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Estado de Minas

Petrobras dará prioridade à exploração e produção, segundo Bendine


postado em 28/04/2015 14:37 / atualizado em 28/04/2015 14:40

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta terça-feira, que o Plano de Investimentos da companhia vai privilegiar exploração e produção de petróleo e gás, e menos a construção de refinarias e fábricas de fertilizantes. "Cerca de 80% dos valores a serem investidos serão direcionados à nossa principal atividade que é a exploração e produção", afirmou, em audiência conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e Infraestrutura do Senado.

Bendine disse ainda que a Petrobras estuda fazer compensações pelas refinarias Premium do Nordeste que não serão mais construídas. Os projetos ficavam nos Estados do Ceará e do Maranhão. "A ideia é compensar os Estados, até mesmo ambientalmente, e no futuro os Estados podem ser contemplados com outros projetos", completou.

Em resposta a parlamentares, Bendine disse ainda que o quadro de funcionários da Petrobras conta com 86 mil trabalhadores, mas que o número de terceirizados e de funcionários de empresas prestadoras de serviços à companhia chega a 300 mil. "São números redondos, que mostram que temos um funcionário próprio para cada 3,5 trabalhadores empregados na atividade. A Petrobras está no topo da cadeia de petróleo e gás, e eu não diria que esse é um modelo de terceirização, mas de geração de empregos", argumentou.

Pré-sal

Bendine disse que a empresa teria dificuldades de caixa se o leilão de campos do pré-sal ocorresse neste momento. Ele ressaltou, porém, que não há necessidade imediata de abrir novos poços, já que a produtividade dos existentes é alta. "A Petrobras tem uma reserva de petróleo fantástica, acima da média mundial. O que eu vejo nesse momento é que não temos necessidade imediata de investimento em abertura de novos poços", disse. O executivo defendeu o modelo de partilha que, ao permitir o acesso a todos os campos do pré-sal, dá vantagem competitiva para a Petrobras.

"Temos de trabalhar para ter a financiabilidade adequada para quando tiver outro modelo de leilão, coisa que não vislumbramos no curto prazo", completou. "Se houver um leilão hoje, a empresa tem que analisar a financiabilidade. Vai gerar um aumento na divida da empresa", acrescentou.



Preços

Bendini diz que a estatal trabalha com um preço médio de US$ 70 pelo barril de petróleo para o ano de 2016, o que é considerado por ele como "muito razoável", uma vez que o barril fechou o ano de 2014 cotado abaixo de US$ 50. "Temos uma perspectiva razoável de melhoria de preço do barril de petróleo", disse.

"O Brasil caminhava para a autossuficiência de petróleo, mas o 'boom' de automóveis impediu esse plano. O refino de derivados, como a gasolina, é importante para que o Brasil não se torne tão dependente de derivados no longo prazo", disse ao ser questionado sobre a autossuficiência de petróleo do País. "Não temos autonomia ainda", reforçou.

O presidente da estatal negou que a gasolina vendida no Brasil seja mais cara do que a vendida no resto do mundo e também afirmou que não há volatilidade no preço do combustível nas bombas dos postos de gasolina no País. "O preço da gasolina no Brasil é competitivo em unidades de dólar com o europeu. Talvez haja um descasamento com o preço de derivados cobrado nos EUA, mas na comparação com a Europa temos um preço competitivo", disse ele. "Não trabalhamos com volatilidade na bomba, diariamente, como ocorre nos EUA. Não temos perspectiva no curto prazo de grande volatilidade em relação a preços de derivados", disse Bendine.

Carta-convite

Bendine disse não concordar com o modelo de licitação por carta-convite, adotado em algumas compras da empresa. "Não pretendo manter esse modelo. Pretendemos fazer um modelo que tenha um mecanismo de tomada de decisão mais seguro", afirmou. Segundo Bendine, a Petrobras, no entanto, não pode fazer licitações simples, porque precisa de fornecedores capacitados. Ele sugeriu que podem ser feitas concorrências entre empresas já qualificadas para fornecer para a estatal. "Trabalhamos com atividade de muito risco e precisamos ter capacitação de fornecedores para entrega de serviços", afirmou.

Ele acrescentou que as investigações da Operação Lava-Jato limitaram o conjunto de empresas que podem vender à estatal. "Precisamos capacitar novos fornecedores, diante da especificidade da Petrobras", completou. Disse ainda que a Petrobras sempre dará preferência a empresas locais, mas que hoje não consegue cumprir as exigências de conteúdo nacional da legislação. "A empresa, assim como outras, está com dificuldade de cumprir a política de conteúdo nacional por uma questão momentânea", concluiu.


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