![Lei que proibia acesso a tratamento de transição de gênero para menores de 18 anos é derrubada no Arkansas(foto: Carlo Allegri/Reuters) Cartazes de manifestação pró-trans. Lê-se em um deles: 'Trans rights are human rights [Direitos trans são direitos humanos]'](https://i.em.com.br/dQ45Pdl8gxUr3XYoG5hj2C_gmw0=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2023/06/22/1510946/cartazes-de-manifestacao-pro-trans-le-se-em-um-deles-trans-rights-are-human-rights-direitos-trans-sao-direitos-humanos_1_52270.jpg)
Na quarta-feira (21/6), a Justiça estadunidense derrubou uma lei que proibia pessoas menores de 18 anos de realizar o tratamento de transição de gênero no estado do Arkansas, localizado na região sul dos EUA. Considerado conservador, o estado foi o primeiro a adotar a proibição em 2021, motivando a aprovação de leis similares em outros 19 governados por republicanos, incluindo a Flórida e o Texas.
De acordo com o juiz federal Jay Moody, que assinou a decisão, a lei proibindo menores de ter acesso a tratamentos hormonais ou cirúrgicos para transição de gênero é inconstitucional e viola os direitos dos médicos de prestar assistência a crianças e jovens transgêneros, além de ser discriminatória.
"As evidências mostraram que esses cuidados médicos melhoram a saúde mental e o bem-estar dos pacientes e que, ao proibi-lo, o Estado prejudica os interesses da população que este mesmo afirma promover", afirmou o magistrado.
O promotor distrital do Arkansas, Tim Griffin, disse que o estado irá apelar da decisão.
"Não há evidências científicas de que qualquer criança se beneficie dos procedimentos, embora as consequências sejam prejudiciais e muitas vezes permanentes", afirmou em um comunicado.
Beneficiados
Desde 2021, quando foi implementada, diversos menores de idade tiveram seus tratamentos interrompidos de forma abrupta. Grupos médicos do país, como o American Medical Association e a American Academy of Pedriatrics, afirmam que o tratamento é eficaz se for administrado corretamente.
O adolescente trans Dylan Brandt, de 17 anos, conta que agradeceu ao juiz pela decisão e que a visão empática de Moody dará bons resultados para a comunidade trans do Arkansas.
"Fiquei muito agradecido de como ele ouviu minha experiência de como o tratamento mudou minha vida para melhor e como ele viu o impacto perigoso que esta lei causaria na minha vida e na vida de outras pessoas trans", disse ele.
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