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Estado de Minas SUPERAÇÃO

Paranaense com tetraparesia é a primeira a se formar em medicina no Brasil

Depois de sofrer um AVC, Elaine Luzia dos Santos usou o poder do olhar para realizar as atividades cotidianas e dar sequência ao curso de medicina pela Unioeste


26/04/2022 11:06 - atualizado 26/04/2022 11:46

Elaine Luzia dos Santos sentada em uma cadeira de rodas e usando jaleco, em um fundo branco
Elaine Luzia dos Santos se torna a primeira pessoa com paraparesia a se formar em medicina no Brasil (foto: Reprodução/ Unioeste)


A paranaense Elaine Luzia dos Santos, de 33 anos, quebrou barreiras ao se tornar a primeira pessoa com tetraparesia a se formar em medicina no Brasil. A médica se formou em março deste ano e aprendeu a se comunicar com o olhar para completar o curso depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) em novembro de 2014.

Elaine se formou em farmácia, em 2010, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e, depois de nove meses de atuação na área, resolveu seguir o sonho de se tornar médica. Prestou vestibular e voltou a Unioeste para cursar medicina. Tudo ia bem até que, no terceiro ano da graduação, sofreu um AVC em casa, que afetou a ponte do tronco encefálico, prejudicando os movimentos das pernas e dos braços, além da fala.

Depois de se recuperar, Elaine não se deixou abalar pelas dificuldades impostas e seguiu seu sonho: aprendeu a se comunicar com o auxílio de uma prancha alfabética e recebeu ajuda dos pais nas tarefas diárias. “Assim que ela saiu do hospital, ela entrou em férias e já demonstrou uma preocupação em como ficariam as disciplinas para finalizar o terceiro ano, e ela queria finalizar, na expectativa que ela tivesse uma melhora”, conta Elionésia Marta dos Santos, irmã da médica.

"A dedicação dela mostrou que era possível, inclusive convenceu a todos os docentes e os alunos do curso que é possível"

Ivã José de Paula, membro do Programa de Educação Especial da Unioeste



Inicialmente, integrantes do curso viram como inviável o retorno de Elaine à graduação, porém, por meio do Programa de Educação Especial (PEE) da Unioeste, a estudante voltou às atividades acadêmicas depois de quase um ano, em setembro de 2015. “Fizemos algumas reuniões com o colegiado e mostramos que ela tinha condições de concluir esse curso. A dedicação dela mostrou que era possível, inclusive convenceu a todos os docentes e os alunos do curso”, explica Ivã José de Paula do PEE.

O processo de adaptação à universidade foi único,  uma vez que não havia precedentes no Brasil. Participava de todas as aulas, tanto teóricas quanto práticas, com estruturas que a permitiam acessar os ambientes, e demostrava seu aprendizado. “O que mais chamou atenção foi o carinho com que os pacientes me tratam. Eles me incentivam todos os dias a continuar”, conta Elaine.

Elaine e colega da graduação em atendimento médico
Elaine manteve todas as atividades da graduação, teóricas e práticas, inclusive atendimentos (foto: Reprodução/ Unioeste)


Como especialização, a médica pretende seguir a radiologia, na produção de laudos médicos. “É uma área que eu possa atuar usando todo o meu conhecimento sem depender tanto das pessoas”, afirma.
 
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz 


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