O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) preveem recorde da safra nacional deste ano, na comparação com 2016, sob a influência do bom desempenho da soja e do milho, espécies de galinhas dos ovos de ouro do agronegócio. O terceiro prognóstico do IBGE, divulgado ontem, para a safra de 2017 de cereais, leguminosas e oleaginosas indica produção de 213,7 milhões de toneladas, 16,1% maior na comparação com 2016.
Com base no quarto levantamento da Conab, também divulgado ontem, a produção brasileira de grãos na safra 2016/17, em fase de plantio, deve alcançar recorde de 215,27 milhões de toneladas, o que corresponde a aumento de 15,3% (28,6 milhões de toneladas), ante o total de 186,7 milhões de toneladas no período 2015/16. Segundo a Conab, o resultado positivo se deve à produtividade média das culturas, em recuperação da influência negativa das condições climáticas da safra passada.
A área total tende a ser ampliada em 1,4%, o equivalente a 745,6 mil hectares, quando comparada à safra anterior, podendo atingir 59,08 milhões de hectares. Principal cultura de verão, a soja deve registrar crescimento de 8,7% na produção, e assim alcançaria 103,78 milhões de toneladas, com aumento de 8,3 milhões de toneladas frente à safra anterior. A área de cultivo com a oleaginosa, ainda de acordo com o estudo, crescerá 1,6%.
A produção do milho de primeira safra poderá alcançar 28,40 milhões de toneladas, com aumento de 9,9% – 2,5 milhões de toneladas a mais – em comparação com a safra 2015/16. A área de plantio com o cereal deve ser ampliada em 3,2%.
O feijão de primeira safra deve proporcionar 1,3 milhão de toneladas, resultado 25,7% superior à safra passada, enquanto para o arroz a previsão é de colheita de 11,64 milhões de toneladas (aumento de 9,7%). A produção do algodão pluma deve crescer 10,1%, atingindo 1,41 milhão de toneladas, apesar da redução de 5,2% na área cultivada. “Algodão e arroz tiveram redução de área, por causa da substituição pelo cultivo de soja, o que não ocorreu com as demais culturas de primeira safra”, explicam os técnicos da Conab.
QUEDA ESPERADA A safra colhida em 2016 foi 12,2% inferior à de 2015, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola feito pelo IBGE. A estimativa de dezembro para a colheita do ano passado é de 184 milhões de toneladas, enquanto em 2015 foi de 209,7 milhões de toneladas.
Já a área colhida em 2016 ficou em 57,1 milhões de hectares, recuo de 0,9% em comparação ao ano anterior. O arroz, o milho e a soja, principais produtos cultivados, representaram 92,2% da estimativa de produção e responderam por 87,8% da área colhida. Ante 2015, o IBGE registrou queda na produção da soja, de1,8%; do arroz, de 14%; e do milho, de 25,7%.
Segundo o IBGE, no ano, foram registradas quedas de produção em relação à safra passada de 16,3% no Centro-Oeste (produção de 75,1 milhões de toneladas); 3,6% no Sul (73 milhões de toneladas); 2,1% no Sudeste (19,6 milhões de toneladas); 42% no Nordeste (9,5 milhões de toneladas); e de 12,5% no Norte (6,7 milhões de toneladas).
