Jane Fonda

Jane Fonda foi a convidada de honra deste ano.

Samantha Dubois/AFP
A renomada atriz e ativista Jane Fonda foi a convidada de honra do Festival de Cannes deste ano e, em um encontro com o público na sexta-feira (26)/5, compartilhou detalhes sobre sua trajetória profissional e seu ativismo. Fonda, que já foi presa diversas vezes por participar de diferentes protestos, afirmou que a luta contra a crise climática está intrinsecamente relacionada às batalhas contra o racismo e o patriarcado. 

Segundo ela, não haveria aquecimento global se esses dois problemas não existissem, pois a mentalidade por trás de ambos está conectada. A atriz, agraciada com uma Palma de Ouro especial em 2007, também mencionou seu envolvimento político e afirmou que não planeja atuar no cinema ou na televisão até que as próximas eleições presidenciais americanas sejam concluídas.
 

Durante a conversa, Fonda também apontou que tanto republicanos quanto democratas são responsáveis pela crise climática, uma vez que ambos recebem financiamento de empresas que exploram combustíveis fósseis. No entanto, ela ressaltou que ainda há motivos para ter esperança, mas é crucial reduzir o uso desses combustíveis nos próximos sete ou oito anos. A atriz destacou que os mais afetados pela crise são aqueles que têm menos responsabilidade sobre ela.

O evento em Cannes promoveu encontros entre o público e grandes nomes do cinema, como Quentin Tarantino e Michael Douglas. Fonda aproveitou a ocasião para falar sobre curiosidades de alguns de seus filmes mais famosos, como "Barbarella" e "Amargo Regresso", pelo qual ganhou um de seus dois Oscars em 1979. Ela contou que o filme veio após um conselho de um amigo com quem ela protestava contra a Guerra do Vietnã, conflito que despertou seu ativismo. Preocupada em conciliar sua carreira no cinema e suas lutas, Fonda pensou em abandonar a atuação. No entanto, seu amigo a aconselhou a usar sua visibilidade para escolher projetos com impacto.

Jane Fonda também celebrou o movimento MeToo, elogiando sua contribuição para o fim de anos de abusos contra mulheres, e criticou o cineasta Jean-Luc Godard, com quem trabalhou em "Tudo Vai Bem". Apesar dos temas sérios abordados, Fonda manteve a simpatia e o bom humor durante as quase duas horas de evento, até mesmo aplaudindo seu maquiador presente na plateia e dando conselhos otimistas aos atores mais jovens.