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Estado de Minas

Futuro presidente da Petrobras vai enfrentar envidamento e preços 'controlados'

Conselho avalia indicação na segunda de Parente, que vai gerir perda de R$ 57 bi


postado em 21/05/2016 06:00 / atualizado em 21/05/2016 07:37

Se o seu nome for aprovado pelo conselho de administração da Petrobras, Pedro Parente assumirá a presidência da estatal com a obrigação de administrar um prejuízo acumulado de R$ 57,5 bilhões. O colegiado vai apreciar a indicação do executivo na próxima segunda-feira. Parente também ocupará uma cadeira no conselho da empresa. Para os especialistas, o endividamento de R$ 450 bilhões da Petrobras e a liberdade para fixar os preços dos combustíveis serão outros desafios para Pedro Parente.

Na opinião do professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adilson de Oliveira, o executivo já foi ministro e tem experiência na coordenação de atividades com o Congresso, o que vai ser fundamental. “A empresa precisa de mudanças que têm de ser aprovadas, como a privatização ou venda dos ativos de gás natural e a discussão sobre as novas regras do pré-sal”, alertou.

Para o professor de Finanças do Ibmec/DF Marcos Melo, a indicação tem o respaldo do mercado. “Ele é ótimo gestor e mostrou que tem força política. Trabalhou muito bem sob pressão, durante o apagão, e foi bem-sucedido e respeitado em outras áreas”, afirmou. O especialista lembrou que, no seu primeiro discurso, Parente tranquilizou o mercado ao sinalizar que não vai aceitar indicações políticas para cargos na petroleira.

Oliveira é mais cético: “É inocente imaginar que as indicações não terão conotação política”, rebateu. O professor da UFRJ destacou que será fundamental Parente dar continuidade aos desinvestimentos. “São essenciais para a empresa se recompor. Outra questão crucial será a liberdade de fixar preços. O governo deve aumentar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre os combustíveis. Isso vai limitar a capacidade da Petrobras de manter valores compatíveis com os do mercado internacional”, sublinhou.

No entender de Marcos Melo, do Ibmec, Parente terá que rever cada um dos contratos para aferir o nível de endividamento da empresa. “Muita coisa precisa ser refeita conforme a tendência do preço do petróleo no mercado mundial”, sustentou. O professor disse, ainda, que o futuro presidente tem que analisar as operações do pré-sal e definir uma estratégia de recuperação da credibilidade da Petrobras. “A prioridade será reduzir a dívida ou melhorar a qualidade do endividamento para a empresa voltar a crescer”, completou.

Na bolsa Depois de cinco pregões em queda, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu a sexta-feira com ganho puxada pelo desempenho das ações da Petrobras. Pela manhã, o índice Ibovespa registrou alta de 1,10%, aos 50.681 pontos. A Petrobras subiu sustentada pela recuperação dos preços do petróleo no exterior e pela indicação de Pedro Parente para a presidência da estatal. As ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) da estatal registram alta de 4,46%, cotadas a R$ 9,36, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) subiram 4,17%, a R$ 11,99. Na Bolsa de Nova York, os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) registravam alta de 5,61%, a US$ 6,78. Mas os papéis da estatal Petrobras, não resistiram ao pessimismo dos investidores com a nova meta fiscal e as ações ON fecharam em baixa de 1,56%, cotadas a R$ 11,33, enquanto as PN recuaram 0,66%, a R$ 8,90.


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