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Estado de Minas

Comércio sofre com obras da Copa em BH

Projetos em execução na Savassi e na Avenida Antônio Carlos derrubam vendas em até 90% nas lojas de rua. Na Avenida Pedro II, comerciantes se mudam antes das intervenções


postado em 07/07/2011 06:00 / atualizado em 07/07/2011 08:01

 

Placas de
Placas de "Aluga-se" e portas fechadas são comuns na Avenida Pedro II, onde 36 empresas deixaram os imóveis e se mudaram para outro local (foto: Euler Junior/EM/D.A Press)


O pacote de obras realizadas em Belo Horizonte, nas avenidas Antônio Carlos e Pedro II e na região da Savassi, promete melhorias viárias e urbanas para a capital, que vai receber as equipes de um dos grupos que disputaram a Copa do Mundo de 2014. Mas hoje, além dos transtornos para a população, gerou perdas para o comércio das regiões afetadas. Onde a poeira já deu as caras o resultado é certeiro: as vendas despencaram. Seja na Savassi ou na Avenida Antônio Carlos, lojistas reclamam da perda da clientela e da demora na conclusão das intervenções. Estimativas individuais apontam quedas de até 90% no comércio desde o início das obras. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) estima em até 40% a queda nas vendas dos varejistas da Praça Diogo de Vasconcelos.

Percebendo a possibilidade de enfrentar o mesmo problema, os empresários da Pedro II estão deixando antigos pontos comerciais na via e migrando para outros locais. Sobram placas de “aluga-se”. As obras para a implantação do modal na Avenida Pedro II ainda estão longe de sair do papel – a prefeitura sequer tem o projeto de obras pronto –, mas comerciantes se anteciparam ao início das intervenções, repetido em outros pontos da cidade, e, depois de anos, buscam locais mais tranquilos, distantes da poeira, do barulho e de outros transtornos. O Estado de Minas percorreu o trecho da via situado entre a Lagoinha e a Avenida Catalão e contou 36 imóveis disponíveis para alugar, com as portas fechadas ou com informes de que o estabelecimento mudou de local.

O temor pode ser explicado pelo que ocorre na Avenida Antônio Carlos, onde, desde março, o trânsito está impedido no sentido bairros para carros de passeio, o que dificulta o acesso de clientes e frequentadores da região. “Meu público-alvo não anda de ônibus e aqui não passa mais carro”, diz a empresária Sônia Castro, proprietária de uma loja de móveis planejados às margens da Avenida Antônio Carlos, estimando em 90% a perda de clientes desde o início das obras. A poucos metros da loja de móveis funciona um estacionamento e o impacto é semelhante: os quase 100 veículos que dividiam o espaço diariamente desapareceram na poeira. Agora, são no máximo cinco carros por dia.

Além do problema de acesso, o canteiro de obras se tornou um concorrente para os donos de estacionamento. E o melhor: gratuito. “Antes tinha fila para as vagas. Agora, sobra espaço. Se eu for demitido, vou ter que tomar conta de carro na rua”, brinca o responsável pelo estacionamento e manobrista, Jonas Cecílio, sabedor da possibilidade de o proprietário demiti-lo caso o faturamento não volte a subir “imediatamente”.

Savassi

Na Savassi, as obras de requalificação da Praça Diogo de Vasconcelos viraram sinônimo de tormento para o comércio da região e até mesmo o comércio situado a alguns quarteirões da praça sofre com a poeira, a falta de vagas para estacionamento e o barulho. Depois de muitas reclamações e até audiência pública na Assembleia Legislativa, a prefeitura decidiu acatar o pedido dos comerciantes e acelerar a concretagem das ruas para diminuir a sujeira e também contratar mais operários.

O principal medo era quanto às obras no período natalino, mas a prefeitura acordou que, a partir de novembro, as máquinas e operários deixarão a praça temporariamente para não afetar as vendas e voltarão no começo do ano. “Não é somente a obra. A saída dos funcionários da Praça da Liberdade para a Cidade Administrativa e as atuais conjunturas econômicas do país fazem com que o consumo caia”, diz o presidente do Conselho CDL-Savassi, Alessandro Runcini.

E não só o coração da Savassi sofre com as obras. Por causa delas, toda a região foi afetada. Tanto é que a CDL-BH deve propor à prefeitura a liberação de um trecho da Avenida Getúlio Vargas para que carros possam parar em 45 graus. No último mês, o tradicional movimento na hora do almoço nas lojas do Shopping 5ª Avenida foi bem diferente de outras épocas. Sobre as obras, a empresária Gislaine Leal Mota, da camisaria Venice, é sucinta: “Foram péssimas”.


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