresas liberando seus funcionários para ver as partidas e isso acabou ajudando a aumentar as vendas. Agora a tendência é que o movimento cresça à medida que a Seleção seguir em frente”, explica.

CARDÁPIO
Apesar do crescimento, nem todo o setor tem se beneficiado da Copa da Rússia, conta Pêgo. Os restaurantes que trabalham com self-service, por exemplo, ficam de fora das opções dos torcedores porque a preferência costuma ser por bares. Para aproveitar a oportunidade, a maioria tem investido em diferenciais para atrair o público. Em Belo Horizonte, o Redentor Bar, na Savassi, tem oferecido pratos típicos dos países que enfrentam o Brasil. A ideia é que o torcedor “coma” o adversário. “Mas a maioria aposta mesmo é no aluguel de TVs e telões e na decoração”, diz o diretor da Abrasel.

Na Decathlon, presente em oito estados, como São Paulo e Minas, a procura pelo traje, nas versões verde e amarelo, aumentou(foto: Divulgação)
Na Decathlon, presente em oito estados, como São Paulo e Minas, a procura pelo traje, nas versões verde e amarelo, aumentou (foto: Divulgação)
Uma ação de marketing também foi responsável por atrair mais clientes para o Sir. Walter Pub, na Vila da Penha, zona Norte do Rio de Janeiro. A casa lotou na última partida do Brasil, depois que os donos prometeram dar um shot a cada queda de Neymar. No jogo contra o México, na segunda-feira, a promoção continua valendo, com a ajuda de dois parceiros que garantiram o estoque de bebida – Catuaba Selvagem e Cachaça Salinas.

RASPADINHA
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os sócios da Companhia Tradicional do Comércio, da qual fazem parte 34 unidades, fizeram ações especiais para os bares Original, Pirajá, Lanchonete da Cidade, Astor e Ici – ficou de fora apenas a Pizzaria Bráz. Por enquanto, as vendas ficaram abaixo da previsão de crescimento, que era de 30% antes do início do Mundial.

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“O faturamento até agora aumentou em média entre 20% e 25%, mas vem crescendo à medida que o Brasil joga. A nossa expectativa é que continue a melhorar com o avanço da Seleção. Se chegar à final, acreditamos que ainda dá para alcançar os 30% de crescimento. Por outro lado, se o país sair de forma prematura a Copa praticamente acaba para nós”, diz Natanael Paes, gerente de marca do grupo.

Para estimular que os torcedores saiam de casa, Paes conta que o grupo fez algumas ações promocionais. Uma delas é a raspadinha, que pode dar prêmios como chope, porções e até o convite para quatro pessoas participarem do camarote Brahma, instalado em uma das unidades. Além disso, as casas do grupo que participam da ação da Copa dão aos clientes um chope de cortesia a cada gol do Brasil.

AMENDOIM Mas quem não pode ir para o bar torcer e tem de fazer a festa em casa ou no trabalho acaba por movimentar as vendas de outros produtos, como o amendoim. A Santa Helena, maior empresa do setor, com fábricas na região de Ribeirão Preto (SP), desenvolveu produtos para aproveitar o Mundial e espera que o faturamento tenha um aumento de cerca de 15% nessa época, também graças às festas juninas, o período mais importante do ano para esse tipo de alimento.

Luís Roberto Bertella, diretor comercial, conta que a empresa lançou nos últimos meses versões do amendoim com brigadeiro, com casca e cru, paçoquinha com cobertura de chocolate e crocante, além da linha de bandeja para aperitivo. “Nossos produtos concorrem com batata, pipoca, salgadinhos feitos à base de milho. Ainda assim, a previsão é de crescimento a medida que o Brasil seguir na Copa. Isso pode ajudar o varejo como um todo”, opina.

CANARINHO Além dos comes e bebes, uma parte importante para muito torcedor é a camisa. Na Decathlon, presente em oito estados, como São Paulo e Minas Gerais, com 25 lojas, a procura pelo traje, nas versões verde e amarelo, aumentou. A rede não trabalha com camisas oficiais das seleções, apenas com aquelas usadas para a prática de esporte.

Danilo Silva, gerente da marca Kipsta (focada em esportes coletivos), diz que, diferentemente de muitos concorrentes, a empresa procura oferecer produtos para a prática do futebol, não apenas para torcer. A previsão era de que esse segmento crescesse cerca de 20% durante o Mundial, mas já alcançou 35%.

“Esse é o esporte com maior número de praticantes no Brasil, por isso nos posicionamos para oferecer outros itens além da camisa, como bola, segunda pele, agasalho e meião. Se quem procura a camisa é apenas torcedor, não vai levar esses produtos”, explica Silva.

PREVISÃO Apesar de alguns setores da economia estarem otimistas com o desempenho do Brasil no Mundial da Rússia, nem todos vão comemorar, ainda mais se os números deste ano forem comparados aos de copas anteriores, em especial a de 2014, no Brasil. Segundo projeção da Confederação Nacional do Comércio (CNC), neste ano, o faturamento com o campeonato de futebol será de cerca de R$ 1,5 bilhão, uma queda real (descontada a inflação) de 30% em comparação ao resultado de 2014.

“O momento era outro, aquela era uma Copa realizada no Brasil e movimentou a economia como um todo”, explica Fábio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC. Mas a economia também está bem diferente, acrescenta, com índices ruins referentes ao emprego e à atividade econômica do país.

Para Bentes, o setor de alimentos deverá ser o que conseguirá tirar mais vantagem da Copa do Mundo, desde que o Brasil siga na briga pelo título. Já as vendas de eletroeletrônicos, mais especificamente de TVs, foram as que mais decepcionaram neste ano. A previsão da CNC é de que elas cheguem a R$ 481 milhões. Em 2014, as vendas chegaram a R$ 783,4 milhões. Já em 2010, esses produtos geraram R$ 683 milhões de receita.

“Era um período em que a economia brasileira estava bombando, com alta taxa de crescimento e um nível baixo de desemprego”, afirma Bentes. No Mundial anterior, em 2006, esse setor chegou a R$ 551 milhões – mais do que a projeção para este ano. Isso mostra que esta pode ser a Copa do petisco e da cerveja, mas na frente de uma TV mais velha.

Pipoca paga mais imposto que camisa da Seleção

Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) mostrou qual é a incidência de tributos sobre os produtos mais vendidos durante a Copa. A pipoca, por exemplo, tem carga maior do que a camisa da Seleção, a corneta e os balões de festa. Mas a campeã da lista é a caipirinha. Ao todo, 76,60% do seu preço é referente a tributos como PIS e Cofins. Os fogos de artifício estão em segundo lugar, com 61,56%, acompanhados de perto pela cerveja, com 55,60%.
O levantamento do IBPT incluiu até o álbum de figurinhas da Copa, que destina 48,49% do seu valor para os cofres públicos – quase tanto quanto as TVs, com 44,94%. Da lista de 17 itens, o que paga menos tributos é justamente um dos preferidos dos brasileiros, a carne de churrasco, sobre a qual incidem 29% de carga.

 


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