
Brasília – Para quem tem dinheiro sobrando, agora é a hora de investir. Os juros elevados da nossa economia favorecem aplicações em renda fixa, que garantem menos riscos e bons rendimentos ao investidor. Mas, a taxa Selic em 14,25% ao ano (a.a) pode estar com os dias contados, já que o mercado prevê que os juros básicos vão a 13,25% a.a até o fim de 2016 e a 11% a.a até o fim de 2017. Portanto, é o momento de aproveitar enquanto os juros ainda estão nas alturas.
A renda fixa nada mais é que uma modalidade de investimento que a pessoa empresta dinheiro para um receptor, que pode ser um banco, uma empresa ou o governo, e o beneficiário do financiamento usa a quantia para financiar projetos ou negócios. A prática é boa para quem aplica, que pode ter um rendimento mais alto no futuro, para quem recebeu a quantia, que adquiriu mais recursos para financiamentos, e para o país, já que gera mais oportunidades de investimentos que se traduzem em crescimento econômico.
Entre as principais aplicações estão os títulos públicos e investimentos bancários. No site do Tesouro Direto é possível fazer a compra dos papéis do governo, que são considerados os mais seguros do mercado, já que a chance de o país dar um calote é muito pequena. Nos bancos, também é possível fazer investimentos de renda fixa. Alguns deles são o Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que é uma maneira que os bancos têm de receber recursos para financiar o setor imobiliário. Também é possível comprar o Certificado de Depósito Bancário (CDB), que é usado pela instituição para empréstimos aos clientes, e o Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que serve para as instituições financeiras financiarem o setor agrícola.
RENDIMENTO O consultor de administração Vitor Almeida, de 25 anos, começou a investir em renda fixa em 2014, depois de uma conversa que teve com amigos num bar sobre a baixa rentabilidade da caderneta de poupança em relação a outras aplicações. De lá para cá poucas coisas mudaram em relação a esse investimento. A poupança continua rendendo menos que a variação da inflação no período, fazendo com que o dinheiro aplicado perca poder de compra. Diante disso, Vitor começou a estudar em sites e blogs sobre os melhores investimentos e iniciou as aplicações na Letra de Crédito Imobiliário (LCI). “Comecei a investir para conseguir ter uma boa quantia, além da minha renda fixa mensal. Assim, fora o meu salário, faço com que o dinheiro trabalhe por mim. Aos poucos vou aumentando a quantidade das aplicações”, conta.
Edmilson Lyra, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abef), diz que os investimentos de renda fixa LCIs e LCAs são boas aplicações, devido aos bons rendimentos, que são isentos de Imposto de Renda, e à segurança, já que são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). “Se aplicar até R$ 250 mil, esse fundo protege os investidores ao recuperar os depósitos ou créditos em caso de falência da instituição financeira”, afirma.
René Garcia, diretor e consultor financeiro da RG Assessoria, explica que os rendimentos dos títulos bancários devem ser maiores que os do Tesouro Direto (TD), já que os juros cobrados demoram mais para ser ajustados. “No Tesouro Direto, você mantêm o ganho real. Mas se você quiser mais rentabilidade, os fundos de renda fixa privados podem ter mais ganho. Quando o Banco Central modifica a Taxa Selic, os títulos públicos também têm os juros modificados. Nos bancos, a mudança não é feita imediatamente. Pode demorar alguns meses”, aponta.
TESOURO DIRETO
Os títulos públicos são boas opções de aplicações, devido aos juros altos da economia brasileira. Enquanto a Taxa Selic ainda está em 14,25%, o rendimento dos papéis é muito satisfatório. Alguns deles são o Tesouro Selic (LFT), que acompanha os juros basícos da economia e tem ganho sempre positivo, o LTN, que é o Tesouro Prefixado, e o Tesouro da inflação – NTN-B –, que rende com uma taxa anual fixa e com a variação da inflação no período. “O momento é muito bom para aplicar em títulos prefixados e nos que acompanham a inflação e a taxa básica de juros. Acredito que 40% dos investimentos devem estar atrelados à Taxa Selic, porque o Brasil ainda é muito inseguro”, conta Ricardo Rocha. Nos investimentos em títulos públicos, a recomendação agora é inclinar mais para o Tesouro IPCA, em vez de equilibrar as aplicações com as carteiras do Tesouro Selic. O valor e a rentabilidade dos títulos variam ao longo do prazo do investimento e caminham na direção inversa da taxa de juros no caso do Tesouro IPCA. A aplicação pode dar um retorno financeiro maior com a queda dos juros.
