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Estado de Minas MULHER NO COMANDO

Pela 1ª vez, cargo de chefe do Estado-Maior é ocupado por uma mulher em MG

Coronel Daniela Lopes, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, é a primeira mulher a ocupar o cargo na história das corporações militares mineiras


03/03/2023 12:08 - atualizado 03/03/2023 13:05

Coronel Daniela Lopes em cerimônia do CBMMG
Coronel Daniela Lopes fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior em corporações militares mineiras (foto: CBMMG)


Em solenidade de posse realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), a coronel Daniela Lopes Rocha da Costa se tornou a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe do Estado-Maior no estado. Segundo a corporação, a nomeação foi uma forma de quebrar paradigmas e reconhecer a competência e habilidade das mulheres para cargos cada vez mais desafiadores.

“Tenho muito a retribuir ao estado de Minas Gerais e a todos os cidadãos mineiros. E é o compromisso que assumo: oferecer minha força de trabalho na operacionalização das diretrizes definidas para o engrandecimento do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais”, declarou a coronel em seu primeiro discurso como subcomandante do Corpo de Bombeiros, ao exaltar os diversos serviços públicos fornecidos pelo estado.

Como chefe do Estado-Maior, a coronel é responsável pela organização estratégicas da organização, ou seja, é encarregada de operacionalizar as diretrizes definidas nos objetivos estratégicos traçados para o Corpo de Bombeiros e concretizá-las.

Pioneirismo no CBMMG

Coronel Daniela Lopes em frente à telão com a logo do CBMMG
Coronel Daniela colecionou várias conquistas ao longo da carreira (foto: CBMMG)


Coronel Daniela ingressou como soldado, aos 18 anos, fazendo parte da primeira turma de mulheres admitidas no CBMMG, no ano de 1993. Ela conta que inicialmente nunca havia cogitado a carreira militar, mas que quando criança já brincava com carrinho de bombeiros, e admirava a imponência do caminhão de bombeiros ao passar pela rua.

A primeira pessoa a incentivar Daniela a fazer o concurso foi sua mãe, e ali foi a primeira vivência de fato com o corpo de bombeiros. “Quando esse concurso foi aberto, foi a grande oportunidade da minha vida. Depois que eu fiz esse concurso, nunca mais quis ser outra coisa, me realizei aqui dentro da corporação. Me sinto realizada tanto pessoalmente quanto profissionalmente", afirma a coronel.  

Daniela ainda conta que esse curso foi permeado por muita pressão, principalmente aquela criada em torno das expectativas geradas por ser a primeira turma de mulheres. Logo, se fosse uma experiência mal sucedida, muito provavelmente as portas poderiam ser fechadas para as próximas.

“Então tinha essa pressão que a gente sentia de ter que fazer dar certo, e acabou sendo um divisor de águas. A partir desse momento chegou-se a conclusão que as mulheres poderiam estar em todas as posições no corpo de bombeiros”, afirma.

Após ingressar no Corpo de Bombeiros, Daniela também fez parte da primeira turma de Técnicos em Emergências Médicas, em 1994, da primeira turma de pilotos formada para iniciar o serviço aéreo na corporação, em 2005, com a criação do Batalhão de Operações Aéreas. Em 2016, foi designada para comandar o Batalhão de Operações Aéreas, se tornando a primeira mulher a desempenhar a função nos Corpos de Bombeiros do Brasil.

Coronel Daniela Lopes dentro de um helicóptero com farda do corpo de bombeiros e capacete branco
Coronel Daniela Lopes fez parte da primeira turma de pilotos formada para iniciar o serviço aéreo no CBMMG, em 2005 (foto: CBMMG)


Entre as diversas experiências que teve na carreira, a coronel destaca o desastre de Brumadinho, onde atuou como tenente-coronel, no comando das operações de busca, sendo promovida a comandante de toda a operação de Brumadinho durante esse período.

 

Ela conta que esta foi uma experiência diferenciada. Para além da seriedade da ocorrência, a operação foi marcada pelo contato constante com as famílias, o que gera uma aproximação e um envolvimento emocional que geralmente não ocore em outros casos.

Valorização da mulher

O CBMMG conta hoje com 577 mulheres, correspondendo a aproximadamente 10% do efetivo total. Daniela conta que ao longo da carreira passou pela experiência de alguns colegas duvidarem de suas capacidades por ser mulher. Mas isso jamais abalou Daniela, em especial por ter o amparo institucional.

“O corpo de bombeiros alcançou um amadurecimento profissional e institucional muito grande ao longo destes 30 anos. Então hoje, em termos de valorização das mulheres, ao contrário do que muitas pessoas pensam dentro do militarismo, em muitos aspectos nós encontramos avanços em relação a outras entidades ou campos de trabalho”, relata.

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