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Estado de Minas

Donos de bares disputam torcedores durante a Copa

Entre otimistas e descrentes da possibilidade de fazer caixa com os jogos do Mundial, comerciantes do setor tentam atrair clientes, apostando no desempenho da Seleção


postado em 18/06/2018 06:00 / atualizado em 18/06/2018 07:45

Bar cheio na estreia do Brasil não convenceu diretor do Baiana do Acarajé de que haverá lucro certo(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Bar cheio na estreia do Brasil não convenceu diretor do Baiana do Acarajé de que haverá lucro certo (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Bares e restaurantes brasileiros devem faturar R$ 251,7 milhões com o movimento puxado pelos jogos da Copa do Mundo da Rússia. O montante, estimado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é comemorado pelo setor. Entretanto, as empresas não consideram que será o suficiente para superar a crise no consumo. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Minas Gerais, Ricardo Rodrigues, admite que ainda que o Brasil avance no Mundial de futebol, o resultado será pouco para superar os prejuízos acumulados com o desabastecimento recente provocado pela greve dos caminhoneiros.


“Serão, no máximo, sete jogos. Engorda de sete dias não salva cachorro magro. Passamos 10 dias com algumas casas fechadas e outras com faturamento pela metade”, afirma. Apesar de a Copa da Rússia estar sendo considerada tão fria quanto o país, o setor está se movimentando para atrair clientes. Segundo Rodrigues, houve bastante procura por aparelhos de TV e telões nos últimos três dias que antecederam o início do evento. “Dos 20 mil bares e restaurantes, 20% estão com pelo menos uma televisãozinha”, reforça.


Na comparação com o mundial de 2014, a movimentação financeira será 39,6% menor, de acordo com a pesquisa da CNC. Há quatro anos, quando a Copa ocorreu no Brasil, o setor de alimentação faturou R$ 399 milhões. Em Minas Gerais, a queda em 2018 chega a 70%, na comparação com 2014. Apesar disso, o aumento esperado da movimentação de clientes em bares e restaurantes neste mês e em julho corresponderá a quase 3,3% do faturamento médio mensal normal do setor.


Surpreso com a clientela no Bar da Neca, o dono Rodrigo Barreira diz que Copa não levantará defunto(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Surpreso com a clientela no Bar da Neca, o dono Rodrigo Barreira diz que Copa não levantará defunto (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

A projeção para o desempenho do comércio está tão controversa quanto aposta em placar de jogo. O Baiana do Acarajé, um clássico estabelecimento da Savassi, no quarteirão fechado da Rua Antônio de Albuquerque, na Zona Sul de Belo Horizonte, estava apinhado de torcedores ontem durante a partida de estreia do Brasil no Mundial. Termômetro do movimento, o diretor do bar, Odair Melo, disse que a festa na rua se compara à Copa de 2014.


Embora bonita, ela não é lucrativa para o dono de restaurante. “É ótimo para festa, mas para o faturamento é ruim. Ganhamos com comida e as pessoas só bebem cerveja”, diz. Contudo, ele prefere manter o otimismo. “Por mim, podia ter todo ano”, diz.


Natália Neves, do Severo Garage, está mais animada com aumento de receita e promete ´promoções(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Natália Neves, do Severo Garage, está mais animada com aumento de receita e promete ´promoções (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
No meio do burburinho da Savassi, o bar Severo Garage, inaugurado em março, encara a estreia na Copa como um gol de placa. A promoção de rodada dupla de chope durante o jogo fez tanto sucesso que houve quem passasse todo o tempo da partida na fila. “É o nosso primeiro grande evento e estamos prevendo aumento de 30% no faturamento em relação aos meses anteriores”, afirma a dona do estabelecimento Natália Neves. “Em cada jogo vai ser uma promoção, explica.

MORNO Dono do tradicional Bar da Neca, na Rua Pium-í, no Bairro Sion, Região Centro-Sul de BH, Rodrigo Barreira considerou movimento satisfatório, porém, menor em relação a dias de clássico e a outras Copas. Sem comparar com 2014, ano totalmente atípico pelo fato de o Brasil ter sediado o mundial, o empresário avalia que o campeonato da Rússia está mais fraco em relação às anteriores.


Apesar disso, o movimento no bar ontem surpreendeu. “Estava achando que ia ser pior. Se conseguir fechar o mês igual ao ano passado, está ótimo. O comércio está ruim, ainda teve a crise com greve dos caminhoneiros. Não é Copa do Mundo que vai levantar defunto”, diz. O bar está todo decorado de verde e amarelo e assim o dono pretende manter até o fim da Copa, em 15 de julho. “Já está difícil e o Brasil ainda empata”, reclama.


Estreante em Copas do Mundo, o bar Muu, também na Pium-í, comemora a primeira partida, apesar do empate. “O público foi maior do que o da Sexta-feira de carnaval”, afirma o gerente da casa, Valtair Júnior. O movimento é duas vezes superior ao de um domingo convencional e a torcida lotou o bar e invadiu o passeio. “Agora é só torcer para que o Brasil não perca na próxima”, diz.


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