O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcio Zimmermann, saiu em defesa do setor elétrico e das ações tomadas para combater sua atual crise. Destacando as singularidades da matriz energética brasileira - baseada em hidrelétricas e linhas de transmissão continentais - ele elogiou a integração de órgãos do governo como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) com as companhias e associações setoriais. "Pelos desafios que enfrenta, nosso setor é um dos mais bem estruturados da sociedade brasileira", disse a uma plateia de mais de 700 agentes do setor na abertura do 11º Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), no Rio, nesta terça-feira.
Zimmermann criticou a forma como o setor vem sendo retratado na imprensa e a publicação de números que classificou de "mirabolantes". "Vejo hoje uma confusão enorme. Misturam térmicas com descontratação", disse. O secretário lembrou que, além das questões hidrológicas, as perspectivas de um aumento no preço de energia no mercado de curto prazo levou alguns agentes a optarem por não vender em alguns leilões, agravando a descontratação. "Não existe térmica emergencial, elas foram contratadas para atender parte do mercado. Elas vieram ocupar um espaço porque não se conseguia oferta de hidrelétrica", disse.
Zimmermann frisou que é necessário resolver o fluxo financeiro para manter o setor saudável. Rebatendo críticas, o secretário elogiou o sucesso dos leilões e também o empréstimo de R$ 11,2 bilhões contratado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) às distribuidoras junto a bancos privados. Segundo o secretário, isso foi possível graças à "credibilidade passada pela câmara na explicação sobre o funcionamento do setor" às oito instituições financeiras participantes.
Zimmermann descartou que o foco do financiamento não é adiar aumentos da tarifa para 2015. "Não é isso. Ano que vem temos fatores redutores", disse, citando 5 mil MW médios que estão vencendo e deverão entrar no sistema. O secretário ainda destacou o resultado do leilão realizado na semana passada e em que foram contratados 85% dos 2,4 mil MW médios descontratados pelas distribuidoras. "Mais uma prova que o DNA do setor e trabalho de equipes conseguiu resolver grande parte do problema", disse.
