violinista Ricardo Herz e o pianista Nelson Ayres

Improviso será o 'maestro soberano' nos shows do violinista Ricardo Herz e do pianista Nelson Ayres nesta quarta (13/9) e quinta-feira (14/9)

Gabriel Boeiras/divulgação


Nelson Ayres e Ricardo Herz se propõem a ser um duo diferente de piano e violino. Tradicional dobradinha da cena erudita, os instrumentos se encontram para tocar choro, forró, xote, samba e baião. A dupla paulista vai se apresentar nesta quarta-feira (13/9) no Museu Boulieu, em Ouro Preto, e na quinta-feira (14/9), na Fundação de Educação Artística (FEA), em Belo Horizonte.

Ayres conta que sua conexão com Herz é totalmente verde-amarela. “Ricardo é o cara que reinventou o sotaque brasileiro no violino. Esse é o grande barato. Nosso repertório é composto basicamente de músicas autorais, com algumas coisas mais conhecidas no meio mais tradicional.”
 
O público vai ouvir, por exemplo, os clássicos “Insensatez”, de Tom Jobim, e “A saudade mata a gente”, de Braguinha. “Boa parte do repertório vem do nosso disco lançado em 2017. Teremos também 'Fogo no baile', música que toquei anos com o grupo Pau Brasil, um forró muito legal. Tem outra do Ricardo, a 'Chama o quê', uma espécie de música latino-americana”, diz o pianista paulista.

Diversão garantida

O show é livre. “Tem de tudo, até coisas que a gente inventa na hora e sai tocando, é superdivertido”, garante Ayres. A dupla vai ministrar duas oficinas às 17h, no Museu Boulieu e na FEA.

“Vamos falar sobre música brasileira, além das formas de tocá-la e de pensá-la diferente. É mais sobre interpretação que sobre arranjos. Claro, a gente fala também sobre como desenvolvemos os nossos arranjos, porém o barato é interpretar mesmo. Vamos mostrar como um duo tão clássico consegue tocar forró”, comenta Ayres.
 

Ricardo Herz conta que o duo costuma surpreender o público ao interpretar choro, baião, xote e samba, entre outros ritmos brasileiros.
 
“Fazemos bastante improvisação. Tem muita coisa que a gente escreve e outras não. Como eu e Nelson temos formação de música popular, muitas vezes escrevemos a melodia e depois deixamos espaço para a improvisação. É um show bem animado, pra cima, mas também com algumas músicas mais calmas”, afirma o violinista.
 
Herz diz que vem aí o novo álbum da dupla – o primeiro foi lançado em 2017. “Gosto muito de rodar um pouquinho com as músicas (em turnê). Quando elas estão prontas, entramos em estúdio e gravamos. Ter a chance de fazer shows antes de gravar é sempre muito bom”, acredita o violinista.

“Queremos quebrar um pouco o estigma do piano e violino como instrumentos que só tocam músicas de concerto. A gente vai falar disso nas oficinas, sobre como montamos o repertório, como bolamos os arranjos e estudamos os acompanhamentos”, adianta.

'Minas hoje' em Sampa

Nelson Ayres revela que continua tocando, compondo e, principalmente, arranjando. “Venho fazendo um trabalho de que tenho gostado muito: dirigir uma orquestra jovem chamada Tom Jobim, em São Paulo. A garotada toca muito bem, tipo profissional. Estou com eles há nove anos e o nosso próximo programa, daqui a três semanas, é o 'Minas hoje'. Vamos tocar compositores mineiros. Teremos dois convidados: a pianista Luísa Mitre e o David Fonseca, supercompositor.  Minas está muito presente para mim este mês”, conclui o pianista.

NELSON AYRES E RICARDO HERZ

• Nesta quarta-feira (13/9), às 20h, no Museu Boulieu (Rua Padre Rolim, 412, Ouro Preto). Entrada franca
• Quinta-feira (14/9), às 20h, na Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários, BH). Entrada franca, com retirada de ingressos em feanh.byinti.com