
As apostas do setor para a data variam desde brinquedos clássicos até novidades com tecnologia. O comércio da capital estima leve alta no Dia das Crianças, de 0,37%, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). O varejo de modo geral, de brinquedos a vestuário, está preparado para vender R$ 2,25 bilhões na capital. Preferidas das crianças, as lojas de brinquedos estão estocadas com novidades e preços para agradar orçamentos de porte variados, de R$ 20 a mais de R$ 500. A proposta é facilitar o tradicional “compra mãe!, compra!”.
A Estrela, fabricante nacional de brinquedos, está lançando 250 novos itens e diz que as encomendas para a data cresceram 10%, frente ao ano passado. A empresa aposta em novidades, como a linha Show da Luna, e ainda na modernização de clássicos. O Detetive está sendo lançado para a data, com aplicativo para sistema iOs ou Android. “Durante o jogo, os participantes recebem telefonemas com dicas do crime”, explica Aires José Fernandes, diretor de Marketing da Estrela. Ele aponta também novidades em pelúcias, como a líder de audiência Peppa Pig, e o Ferrorama XP 300, em uma versão quase vintage, que deve agradar quem foi criança na década de 70.
O fabricante Lego, febre entre crianças de idades variadas, lançou para a data a linha demolição, onde é possível desfazer a cidade inteira feita com as peças. Já na linha do filme que será lançada no fim do ano, o fabricante também aposta no Lego Star Wars e acompanhando desenhos da TV, o Ninjago. As bonecas Baby Alive da Hasbro, e a Barbie roqueira, da Mattel, também são apostas para rechear a lista das crianças.
Apesar de os consumidores estarem mais cautelosos na hora de comprar, o valor médio do presente deve alcançar R$ 117,50. Francine Póvoa, mãe de Beatriz, explica que este ano a quantia para o presente foi reduzida de R$ 100 para R$ 80, mas o brinquedo está mantido. “Percebi que, este ano, é possível encontrar muitas promoções no mês de outubro, o que não notei no ano passado.” Segundo ela, a escolha do brinquedo e a reflexão sobre os preços ajuda a inserir a criança no contexto econômico vivenciado pelo país, além de desenvolver nos pequenos maior habilidade e consciência para o consumo.
Esperando pela segunda melhor data do comércio de brinquedos, o varejo está pronto para girar o estoque. Na rede Ri-Happy, com 162 lojas, 11 em Minas, a expectativa é de crescimento de 8% nas vendas, apesar de o preço médio esperado para os presentes ser menor que R$ 150, abaixo do que no mesmo período em 2014. Sandra Haddad, diretora comercial da rede, diz que os itens licenciados e personagens com mídia lideram as preferências das crianças independentemente de serem nacionais ou importados. “A crise econômica pode gerar algumas migrações para pontas de preço mais baratas, mas o desejo por um personagem, muitas vezes, sobrepõe a crise”, acredita. Para atrair o consumidor, a loja tem cerca de 1 mil itens com descontos de até 70%.
Pré-adolescente Este ano Erick Cambraia, 11 anos, está se despedindo do Dia das Crianças. “Ano que vem serei pré-adolescente, não tem jeito”, observa o menino. A despedida está sem defeitos. No último Dia das Crianças, a mãe dele, Joselina Cambraia, calcula que a conta fechou próxima a R$ 540. “Um skate, com todos os acessórios de proteção, e mais um brinquedo de montar.” Para fechar, Erick também faturou um skate de mão. A estreia do presente já tem lugar marcado. “Vou aprender a andar com o skate no sítio ou na Praça do Papa”, planeja.
Altair Rezende, dono da Brinkel, tradicional loja no Bairro Padre Eustáquio, diz que este ano o preço médio do presente deve encolher cerca de 7% , passando de R$ 150 para R$ 140 em sua loja. Ele não acredita em crescimento de vendas, mas diz que a variedade opções é um apelo para o consumidor. “Na Brinkel, temos 10 mil itens, variando de R$ 20 a R$ 2,2 mil”, reforça.
De acordo com a CDL-BH, a alta no tíquete médio, em 25%, se deve mais à inflação que à disposição do consumidor em comprar. Segundo varejistas e fabricantes ouvidos pela reportagem, a alta média dos preços dos brinquedos nacionais foi de 8%. Já os importados estão até 20% mais caros.
A pequena Helena completa um ano logo depois do Dia das Crianças, por isso, deve ganhar dois presentes da avó, que já estão escolhidos, um carrinho de passeio e uma pelúcia que fala. A mãe da garotinha, Greice Pozza, diz que frequentemente compra brinquedos. “Não são baratos, mas tenho encontrado muitas promoções”, diz.
PRODUTOS NACIONAIS A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) aposta em uma aceleração das vendas a partir do Dia das Crianças e estima que, com a alta do dólar, os nacionais levarão vantagem. O mercado nacional do brinquedo deve movimentar este ano perto de R$ 10 bilhões no varejo, crescimento de 12% frente ao ano anterior. Segundo a Abrinq, com a alta do dólar, a indústria nacional recuperou em 2014 fatia de 5% do mercado, que agora se divide em 55% para os brinquedos nacionais e 45% para os importados.
Números
R$ 2,2 bilhões - É o que o Dia das Crianças deve movimentar nos diversos segmentos do varejo de BH
R$ 117 - É o preço médio do presente
R$ 3,7 bilhões - É o que o setor de brinquedos deve apurar, em todo o país, na semana da criança
