Belo Horizonte tem a quarta maior rede de hospedagem entre as capitais do país, com 291 estabelecimentos, 5,8% do total encontrado pela Pesquisa de Serviços de Hospedagem 2011, divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, encomendado pelo Ministério do Turismo, tem o objetivo de mensurar a capacidade hoteleira nacional, tendo em vista a proximidade de eventos esportivos importantes como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Ao todo, foram contabilizadas 13.353 unidades habitacionais na capital mineira em funcionamento, num total de 19.031 leitos disponíveis.
Para a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Belo Horizonte (ABIH), Rafaela Fagundes, o número de hotéis na cidade é o suficiente para atender a demanda na Copa 2014, apesar de admitir que falta empreendimentos de padrão internacional e também para atender deficientes em Belo Horizonte. "Ainda não é possível confirmar o nível de classificação dos hotéis em construção na capital, mas já estamos cientes que isso é uma dificuldade e um déficit em todos país", conclui.
De todos os estabelecimentos existentes nas capitais, 85,5% encaixam-se nos padrões de médio e baixo conforto e qualidades dos serviços. Apenas 14,5% foram considerados de luxo ou muito confortáveis. No Rio de Janeiro, a situação é um pouco melhor, 23,5% dos estabelecimentos atendem à classificação de luxo ou superior. Em São Paulo, que sediará seis jogos da Copa de 2014, esse porcentual cai para 19,6%.
Em relação aos hotéis para portadores de necessidades especiais, apenas 1,3% dos 5.036 estabelecimentos existentes nas capitais brasileiras declararam possuir unidades adaptadas para pessoas com alguma deficiência física. No Rio de Janeiro, que sediará os Jogos Paraolímpicos, apenas 0,9% dos estabelecimentos (272 entre 31.594) possui unidades adaptadas para pessoas com necessidades especiais. São Paulo também tem apenas 0,9% dos estabelecimentos (511 entre 54.065) com unidades adaptadas. As capitais que possuem os maiores porcentuais de unidades adaptadas são Maceió (3,4%), Teresina (2,8%), Porto Velho (2,5%) e Aracaju (2,5%).
Nas 27 capitais brasileiras, foram encontrados 5.036 estabelecimentos de hospedagem, com 250.284 unidades habitacionais (entre suítes, apartamentos, quartos e chalés) e uma capacidade total de 373.673 leitos (incluindo simples e duplos). A rede de hospedagem estava dividida em 52,1% de hotéis 23,5% de motéis, 14,2% de pousadas, 4,2% de apart-hotéis, 3,1% de pensões, 1,9% de albergues turísticos e 1,0% de dormitórios e estabelecimentos coletivos.
O levantamento foi o primeiro sobre o assunto feito pelo IBGE, portanto não há como fazer comparações sobre progressos na rede hoteleira nacional. Em dois meses, o instituto divulgará a pesquisa completa, incluindo os municípios das regiões metropolitanas das capitais pesquisadas.
Ranking
No ranking das 27 capitais, São Paulo figurou em primeiro lugar, com 972 estabelecimentos, 19,3% e ao todo, foram contabilizadas 54.065 unidades habitacionais na capital paulista, num total de 73.488 leitos disponíveis. O Rio de Janeiro ocupou o segundo lugar, com 429 estabelecimentos (8,5% do total), 31.594 unidades habitacionais e 45.416 leitos disponíveis. Em seguida, aparecem Salvador - com 358 estabelecimentos, 15.666 unidades habitacionais e 22.366 leitos - e Belo Horizonte.
Como resultado, as quatro primeiras capitais da lista (São Paulo Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte) concentram 40,7% do total de estabelecimentos de hospedagem no país, 45,8% dos quartos e 43,0% dos leitos disponíveis.
Segundo Roberto da Cruz Saldanha, gerente da pesquisa do IBGE, os dados são mais completos porque não houve sondagem por amostragem. O instituto pesquisou todas as unidades de hotelaria listadas em seu cadastro de empresas, acrescentando ainda estabelecimentos que constavam nos registros da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) e da Federação dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
"Só pesquisamos estabelecimentos devidamente cadastrados no CNPJ. O hotelzinho de beira de estrada que não tem CNPJ não foi pesquisado", disse Saldanha. "Mas a nossa pesquisa é censitária, ouvimos os associados e os não associados às entidades de classe".
A capacidade média de hospedagem - capacidade total dividida pelo número de estabelecimentos - nas capitais do país é de 110 hóspedes por estabelecimento. Embora São Paulo tenha a maior rede hoteleira, o Rio de Janeiro tem a maior média de hóspedes por estabelecimento, 157 pessoas, contra os 118 hóspedes por estabelecimento na capital paulista. Em segundo lugar ficou Natal, com uma capacidade de 140 hóspedes por estabelecimento.
"Natal tem uma rede de hospedagem menor, mas com mais leitos. O dono da pousada coloca uma cama de casal e até dois beliches no quarto, então cabem ali seis pessoas", justificou o pesquisador do IBGE. "No Rio de Janeiro, há hotéis maiores mesmo". A pesquisa foi conduzida entre o dia 19 de novembro de 2011 e 15 de fevereiro de 2012. (Com Agência Estado)
