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Estado de Minas ESPÍRITO SANTO

Vereador do PL é denunciado por chamar pessoas LGBTQIA+ de 'anormais'

Igor Elson (PL-ES), da cidade de Serra, na Grande Vitória, foi aplaudido durante fala em evento do Partido Liberal, mas afirma ter sido mal interpretado


07/03/2023 16:49 - atualizado 07/03/2023 16:49

Igor Elson de camisa amarela na frente de backdrop do PL
Parlamentar afirma que chamou de anormal a política LGBTQIA+ adotada pela prefeitura de Serra (foto: Igor Elson/Instagram/Reprodução)
O vereador Igor Elson (PL-ES), da cidade de Serra, na Grande Vitória, foi denunciado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por chamar a população LGBTQIA+ de ‘anormais’ durante um evento do Partido Liberal (PL) no último sábado (4/3). 

Em um vídeo publicado pelo portal "G1", o parlamentar reclama da quantidade de eventos que favorecem o público LGBTQIA+, mas “não se ouve falar nada sobre família, casamento, crianças”. Igor Elson ainda disse que os grupos querem empregar uma troca de valores, “pegando o que é normal e colocando como anormal, e o que é anormal como normal”, afirmou durante o evento.
 

O vereador foi amplamente aplaudido pelos apoiadores do partido no evento, que contou com a participação do senador Magno Malta (PL), que também é presidente da legenda no Espírito Santo. Em sua fala, Igor Elson ainda afirma que o PL estará “firme para combater essa ridicularidade”.
 

“Nós respeitamos a postura e o direito de cada um, agora potencializar aquilo que é anormal, infame, e que nós entendemos que traz prejuízo para a sociedade, o PL vai estar firme junto com vocês para combater essa ridicularidade”, completa o vereador.
Nas suas redes sociais, Igor Elson esclarece que não chamou quaisquer pessoas de “anormais”, e que se referia à política LGBTQIA+ adotada pela prefeitura de Serra, que deixa de fora os setores conservadores que pregam valores cristãos.

O Estado de Minas procurou a prefeitura do Município e o MPES, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.
 

O que é homofobia?

A palavra “homo” vem do grego antigo homos, que significa igual, e “fobia”, que significa medo ou aversão. Em definição, a homofobia é uma “aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio e preconceito” contra casais do mesmo sexo, no caso, homossexuais.

Entretanto, a comunidade LGBTQIA+ engloba mais sexualidades e identidades de gênero. Assim, o termo LGBTQIA fobia é definida como “medo, fobia, aversão irreprimível, repugnância e preconceito” contra lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, não-bináres, queers (que é toda pessoa que não se encaixa no padrão cis-hetero normativo), itersexo, assexual, entre outras siglas.

A LGBTQIA fobia e a homofobia resultam em agressões físicas, morais e psicológicas contra pessoas LGBTQIA .

Homossexualidade não é doença

Desde 17 de maio de 1990, a a Organização Mundial da Saúde (OMS) excluiu homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID). Antes desta data, o amor entre pessoas do mesmos sexo era chamado de "homossexualismo”, com o sufixo “ismo”, e era considerado um “transtorno mental”.

O que diz a legislação?

Atos LGBTQIA fobicos são considerados crime no Brasil. Entretanto, não há uma lei exclusiva para crimes homofóbicos.

Em 2019, após uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 26), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os crimes LGBTQIA devem ser "equiparados ao racismo". Assim, os crimes LGBTQIA fobicos são julgados pela Lei do Racismo (Lei 7.716, de 1989) e podem ter pena de até 5 anos de prisão.

O que decidiu o STF sobre casos de LGBTQIA+fobia

  • "Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime
  • A pena será de um a três anos, além de multa
  • Se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa

Criminalização no Brasil

Há um Projeto de Lei (PL) que visa criminalizar o preconceito contra pessoas LGBTQIA no Brasil. Mas, em 2015, o Projeto de Lei 122, de 2006, PLC 122/2006 ou PL 122, foi arquivado e ainda não tem previsão de ser reaberto no Congresso.

Desde 2011, o casamento homossexual é legalizado no Brasil. Além disso, dois anos mais tarde, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou e regulamentou o casamento civil LGBTQIA no Brasil.

Direitos reconhecidos

Assim, os casais homossexuais têm os mesmos “direitos e deveres que um casal heterossexual no país, podendo se casar em qualquer cartório brasileiro, mudar o sobrenome, adotar filhos e ter participação na herança do cônjuge”. Além disso, os casais LGBTQIA podem mudar o status civil para ‘casado’ ou ‘casada’.

Caso um cartório recuse realizar casamentos entre pessoas LGBTQIA , os responsáveis podem ser punidos.

Leia mais: Mesmo com decisão do STF, barreiras impedem a criminalização da LGBTQIA fobia

Como denunciar casos de LGBTQIA+fobia?

As denúncias de LGBTQIA fobia podem ser feitas pelo número 190 (Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).

aplicativo Oi Advogado, que ajuda a conectar pessoas a advogados, criou uma ferramenta que localiza profissionais especializados em denunciar crimes de homofobia.

Para casos de LGBTQIA fobia online, seja em páginas na internet ou redes sociais, você pode denunciar no portal da Safernet.

Além disso, também é possível denunciar o crime por meio do aplicativo e do site Todxs, que conscientiza sobre os direitos e apoia pessoas da comunidade LGBTQIA .
 


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