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Estado de Minas

Trabalhadores de BH fazem fila para sacar FGTS de contas inativas

O movimento na agência Tupinambás, maior do Brasil, começou antes das seis horas da manhã. As agências abriram as 8h


postado em 10/03/2017 12:14 / atualizado em 10/03/2017 12:31

Na maior agência da Caixa Econômica Federal no Brasil, que fica em Belo Horizonte, antes das seis horas da manhã desta sexta-feira já havia gente esperando o primeiro dia do saque das contas inativas de FGTS para retirar o dinheiro. Centenas de pessoas lotaram a agência Tupinambás, que abriu as 8h e teve a segurança reforçada por causa da expectativa de grande movimentação.

Mesmo com muita gente, os clientes não reclamaram do tempo de espera para o atendimento.

O marceneiro Isaías Gonçalves, de 52 anos, vai usar os R$ 3 mil que sacou das contas inativas para tentar a sorte como autônomo, vendendo picolé e açaí. Ele está desempregado desde agosto do ano passado. “Vou usar o dinheiro para comprar o material que preciso para abrir o novo negócio, vai ajudar a movimentar o serviço de autônomo”, afirmou.

Isaías tinha nove contas inativas. “Na época estava bom, agora com a crise está difícil”, lamenta. Ele chegou por volta das 8h ao banco e as 9:40h já havia saído, mas não reclama. “Mesmo com algumas informações desencontradas, não acho que demorou muito.”

Para Laender Henrique Pereira de Brito, 28, que também está desempregado e hoje vive de bicos, o dinheiro será um alento e vai ajudar na reforma da casa em Ribeirão das Neves, na qual mora com a esposa e a enteada. Enquanto sacava os R$ 2,1 mil a que tinha direito, a mulher dele Cristiane ligou dizendo que tinha acabado de se demitir por conta de uma discussão no trabalho. “O dinheiro veio na hora certa, estava precisando demais, senão ficaríamos apertados”, diz. Ele conta que levou menos de 10 minutos para sacar o dinheiro da conta.

Já o encarregado de armação de ferragens Délcio Francisco dos Santos, de 54 anos, que veio de Santa Luzia só para sacar o benefício, deixou a agência da Caixa comemorando que tinha mais do que esperava na conta inativa. “Fui premiado”, diz. Foram R$ 4.154,00 relativos a quatro empregos dos quais ele pediu demissão entre 1991 e 2012. “Esperava no máximo uns R$ 2 mil e veio essa surpresa”, afirmou. Délcio vai usar o dinheiro para quitar os cerca de R$ 3 mil de dívida que tem com um banco e, o restante, pretende usar para curtir a família. “Vamos fazer um passeio, comer uma pizza e comemorar que agora vou ficar livre e sossegado das dívidas”, conta.

Ao contrário de muitos que foram sacar o dinheiro, ele está trabalhando atualmente como empreiteiro. Délcio preferiu retirar o dinheiro por transferência, para evitar sair com o valor na rua. “É bobeira, não pode. Por mais que tenha euforia, às vezes com um vacilo vem um vagabundo e pega o seu dinheiro”, aconselha.

Depois que saiu do emprego, em 2009, para se dedicar à filha que não tinha com quem deixar, a dona de casa Estela de Souza Rosário, 28, vive em aperto financeiro, pois agora é só o salário do marido para sustentar a família. Nesta sexta-feira, ela estava feliz pelos R$ 2,2 mil que recebeu por conta da primeira empresa na qual trabalhou como operadora de caixa. “Vai ajudar bastante a pagar as contas que estão em atraso. O dinheiro já tem destino certinho”, comemorou.


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